EP 123: Cabo do Medo | Antes que Tudo Desapareça | O Terceiro Assassinato

[Corações Satânicos]

Na primeira edição da Cinemateca da Varanda, o quadro em que elegemos grandes filmes para debater no podcast por meio de votação dos ouvintes, o filme de estreia é Cabo do Medo (13:14), suspense de 1991 dirigido por Martin Scorsese.

É rara a presença de cinema japonês nos cinemas brasileiros. E, como temos dois deles em cartaz, aproveitamos para debatê-los e trazer a questão: por que há poucos nomes do país no nosso circuito (1:03:43)? Os filmes são: o drama de tribunal O Terceiro Assassinato (1:13:12), de Hirokazu Kore-da, e a ficção científica filosófica Antes que Tudo Desapareça (44:58), de Kiyoshi Kurosawa.

Cantinho do Ouvinte, Rapidinhas com 7 Dias em Entebbe, Recomendações e nosso adeus a Nelson Pereira dos Santos. Bom podcast!

| Metavaranda |

Antes que Tudo Desapareça Sanpo suru Shinryakusha | Kiyoshi Kurosawa | 63
O Terceiro Assassinato | Sandome no Satsujin | Hirokazu Kore-eda | 56

| Varandeiros |

Chico Fireman @filmesdochico
Cris Lumi @crislumi
Michel Simões @michelsimoes
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Gravado na segunda, 23 de abril, na varanda do Michel.

19 comentários sobre “EP 123: Cabo do Medo | Antes que Tudo Desapareça | O Terceiro Assassinato

  1. Olá caros varandeiros!
    Cabo do Medo é um filme essencial para lista de qualquer cinéfilo. Delicioso os comentários de vocês. Esquecerem de falar uma das grandes homenagens a Psicose. Quando DeNiro está vestido de mulher de costas na cozinha, e quando vira levamos um susto com sua cara de psicopata e uma faca na mão. Assim como a cena clássica que era usada como chamada na época do intercine do DeNiro sentado no muro da casa da família enquantos vemos os fogos de artifício ao fundo. Maravilhoso! Maravilhoso! Parabéns pela projeto da cinemateca. Estou ansioso pelo próximo filme.
    Abraços.

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  2. Fala varandeiros.. Ótimo programa, principalmente por sair do comum, e trazer esses 2 filmes japoneses, assiste apenas o Terceiro Assassinato, mas não gostei tanto.. Um dos que mais gosto é o Confessions (Kokuhaku) de 2010, do diretor Tetsuya Nakashima.

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  3. Olá, Varandeiros!! Gente, ganhei um livro =o? Que bom que gostaram do comentário! Ainda não terminei de ouvir o episódio, mas quis comentar logo, hahaha.

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  4. Olá varandeiros.
    Não apareci aqui depois que “instaurei o novo quadro do podcast”, então deixo aqui meu agradecimento depois da desfeita durante todos esses episódios. Só quero deixar claro que quando venderem o podcast para a Disney e levarem o quadro Cinemateca da Varanda no pacote, lembrem do sábio que os aconselharam, 10% seriam aceitos de bom grado.
    Sobre Cabo do Medo, me surpreendi bastante com o filme, lembro de ter assistido criança depois de ter visto o episódio de Simpsons, hahahaha. Assistia Simpsons sempre no almoço e adorava o episódio com Sideshow Bob que parodiava o filme, quando descobri qual este era, corri para assisti-lo, adorei o filme e lembro de tê-lo achado bastante sinistro(talvez por ter 10 anos), mas para o meu espanto(como pelo visto de vocês também) revendo esta semana, percebo que era mais parodia que a própria parodia, trilha exacerbada, assim como as atuações, assim como o filme em si, tudo alguns tons acima, simplesmente maravilhoso. Fiquei até menos triste pela derrota de Dr. Fantástico(meu filme favorito do Kubrick), pois assistir um filme duas vezes e adorar ambas as vezes por motivos tão distintos é simplesmente “fantástico”.
    Faço um adendo aqui pelo não comparecimento do metavaranda, estariam os varandeiros Chico, Cris e Tiago, censurando Michel Simões, simplesmente pelo marketing negativo que viria deste? Medo de represálias? De afastar aos mais puristas? Ou simplesmente que a excentricidade do Michel não casa com um quadro chamado Cinemateca? Confesso que de imaginar a nota do Michel enquanto ele falava que não haveria notas me fez rir bastante, então filme maravilhoso, adorei, é um cult, tem um lugar especial na nossa Cinemateca, filmaço… Nota:6,0. Enfim, episódio sensacional e já mal posso esperar pelo próximo, deixo novamente um agradecimento pelo novo quadro, abraços. #Esperoquenãosejacensura

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    1. Opa, se o quadro agradou ao muso inspirador dele, maravilha. Missão cumprida.

      Olhe a coincidência: ‘Dr. Fantástico’ também é meu preferido do Kubrick. Quem sabe numa Cinemateca futura?

      Sobre a ausência do Metavaranda dos Filmes Cult: FOI CENSURA! Brincadeira. Mas eu queria muito ter ouvido a nota do Michel pro filme (um 6 bem chocho, provavelmente) e a reação dos ouvintes mais scorsesemaníacos a ela. Teria sido interessante, sim.

      Abraço!

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  5. Olá Varandeiros, tudo bem?

    Sobre os filmes desta semana eu gostei bastante de Antes que Tudo Desapareça” (2017), mais nova obra do cultuado diretor Kiyoshi Kurosawa. Ao longo das pouco mais de 2 horas de filme, Kurosawa cria um painel interessantíssimo sobre o que nos faz humanos através, justamente, de uma invasão alienígena. Os extraterrestres assumem o corpo de humanos, mas não sabem como se comportar; para isso, precisam adquirir “conceitos” de outras pessoas. A sacada é que esses “conceitos” são roubados delas, levando a cenas muito bem construídas. Uma delas que gostei muito é, quando o chefe de Narumi, que a assedia e se mostra bastante rígido, perde o conceito de “trabalho” e apresenta um comportamento totalmente oposto ao anterior. O cinema de Kurosawa pode não ser para qualquer um, mas não há como negar como o diretor é original, misturando vários gêneros e conseguindo passar uma mensagem única, que faz com que a jornada, com duas linhas narrativas diferentes, tenha um fim que suscitará bastante reflexão sobre a natureza humana.

    Sobre The Third Murder” (2017), de Hirokazu Kore-Eda, foi a obra mais premiada pela Academia Japonesa em 2018, incluindo Melhor Filme. Se distanciado um pouco dos ternos dramas por qual é conhecido, Kore-Eda mostra também domínio sobre o suspense e o mistério, sempre auxiliado por um elenco de altíssima qualidade, aqui, com Kôji Yakusho, Masaharu Fukuyama e a jovem Suzu Hirose, que já havia trabalhado com o diretor em “Our Little Sister” (2015). Com um clima pesado de dúvida sobre o que leva o (possível) assassino a se conformar com a pena de morte, o filme desenvolve o roteiro sem se tornar enfadonho ou “apenas mais um filme de tribunal”, mantendo o interesse do espectador pelas razões e motivações de cada um dos personagens.

    E já que esta semana estão estreando quadro novo, como sugestão eu gostaria de propor um quadro semanal de notícias sobre o cinema para deixar todos informados. Vocês poderiam comentar sobre a notícias que vocês acharam mais importantes/impactantes da semana. Seria ao meu ver muito interessante. E por favor, mais filmes para Cinemateca dessa Varanda maravilhosa. Adoro todos vocês. Desejo um excelente feriado para todos.

    Abraço!

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      1. Obrigado Maurício por você salientar essa informação. Mas não sei se você sabia que eu faço parte da equipe de legenders do grupo e também responsável pela parte de divulgação das legendas em mídias sociais da equipe.
        Abraço!

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    1. Olá, Vitória

      Ótimo saber que temos uma heroína da legendagem entre nossos ouvintes. Muito obrigado pelos serviços prestados (principalmente no caso de filmes orientais rs) 🙂

      Anotada a sugestão do quadro de notícias… E já teremos Cinemateca nova na próxima semana. Aguarde.

      Abraço!
      Tiago.

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      1. Pessoal. Eu faço parte da Art Subs. Não temos nenhuma Vitória no grupo. Quem escreveu tudo que ela postou fui eu, que administro a página da equipe no Face (e é só lá que a Art possui rede social)…

        Vim parar aqui justamente para ouvir os comentários de vocês sobre os japoneses, já que eu sou que coordeno essa parte no grupo.

        Não consigo responder diretamente a ela, mas enfim, não caiam nessa.

        Abraços.

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  6. Não obstante a voadora acrobática lançada sobre minha pessoa como anunciado pelo Thiago, fiquei muito feliz que o meu comentário foi lido no último podcast. É legal saber que mesmo as opiniões contrárias são levadas em conta. E fique tranquilo Thiago, eu não fiquei triste, acho que a Paula foi bem educada afinal. Continuem o ótimo trabalho e espero ouvir mais sobre Martin Scorsese, um diretor que merece encômios.

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  7. Olá, Varandeiros! Muito bom ter dois filmes japoneses em debate, principalmente um deles sendo do Koreeda, cineasta que conheci aqui no Cinema na Varanda e que gosto muito.

    Lembram que em determinado episódio vocês comentaram sobre a figura do “cinéfilo acomodado”? Aquele que parou em Pedro Almodóvar e Woody Allen, e não buscou conhecer nomes mais “obscuros”? Pois é, depois de ouvir aquele episódio e refletir um pouco, notei que… EU ERA UM CINÉFILO ACOMODADO =O.

    Então, para resolver tal situação, decidi conhecer alguns dos diretores mencionados aqui na Varanda. Quase que aleatoriamente escolhi o Koreeda e o Hong Sang-soo, e acabei me apaixonando pelo cinema dos dois – talvez eu goste mais do Hong Sang-soo (tamo junto, Tiago).

    E agora, como já não sou mais um cinéfilo acomodado, vou aproveitar a oportunidade para conhecer o cinema do Kiyoshi Kurosawa, já que nunca assisti a nenhum filme dele.

    Parabéns pelo programa e até mais.

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  8. Olá a todes,

    Assisti “Cabo do Medo” por causa da indicação, e adorei muito. Além do que já foi dito no programa e aqui nos comentários, principalmente a respeito da “forma” do filme, eu gostaria de ressaltar algumas impressões que tive sobre o enredo e os assuntos abordados. Não sei se vou falar algum spoiler, então já aviso aqui.

    Achei que a abordagem doo assunto sobre “culpas” em casos de violência sexual foi extremamente atual pra época (início dos anos 1990). Tudo gira em torno das “culpas” e da ação de culpabilizar “o outro”, levado a um extremo que Max Cady acabou “julgando” o próprio advogado em uma inversão de papéis bem interessante. A sua obsessão por culpas (de um jeito meio cristão misturado com suas ideologias, até meio nazis de acordo com as tatuagens dele e as fotos de Mussolini na parede e todo rolê autoritário/violento) envolve “culpar” o advogado por sua atitude de esconder um documento no processo – e essa atitude do advogado, ao meu ver, foi ética devido ao fato de ele não concordar que aquele tipo de argumento seja usado em um processo jurídico. Isto é, não concordar que o comportamento da vítima (do que chamam de “promiscuidade” ou de qualquer outra coisa) pode ser usado como um argumento jurídico em casos de abuso sexual – pois parte do pressuposto dessa separação (algo que ele afirma mais contundentemente em um momento no filme). Achei muito interessante essa abordagem, bem crítica e complexa, de forma a gerar debates sobre o assunto e questionamento das práticas e discursos jurídicos. E, ainda, essa postura partiu no filme de um personagem bem normativo, apesar de ser um homem branco rico e arrogante, dentro de toda normatividade da família burguesa etc etc (que é criticada pelo diretor, como vocês comentaram no programa). Então mesmo dentro dessa construção toda, o posicionamento do advogado gerou uma série de questões que desenrolam a trama (afinal, todas nóias de inversão de Max Cady são meio que justificadas no discurso dele a partir desse fato). Enfim, achei muito interessante isso, uma trama construída em cima de debates mega importantes e atuais pra época (e até hoje existe essa discussão e o argumento de culpabilização da vítima ainda é muito recorrente em vários contextos…), com jogos de culpabilizações que me fizeram pensar sobre responsabilidade, vários sentidos de “culpa” e de “culpar”, discursos jurídicos em casos de violência sexual, crítica feminista ao direito e aos argumentos sexistas naturalizados nas práticas jurídicas e pessoais, e mais um monte de questões… Muito legal um filme (que tem todas qualidades já mencionadas aqui e no programa) trazer ainda todo esse conteúdo e suscitar tantos debates/questionamentos.

    Obrigada pela indicação! Adoro as análises de vocês, sempre escuto o programa faz mais de um ano. 🙂
    Abraços!

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