[Heróis da Resistência]
Dois grandes lançamentos nos cinemas estão em discussão esta semana. Wagner Moura estreia na direção com a biografia de Marighella. Tantas polêmicas e a pandemia adiaram muito seu lançamento, mas não diminuíram o impacto de sua chegada.
Eternos (37:49) leva a ganhadora do Oscar Chloe Zhao ao mundo Marvel. Depois de uma carreira de filmes independentes e atores amadores, enfim é hora de saber o quanto ela poderia trazer de sua marca à fase 4 do MCU.
E mais: Boletim do Oscar, no Momento Belas Artes à La Carte recomendamos um clássico de Alain Resnais. No Puxadinho da Varanda destacamos nossos favoritos da Mostra SP, além dos filmes O Último Duelo, Belonging, os sul-coreanos Moving On, Luck-Chan-Sil, Micro-habitat, e a série Cenas de um Casamento. No Cantinho do Ouvinte, o Metavaranda dos Ouvintes e os comentários sobre o episódio anterior. Bom Podcast!
| Varandeiros |
Chico Fireman @filmesdochico
Cris Lumi @crislumi
Michel Simões @michelsimoes
Tiago Faria @superoito
| Cinema na Varanda nas redes sociais |
Facebook: facebook.com/cinemanavaranda
Twitter: @cinemanavaranda
Instagram: cinemanavaranda
e-mail: podcastcinemanavaranda@gmail.com
Anchor: anchor.fm/cinemanavaranda
*Gravado no domingo, 7 de novembro, via internet.
Quando eu li uma entrevista da Chloé Zhao elogiando Homem de Aço do Zack Snyder e que serviu de inspiração para Eternos, eu tinha quase certeza que estava vindo uma bomba aí. São inúmeros os problemas do filme que, na minha opinião, não tem ritmo,não tem forma e na real, uma história completamente sem propósito. O ‘enredo’ dessa trama é cheio de dramas supérfulos que esgotam a paciência de qualquer pessoa, sempre diante de um por do sol, nunca entendi a necessidade de tanto por do sol e sem motivação concreta. Todos os figurinos e cenários são falsos e bregas. Para um filme de fantasia, isso é um crime. Você consegue perceber com uso excessivo de dourado e pela peruca da Angelina Jolie. Super concordo com o Michel, as cenas de ação foram deixadas exclusivamente para a equipe de efeitos especiais, genérico e sem personalidade. A edição do filme é caótica, várias alternâncias temporais desnecessárias, várias vezes voltando pro passado pra explicar o óbvio. Enfim, o filme é bem ruim. Mas eu faço uma análise sobre a escolha da diretora para o projeto. A Chloé Zhao sempre trabalhou com poucos personagens em seus filmes, o ritmo das suas narrativas são comulativas, todo o desenvolvimento é sempre pensando no micro. Aí basicamente de uma hora pra outra, a Marvel chama uma diretora que sempre foi minimalista no seu jeito de filmar, pra fazer um filme em múltiplos continentes, com atores de diversos países, pra desenvolver vários heróis e fazer uma trama de tesão e distensão, de ação quase que continua. No final, tudo é muito mal trabalhado, principalmente os atores. Esperar que a Chloé Zhao faça um grande filme de ação pela trajetória da carreira dela é o mesmo que esperar que o Christopher Nolan faça uma grande comédia romântica. Alguns diretores não combinam com certas histórias. E tá tudo bem.
Abraços.
CurtirCurtir
Acho que em Eternos a Marvel deu um giro conceitual em seus filmes. Se antes os personagens discutiam o “quem sou eu?”, com Eternos a gente vai pro “qual o meu papel no mundo?”, um pouco na linha do que a DC se propôs a fazer. E isso nem tem a ver com qualidade de filme ou mesmo gênero, é mais uma questão de propósito mesmo. Me parece interessante. As pessoas envelhecem, o público amadurece e as relações com o mundo se transformam. Espero mais desse tipo de abordagem no futuro. Saí feliz da sala de cinema.
CurtirCurtir
Olá queridos varandeiros, é a primeira vez que comento aqui no site. Geralmente acompanho vocês mais pelo twitter e insta. (Inclusive, cheguei até vocês através de um episódio sobre Nicolas Cage, muito bom). Gosto sempre das análises de vocês e por isso mesmo gostaria de aproveitar para discordar a respeito de Marighella. Minha principal discordância vem em relação a visão de que o filme se trata de um produto popular. Nem sei bem ao certo se todos vocês concordaram com tal classificação anunciada pelo diretor Wagner Moura, mas discordo frontalmente. Acredito que Marighella seja um filme fechado dentro de sua própria concepção solene a respeito de um personagem histórico. Havia muitas formas de se fazer um filme a respeito de um personagem marginal. Poderia se fazer uma espécie de Bandido da Luz Vermelha, eliminando qualquer resquício de fidelidade histórica. Poderia se fazer um filme em que um personagem satélite, um guerrilheiro (a garota da pinta da bochecha talvez) enxergasse em Marighella uma forma de salvar o país, juntando-se a luta. Pode-se fazer um filme Mosaico, fragmentando momentos da vida do herói ou até mesmo (seria esperar demais) que Wagner Moura contasse a história da Marghella através de um policial que durante a caçada ao Inimigo Público número 1 se desse conta de que talvez estivesse lutando contra o próprio povo. Mas não. Infelizmente não temos um roteiro, não temos narrativa. Apenas tiroteios intercalados por aquelas expressões chorosas de Seu Jorge, onde muitas almas benevolentes enxergam uma fagulha de atuação. Ele nunca me convenceu. Aliás, minto. Em Cidade de Deus, um personagem chamado Tião Galinha, um ex-soldado, agora um simples trocador de ônibus, se envolve em uma disputa amorosa contra Zé Pequeno que estupra sua namorada. Por vingança Tião Galinha decide entrar numa guerra contra Zé Pequeno pela tomada do morro, torna-se ladrão de banco matando um vigia, posteriormente sendo morto pelo filho deste mesmo vigia. Ali sim, Seu Jorge me convenceu. Ou será que ali havia algo a dizer além de frases de efeito?
Sobre os Eternos o que se pode falar de uma diretora que alfineta a Amazon mas se entrega a Disney?
Um abraço a todos,
Continuem com o ótimo trabalho.
CurtirCurtir