EP 262: O Som do Silêncio | A Festa de Formatura

[A Meryl Cantou e Eu Riz]

Dois filmes relacionado a música estão sob os holofotes da Varanda. Começamos com O Som do Silêncio, de Darius Marder, sobre um baterista de metal que perde a audição. O filme tem aparecido listas de melhores do ano e pode surpreender no Oscar.

O diretor Ryan Murphy está de volta com a adaptação de um musical da Broadway. A Festa de Formatura (24:32) traz um elenco de peso (Meryl Streep, Nicole Kidman, por exemplo) para falar de inclusão, ao tratar da história de uma garota do interior barrada do seu baile por querer levar uma outra garota como acompanhante.

No Momento Belas Artes à La Carte recomendamos o encontro de Jean-Luc Godard e os Rolling Stones. No Puxadinho da Varanda destaques para Emicida AmarElo – É Tudo p/ Ontem e Alelí. E, no Cantinho do Ouvinte, os comentários dos varandeiros sobre o episódio anterior, com um Boletim do Oscar inesperado. Bom Podcast!

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*Gravado na segunda, 14 de dezembro, via internet.

9 comentários sobre “EP 262: O Som do Silêncio | A Festa de Formatura

  1. Olá Varandeiros,

    Antes de falar sobre “The Prom”, quero falar um pouco sobre a trajetória do Ryan Murphy. Primeiramente, RM começou sua carreira como roteirista de uma pequena série chamada Popular, que já abordava uma sátira ao High School americano que se aprofundou ainda mais com Glee, os dois trabalhos são quase uma antítese do filmes do John Hughes. Além de critica e zoar esse ambiente escolar ou mesmo o próprio modo de vida do americano médio de um estado conservador, Glee conseguiu tratar de temas como racismo, lgbtfobia, gordofobia, capacitismo, numa época em que quase ninguém na tv ou no cinema tratava, além de possuir um dos elencos mais diversos da época com atores negros, lgbts, com sindromes de down, cadeirantes, latinos. Um feito enorme, já que anos depois, representatividade seria uma causa extremamente importante pra hollywood. Tanto que hoje, uma das suas séries de maior sucesso “Pose” tem um elenco predominantemente negro, latino e trans, algo realmente fora dos padrões. Por isso, a representatividade sempre foi um dos seus maiores feitos nas suas obras.
    Ryan Murphy nunca foi um grande diretor, ainda mais porque ele nunca começou a carreira como tal, mas foi como produtor que reintroduziu o conceito de musicais (glee) para a Tv Americana, e ainda mais, resgatou depois de anos, o formato de antologia com American Horror Story e American Crime Story, bem como as séries de horror/suspense.
    Como diretor, sempre foi um desastre, ele filmou aquele filme da Julia Roberts, eat, pray, love (PÉSSIMO) e também filmou a adaptação da peça da broadway The Normal Heart como telefilme para a HBO (vencedora do Emmy e pra mim um dos seus melhores trabalhos). Depois disso, ele começou a se tornar um produtor megalomaníaco, produzindo 300 séries e filmes por ano e sempre terminando seus trabalhos da pior forma posssível e plastificando cada vez mais sua obra. Muito triste, uma vez que, no início ele realmente tinha uma marca e era interessante ver seus trabalhos, hoje eu me importo cada vez menos.
    Sobre The Prom, eu acho um filme mega brega, no pior sentido, as cenas musicais são cagadíssimas, ele não consegue criar uma cena musical decente, as músicas são super mal escritas e porque diabos ele tem que ficar andando com a câmera toda hora, o filme me deixou até tonto certos momentos, qual a dificuldade material de deixar a câmera parada? Os atores estão detestáveis, principalmente o james corden, as atrizes principais são muito sem graça. Realmente, nota 1,5.
    Outro ponto, nunca comparem esse filme pavoroso com Glee. Glee, na sua primeira temporada, era uma série engraçada, afiada, satírica, pop, esse filme não tem nada disso, só o fato de ter músicas. Achei a comparação injusta, acho que vocês deveriam rever Glee para falar sobre.

    Abraços.

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    1. Oi, Caio. A comparação, no caso, era simplesmente: duas produções musicais do Ryan Murphy que se passam em high schools. Glee é muito melhor, sim (eu vi a primeira temporada e gostei). No mais, não foi nossa intenção aprofundar a análise entre os dois projetos.
      Abraço

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  2. Oi Varandeiros, tudo bem?

    Parabéns por mais um ótimo podcast! Meu comentário na verdade é para confessar que vocês foram os grandes campeões de audiência na retrospectiva Spotify – maratonei vários dos episódios antigos e no fim escutei mais de 12 mil minutos do Cinema na Varanda! Nesse ano atípico, posso dizer que ouvi mais as vozes de vocês do que da minha própria família.

    Se me permitem, venho propor o lançamento de uma campanha de fim de ano: “Tiago Faria, vem pro Letterboxd!”. Adoro acompanhar o restante dos varandeiros nessa rede e acho que faltam os comentários perspicazes do Tiago sobre filmes mais antigos, e também sobre lançamentos que não entram na pauta do podcast.

    Abraços a todos

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  3. Oi varandeiros,

    Discordo do Chico. Não acho que hollywood teve seu despertar e agora começou a perceber que precisava premiar diretoras mulheres ou pelo menos indicá-las, mas as circunstâncias do momento as favoreceu. Não sei se vocês repararam, nessa próxima corrida do oscar, não terá nenhum filme com a verba de 1917, The Irishman, Joker, Once Upon A Time…In Hollywood, Ford v Ferrari, todos dirigidos por homens, e sim filmes como: Nomadland, One Night in Miami,First Cow, The Father, Minari, Sound of Metal, Ma Rainey’s Black Bottom, basicamente filmes com baixíssimo orçamento, super independentes e de diretores estreantes. Lançamentos que causam poucas perdas para seus estúdios e distribuidoras. Se formos colocar na conta filmes com alto orçamento deste ano teremos: Mank, The Trial of the Chicago 7, News of the World. The Trial of Chicago 7 tem um orçamento um pouco mais alto por conta do elenco, News of the World foi vendido internacionalmente para Netflix pela Universal para ela reduzir suas perdas com o filme nos EUA, e Mank já seria o grande filme da Netflix esse ano, entretanto seu orçamento é bem menor que qualquer um dos grandes filmes feitos no ano passado, o mesmo vale para os outros. Duvido que se Nomandland tivesse estreado em 2019, teria a mesma recepção atual, provavelmente seria esnobado.

    Portanto, o adiamento dos grandes filmes do oscar, causou esse cenário, e por conta disso conclui-se que existe um problema estrutural em Hollywood. Os grandes estúdios não disponibilizam altas verbas para diretoras produzirem seus filmes dos sonhos, enquanto David Fincher teve verba para fazer Mank, Chloé Zhao teve orçamento para produzir Nomadland, que não custa nem um quinto disso. Isso vale para praticamente todos os filmes dirigidos por mulheres que entram na corrida do oscar. Ano passado, por exemplo, Little Women foi o filme de menor orçamento dos indicados. Quando nos indicam. E todo ano é desse jeito, em último. Assim fica muito difícil de competir. Acredito que ano que vem tudo volte a como era antes. Muito triste. Espero que a Chloé Zhao ganhe, seria muito inspirador.

    Abraços.

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  4. Pelo podcast fiquei interessado nesse filme do baterista surdo, e ver os dilemas. (vou caça-lo para ver se consigo assistir).
    Como o Murilo nasceu surdo (meu filho), percorremos diversas etapas buscando entender os melhores caminhos para ele, até finalmente, quando ele tinha 3 anos (hoje ele tá com 7) fazer o implante coclear, que foi uma revolução na vida dele. E em meio a nossa jornada e descobertas, percorremos e encontramos diversas histórias, que dialogam um pouco com algumas abordagens que vocês fazem no filme. No meu caso, uma que encontrei e foi bem chocante foi a dos fundamentalistas religiosos que optam por deixar os filhos sem escutar, pois se são assim é por uma escolha divina e não devem intervir. Acho uma pena, vendo o quanto o Murilo é capaz de levar uma vida praticamente plena devido as tecnologias e evolução que temos hoje, principalmente pela descoberta precoce da perda (ainda na maternidade). Ah, e esse clássico vídeo de mostrar a reação da pessoa quando o implante é ligado, tenho gravado o do Murilo e é uma das maiores emoções da vida!
    Acabei não falando de cinema, mas é que esse é um tema pessoal que me toca bastante.
    Abraços,

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    1. Oi, Miura. Você chegou a ler o ‘Longe da Árvore’? O capítulo sobre surdos eu acho incrível. Imagino que você vá curtir o ‘Som do Silêncio’, viu… E emocionante a história do seu filho. Ótimo saber que deu tudo certo!

      Abraço!

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  5. Varandeiros, parabéns por terem conseguido assistir A Festa de Formatura, realmente é muito profissionalismo não parar na metade. Me pergunto se todo final de ano seremos brindados com um musical “Cats”?
    Com relação ao Oscar, existe alguma chance de Bacurau aparecer em alguma indicação? Montagem? Roteiro? O filme aparece em várias lista deste final do ano, me parece até surpreendente já que a campanha de marketing não me parece tão forte.

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