Episódio 116: Oscar 2018 | Projeto Flórida

EP 116: A Forma do Oscar

Tudo sobre o Oscar 2018 (13:07): a participação, das mulheres e dos latinos, as melhores piadas, os injustiçados, os momentos tediosos… Para você que acompanhou toda a temporada do Oscar na Varanda, eis o ato final – com direito a perguntas enviadas pelos ouvintes do podcast.

Destacamos o ótimo filme Projeto Flórida (1:06:38), de Sean Baker, que acabou com apenas uma indicação da ator coadjuvante. A Varanda acredita que ele merecia outro destino.

E mais: Cantinho do Ouvinte e, entre as Recomendações, duas séries e o filme Golden Exits. Bom Podcast!

| Metavaranda |

Projeto Flórida | The Florida Project | Sean Baker | 80

| Varandeiros |

Chico Fireman @filmesdochico
Cris Lumi @crislumi
Michel Simões @michelsimoes
Tiago Faria @superoito

Gravado na segunda, 5 de março, na varanda do Michel.

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14 comentários sobre “Episódio 116: Oscar 2018 | Projeto Flórida

  1. No filme Magnólia o mantra do personagem do Tom Cruise era “ The Cock”, seria ele um descendente da casa Woodcock? Existiria um universo compartilhado (PTAverse). Vou ligar agora pro Seu Jorge e marcar um papo de bar.

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  2. Então, no final a Academia premiou o remake de Splash – Uma Sereia em Minha Vida. Fantasia, romance, comédia e rejeitados tudo reunido em um só filme. Coerente para a narrativa que o óscar quer passar para a posteridade. As pessoas podem até criticar a premiação, reclamar dos injustiçados, dizer que nunca mais vai assistir o Óscar, mas no final como diria MC MELODY: fale bem ou fale mal, mas falem de mim. Gostei. Que venha mais óscars assim, com mais representatividade, mais diversidade e mais mudanças para essa indústria que precisa honrar mais do que nunca suas origens e seus valores.

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  3. Oie! Adorei a música no final do podcast ❤
    Sobre o Oscar: Realmente é maneiro A forma da água ter ganho, mas eu tava com tanta esperança pra Corra! que fiquei decepcionadinho. Achei a cerimônia bem sem graça. Vi depois de um festival, sob efeito de substâncias lícitas e ilícitas, e tinha CERTEZA que ia chorar a beça. Não caiu uma lágrima. Mas tudo valeu por 3 momentos bem especiais: as vitórias de Uma mulher fantástica, James Ivory e Jordan Peele. Vou aproveitar pra fazer uma pergunta: já temos algum filme exibido em Sundance ou Berlim que esteja no burburinho pra próxima temporada de premiações, a exemplo de Call Me By Your Name no ano passado?
    Sobre Projeto Flórida: foi o único filme que eu consegui ver no Festival do Rio ano passado e eu saí do cinema em êxtase. Filme que aborda uma questão super delicada de maneira muito humana e respeitosa, sem ser fatalista, sem julgar os personagens e sem aquele peso de denúncia panfletário estilo Eu, Daniel Blake que eu acho uó. To bem feliz que ele estreou em circuito pra poder revê-lo e colocá-lo na minha lista de melhores do ano. E sobre Brooklynn Prince: ainda não sei lidar com tanta fofura e talento.

    Abraços e até semana que vem!

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    1. “Mas tudo valeu por 3 momentos bem especiais: as vitórias de Uma mulher fantástica, James Ivory e Jordan Peele”

      Sim, concordo. Pra mim, o melhor do Oscar foi isso. E bom saber que temos mais um fã de ‘Projeto Flórida’ aqui na Varanda. Comparei com Ken Loach, mas com os filmes dele que considero fortes. O ‘Eu, Daniel Blake’ não está entre eles, e aí acho que ele cai feio no erro do cinema panfletário.

      Abraço

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  4. Quando vocês começaram a falar dos atores que sempre ganham com atuações “grandiosas”, lembrei demais de uma matéria que saiu na Vox sobre os “method actors”. A matéria explora como esses atores que fazem uma atuação física, ou que propõe uma preparação intensa (como ficar isolado no personagem por meses a fio) são historicamente valorizados nos Oscars. Além disso, a reportagem evidencia um potencial marqueteiro por trás, fazendo com que haja uma supervalorização dos atores como um mote para vender o filme tanto na bilheteria quanto para as premiações. Acho que o Tiago principalmente vai curtir bastante.

    Sobre o Florida Project, eu gostei demais do filme. Principalmente das escolhas estéticas do Sean Baker. Elenquei algumas:

    1 – A montagem e direção de Baker sempre apontam para um mesmo artificialismo delirante com a 35mm, tentando captar essa intensa dureza de viver na cidade dos sonhos realizados no meio da inospitez de um quarto semi-comunitário.

    2 – O heliponto próximo ao hotel traz um efeito sonoro e visual interessantemente diatônico: o barulho do voo durante conversas atrapalha o que já estava ruidoso e a imagem da decolagem como alegoria de um escape imediato dali persegue os personagens.

    3 – Existe um recurso de tomadas relativamente grandes que acho interessante. Beira ao tédio em alguns pontos, e eu acho que é por aí: essas crianças não estão se divertindo 100% no final das contas.

    4 – A cena no buffet do hotel de luxo a Moonie é filmada em close-up e revela uma mãe impotente perante a perda do seu bem maior. Todo o carisma e simpatia de Moonie são jogados à tela de propósito mesmo, para o espectador se encantar com toque melancólico uma última vez como a própria mãe.

    5 – A edição da cena da pré-fuga da Moonie é incrível. Sean Baker consegue mostrar como a filha tem um temperamento muito similar ao da mãe e toda essa histeria é reagida com uma impotência brutal que reflete no espectador. Em contraponto, o personagem do William Dafoe, o enérgico e ultraeficiente gerente, distrai-se com a situação que foge ao seu alcance e não consegue impedir a fuga da criança. No fim, Halley solta um grito de indignação sobre a incompetência generalizada enquanto ela era acusada de tal.

    Foi mal a empolgação no comentário. Abraços!!!

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    1. Legal o vídeo, Davi. Acho que resume bem essa tradição do Oscar de valorizar a atuação que se vende como a mais intensa, a mais transformadora, a que quase levou o ator/a atriz ao limite etc. É verdade que isso acaba contando como parte do marketing do filme, sim. Pagaremos ingressos para ‘O Regresso’ também para ver as cenas que quase causaram a morte do DiCaprio (ou algo perigoso do gênero). Mas, com o passar do tempo, lembro mais do DiCaprio de ‘O Lobo de Wall Street’, por exemplo, que do DiCaprio largado e pelado na selva lutando pela sobrevivência. Para mim, é muito barulho para (em muitos casos) pouca atuação verdadeiramente forte.

      Sobre o Projeto Flórida: adorei os argumentos. A cena do buffet é maravilhosa mesmo, concordo.

      Abraço!

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  5. Sobre o que o Michel levantou durante o programa sobre as mulheres não estarem enlouquecidas sobre as derrotas no domingo: calma, o feminismo tem bom senso também. Não acredito que alguém vai reclamar sobre a derrota da Rachel Morrison por exemplo, não queremos cotas nas premiações. Na minha opinião, Lady Bird não foi ‘esnobada’, simplesmente não ganhou. Uma pena a Varda ter perdido, mas pensando bem, talvez o Oscar honorário dela tenha até diminuído as chances dela, com aquele pensamento de ”já que ela tem um Oscar…”. E Tiago, tb acho que a apresentação do Gael foi irônica. abçs varandeiros.

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    1. Maravilha. Acho que, na verdade, fiquei frustrado com a ausência do Lady Bird porque era um dos meus filmes preferidos na disputa. Mas senti falta, sim, de vê-lo no balanço final de premiados. Acho que teria rendido ao menos um momento de impacto na cerimônia.

      Abraço!

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  6. Olá varandeiros! É um prazer poder ouvi-los semanalmente! Gostaria de deixar um comparativo que pode soar polêmico: será que poderíamos dizer que “Projeto Flórida” seria uma versão contemporânea e revisada de “a vida a bela”; comparo a mãe de Moonee ao personagem Guido(Roberto Benigni), ela tenta proporcionar a filha uma infância venturosa e divertida apesar de todas as tristes circunstâncias pelas quais precisa enfrentar e superar, além de velar a situação aos olhos de sua filha para que este período seja desfrutado o melhor possível, a mãe vai a beira da decadência visando o bem estar de sua descendente…assim como Guido mascarou a presença da sombra perversa do nazismo sobre o período da infância do seu filho em um campo de concentração nazista, suavizando as suas percepções naquele ambiente hostil…

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    1. É uma comparação válida, ainda que eu tenha grandes restrições ao filme do Benigni (principalmente na maneira como ele usa o Holocausto para narrar uma fábula doce). O uso do ponto de vista infantil para dar uma perspectiva inusitada a temas dramáticos é bem comum no cinema (recentemente falamos sobre ‘Verão 1993’, que tem um ponto de partida diferente). O ‘A Vida é Bela’ tem essa semelhança, mas acho que o personagem do Benigni tem uma relação menos ‘de igual para igual’ com a criança… De qualquer maneira, é curiosa a lembrança (você poderia ter lembrado também de ‘Adeus, Lênin’, por exemplo, mas invertendo os papéis).

      Abraço!

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