As últimas da corrida do Oscar e nossos palpites sobre quem serão os vencedores. E dois filmes importantes indicados em debate.
Filmes em pauta: A Baleia (Darren Aronofsky), Entre Mulheres (Sarah Polley)
E mais: Cantinho do Ouvinte com os comentários sobre o episódio anterior.
| Varandeiros |
Chico Fireman @filmesdochico
Cris Lumi @crislumi
Michel Simões @michelsimoes
Tiago Faria @superoito
| Cinema na Varanda nas redes sociais |
Facebook: facebook.com/cinemanavaranda
Twitter: @cinemanavaranda
Instagram: cinemanavaranda
e-mail: podcastcinemanavaranda@gmail.com
Anchor: anchor.fm/cinemanavaranda
*Gravado no sábado, 4 de março, via internet.
Oxente, gente, Women Talking deixa claro desde o comecinho que aquilo era fruto da imaginação fértil das mulheres, de modo que esses diálogos, quase acadêmicos, não aconteceriam no contexto real. Essas mulheres não sabiam ler nem escrever, o que justifica a escolha de um homem, um professor, que estudou fora da comunidade, para fazer a ata das reuniões e levar a história para a posteridade, assim como se fez a Bíblia. É um paralelo entre o cristianismo masculino e a fé que se levaria adiante com as mulheres. Reparem que, no fim, nasce o bebê de Oma, aquele que vai testemunhar um mundo diferente. Umas das personagens menciona uma cultura religiosa anterior ao patriarcado cristão. O mais importante pra mim, no entanto, é como se constrói o consenso sobre o futuro, coletiva e colaborativamente, e o feminismo é exatamente isso: múltiplas protagonistas projetando, ainda que dolorosamente abdicando de parte de seus egos silenciados, o futuro viável comum.
CurtirCurtir
Concordo em boa parte sobre A Baleia.
Só achei o filme bem pior do que vocês de maneira geral.
Incrível como o filme tenta ter TUDO dentro dele: a obesidade, sexualidade, profissão, família, jornada terminal, amizade e religião, e consegue conduzir TUDO ISSO com a sutileza de uma pata de elefante.
Eu gosto do Darren Aronofsky, mas esse filme, olha, é de um desgosto gigantesco. Estava ainda com ressalvas no filme até a filha aparecer, ali já senti o desastre começar (ou seja, não tive paz nem por 15 minutos), e daí foi só caindo. Acho que tenho problema com esses filmes bocós artificiais de relação pai e filha, depois de Aftersun ter que aguentar esse, pra mim deu. Se vierem de novo com “pai e filha” acertando a conta do passado ou algo do tipo, eu vou mandar pra…
Pra mim não salvam nem as atuações, que ficam entre o teatro, o naturalismo e o esquemático (a cena do “preciso saber que fiz uma coisa certa na vida”, traduz bem o que estou falando, na mesma cena o momento sai da cena e retomamos a cena). Trilha absurdamente irritante, e o pior de tudo é que esqueceram de contratar um diretor de fotografia.
CurtirCurtir
não estou pronto para viver em um planeta em que Jamie Lee Curtis e “The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” ganham oscar, e a Fernanda Montenegro não. Azar do óscar…
P.S.: quem diria que o Henrique Miúra, demolidor de unanimidades tolas, caiu na unanimidade tola do triangle of sadness hein?! Pior que ele não está sozinho, em um grupo de cinéfilos li coisas como “novo parasita”. Argh!!!
CurtirCurtir
Eu já fui um obeso mórbido (em um estágio menos extremo do que o retratado no filme) e também tive uma fase mais distante e cheia de culpa no relacionamento com a minha filha (que hoje é uma adolescente de 19 anos morando comigo) e durante muito tempo na minha vida enxerguei uma relação direta entre esses dois aspectos da minha vida. isso posto, digo que detestei ‘A Baleia’, e muito. Especialmente por apresentar a vida de um obeso mórbido como uma sucessão rumo ao fim do poço em que a única constante são os episódios de comer compulsivamente. Novamente, a pessoa gorda é mostrada como alguém que padece por não ter força, seja de vontade ou mental, para resistir aos encantos da comida. Caralho, é tão mais do que isso. Uma outra coisa que me deixa mal no filme é que a caracterização da dificuldade de ser obeso mórbido é bastante verossímil. Quem já esteve naquele estado sabe que o suor, as dores, a restrição de movimento e o desconforto físico generalizado são exatamente assim. E digo que me deixa mal porque é uma manipulação: ele mostra de maneira fidedigna o horror físico que é ser um obeso mórbido, mas simplifica demais a experiência completa de ser alguém assim. Ser gordo é uma merda, mas ser julgado pela régua moral distorcida do Aronofsky é muito pior.
CurtirCurtir
“Tudo em Todo Lugar” abriu a porta para que Barbie pudesse entrar. Esse Oscar cavou um poço tão fundo que até a Samara consegue ver ele lá de cima. Sem contar que a apresentação da TNT deixou tudo mais degradante. É desrespeitoso! Sério, não tem um crítico de cinema para comentar o Oscar nesse país? Eu até queria saber a opinião de vocês, porque a cada ano que passa a transmissão da TNT fica pior. Uma galera falando obviedades e uns comentários super rasos que fazem a Glória Pires parecer uma uma grande jornalista da Cahiers du Cinéma. Eu tive que ouvir um Jamie Lee Curtis, rainha da franquia “Pânico”. Putz.
E mais três pontos:
Em 2024, vai começar a valer as novas regras da Academia quanto a diversidade em seus filmes. Desse modo, Top Gun foi indicado na hora certa.
E parem de birra com a A24. Recalque não faz bem.
Ahhhh e….
Ted Lasso voltou. Sejam bem fofos com ele, viu? É sua última temporada.
Abraços.
CurtirCurtir