[Passageiros da Agonia]
Charlie Kaufman, roteirista de ‘Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças’, está de volta com mais um de seus roteiros complexos que exploram os labirintos da mente. Dessa vez adaptando o livro de Iain Reid, o americano dirige seu terceiro filme, Estou Pensando em Acabar com Tudo (11:11), a nova aposta da Netflix.
Outra estreia interessante em streaming é o nacional Breve Miragem de Sol (45:03). A segunda experiência em ficção do cineasta Eryk Rocha parte da vida difícil de um taxista que trabalha nas noites cariocas para retratar uma cidade em crise.
Boletim do Oscar (1:16) aproveita para elencar os filmes da Netflix, além de outros favoritos, que estão cotados para a próxima Corrida ao Oscar. No Momento Belas Artes à La Carte destacamos um filme marcante do diretor britânico Michel Powell. No Puxadinho da Varanda tem Cinefantasy e os filmes do argentino Alejo Mollansky. E, no Cantinho do Ouvinte, os comentários dos varandeiros sobre o episódio anterior. Bom Podcast!
| Varandeiros |
Chico Fireman @filmesdochico
Cris Lumi @crislumi
Michel Simões @michelsimoes
Tiago Faria @superoito
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*Gravado na segunda, 7 de setembro, via internet.
Olá Varandeiros, tudo bem?
Vendo o novo filme do Charlie Kaufman, me fez lembrar em muitos aspectos Mother! do Darren Aronofsky, porém este último é muito mais divertido e mais debochado e isso também não significa que ele seja melhor. Só acho que I’m Thinking of Ending Things é extremamente calculado e cansativo em vários momentos. O resultado é frio. Pra mim, todo filme que você tem que correr para internet pra entendê-lo já não é um bom sinal. Em nenhum momento pensei que houvesse alguma referência ao filmes do David Lynch, são modos de trabalho completamente distintos e sem paralelos, não acho que teve alguma intenção do Charlie imitá-lo. Além disso, acho que os melhores filmes do Charlie Kaufman são aqueles não dirigidos por ele, Spike Jonze, por exemplo, consegue entender de forma muito mais orgânica seu roteiro, é mais expansivo sobre suas as ideias e sabe dirigir muito melhor seus atores. Para mim Adaptation (Né Tiago) e Being John Malkovich são os seus melhores trabalhos. Outro problema que eu vejo nesse filme é a repetição das mesmas questões de toda a sua filmografia e da mesma forma de pensar e filmar sobre isso. Depois de oito filmes, a sensação que fica é que ele anda se autoplagiando e isso é um pouco frustrante. Esperava mais dele, porque ainda acho que ele tem competência para fazer bons filmes.
Ps: Cadê a Paula Ferraz?????????? Estou com saudades.
Abraços.
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Oi, Isabela, o filme me trouxe David Lynch (e outros diretores também, como o Carax) quando pensei nas possibilidades de desenvolver uma trama aberta, onírica, que não explica nada e se sustenta apenas na organização das imagens, no ritmo da narrativa… Só isso mesmo. Se bem que, pensando de novo, acho que tem algo de ‘Estrada Perdida’ ali na segunda metade, hem rs
Obrigado pelo comentário!
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Que saudade eu tava de vocês! Com a quarentena eu não conseguia ouvir podcast nenhum, me acostumei a ouvir na rua, caminho do trabalho e etc. mas o bom filho à casa torna! E tenho um monte de ep pra maratonar!!!
Sobre Estou pensando em acabar com tudo, só consegui assistir parcelado porque simplesmente não ia… meu interesse sumia, poucas cenas empolgaram! Mas me deixou curioso e fui atrás do livro… a história cresceu demais. Mas enfim, o filme é uma ótima propaganda para o livro… pq como filme mesmo, é apenas regular.
Abraços!
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Sou ouvinte do podcast há uns meses, mas é a primeira vez que comento aqui. Vamos à realidade: vocês conseguiram realmente destruir o filme do Kaufman pra mim! Não que isso seja necessariamente ruim, mas é um fato. Na verdade, o filme se destrói por si mesmo, mas tava tudo tão encaixadinho e bem bonito na minha cabeça até eu começar a ler as críticas… Porém, foram vocês os que me esclareceram o motivo de o filme ter caído tão rapidamente: havia muito mais a ser construído, muitas possibilidades que foram desperdiçadas. Eu fiz isso por mim mesmo depois de ver o filme, mas percebi que não foi o filme que me induziu a isso, eu que forcei a barra. Mesmo que eu goste da minha forçada de barra [minha leitura é que o filme é o reflexão de uma geração – chamada millenial – que não encontrou seu espaço no mundo, mesmo tendo talento (ela) ou sendo diligente (ele), cabendo tão-somente o retorno ao momento do projeções dos nossos sonhos, qual seja, a escola e a promessa de um futuro brilhante, ainda que extremamente falso, como foi o discurso romântico de John Nash em Uma Mente Brilhante, uma vez que ele era um agressor da mulher; depois, fui ver que tudo era uma projeção do personagem do Plemons, e o filme se despedaçou). Enfim, o filme era uma obra-prima até ouvi-los. Muito obrigado por nada (brincadeira, viu).
Ah, fiz um videozinho de crítica com recorte na ideologia do filme, a partir do que eu digo nos parênteses acima. Está na área site abaixo. Não tenho o conhecimento de cinema de vocês (nem perto), mas gosto e tenho alguns estudos sobre ideologia. Talvez seja de interesse de alguém. Forte abraço.
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Oi, Leonardo. Sua interpretação, realmente, é mais interessante que tudo que li sobre o filme até agora… Pena que o Charlie Kaufman não parece pensar dessa maneira! (Mas acho que, por ser aberto, o filme foi criado para permitir esse tipo de devaneio mesmo).
Abraço!
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Varandeiros, achei “Estou Pensando em Acabar com Tudo” um filme cansativo e pretensiosos (no mal sentido) vomitando referencias culturais que grande parte são inúteis. Acredito que o Kaufman não se mostra um bom diretor, acredito que seus roteiros quando filmados por outros diretores resultam em filmes mais “fluídos” e com recursos que valorizam o roteiro.
Estou muito curioso para escutar vocês sobre as mudanças nas regras do OSCAR para ampliar a diversidade, me parecem muito bem-vindas!
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