[Sobre Ruas de Fogo e Festas de Família]
O momento conturbado, com protestos ao redor do mundo, pede uma revisão de Faça a Coisa Certa (1989). De cara, tentamos responder uma questão: 31 anos após seu lançamento, o filme de Spike Lee continua atual?
Diretamente em streaming, um filme que faz o possível para entrar na última Corrida do Oscar, mas que acabou esquecido. A Despedida (46:13), comédia dramática autobiográfica de Lulu Wang, também está em discussão, apresentando uma comparação entre costumes do Ocidente e do Oriente.
O destaque no Momento Belas Artes à La Carte é um filme de Nagisa Oshima. O Puxadinho da Varanda traz filmes, séries e até um podcast de música. E, no Cantinho do Ouvinte, os comentários dos nossos ouvintes sobre o episódio anterior. Bom Podcast!
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Gravado na segunda, 8 de junho, via internet.
Caros varandeiros, mais um delicioso episódio.
Faça a coisa certa foi reprisado recentemente na tv a cabo, além de contemporâneo parece atemporal (infelizmente). Com relação ao filme “a despedida”, é apenas o segundo longa da diretora, acho que há um potencial na carreira muito grande, ainda que com todos os maneirismos presentes no filme.
Por fim, gostaria de falar que fiquei muito feliz com a Cris recomendar o podcast ABFP “ex-garagem”, como ela eu era um ouvinte do programa Garagem na madrugada (e quantas aula na faculdade foram com muito sono!).
Abraço
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Oi amigos varanders.
Assisti o Faça a Coisa Certa pela primeira vez quando soube que seria pauta no podcast. O filme deveria passar nas escolas e ser debatido à exaustão, tamanha a sua contribuição para entender o cenário secular de opressão negra. Obrigado por essa wake up call, realmente o cinema do Spike Lee é pouco estimado pelo público internacional mainstream (sou prova).
Estou agora numa maratona dos filmes dele, já assisti também Ela Quer Tudo e A Última Noite e puts… que vacilo o meu. Antes tarde do que nunca…
Queria saber se vocês acham o Spike Lee bom ator, porque acho que isso também é subestimado nele. É um gênio multifacetado mesmo.
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O Robert McKee fala, no Story, sobre como ele não gosta que falem que o cinema é bom para fugir da realidade. Pelo contrário, ele acredita que o cinema com o arte deve ser usado justamente para refletirmos questões de nossas vidas. Foi muito bacana ouvir e sentir como as experiências de vcs se relacionam com as análises das obras nos dois filmes comentados.
Em A Despedida, com a mudança de cidade e a morte de antepassados simbolizando quase que um apagamento de tudo o que é físico e ainda conecta a protagonista e a China (acho que isso fica claro na cena em que ela lamenta não ter se despedido do avô), e em Faça a Coisa Certa, com a complexidade do assunto e ressaltando a questão trazida por vocês de lugar de fala, que mostra que as pessoas podem (e devem) falar de racismo mesmo que não tenham experimentado na própria pele (até porque racismo é um problema de pessoas brancas), mas desde que façam isso a partir do seu lugar, privilegiado ou não, e do conhecimento que têm sobre. É pesado como o filme bate na gente, especialmente depois das últimas semanas.
Muito obrigado por mais um ótimo episódio, sucesso pra vcs!
Ps.: Sobre o didatismo das produções atuais, fico sempre na dúvida se é melhor ser mais complexo ou não. Vide os último acontecimentos, parece que tem uma galera que realmente ainda tá precisando aprender o básico sobre racismo.
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Sobre o PS: também fico dividido sobre isso. Prefiro filmes/séries que encarem a complexidade dos temas, mas é um momento em que muita gente sequer consegue interpretar um tuíte…
Abraço!
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Considero Faça a Coisa Certa um dos filmes mais importantes da minha experiência cinéfila. Talvez O MAIS importante. Eu vi quando estava começando a sair mais da zona de conforto, naquela onda de ‘filmes relevantes’ e acabei caindo nele. Era muito novo, estava saindo do ensino médio, e lembro que não gostei. Ou, pelo menos, não apreciei tanto quanto deveria. Li muita coisa sobre ele na época, e, apesar de não mudar minha opinião em um primeiro momento, prometi que iria rever. Um bom tempo depois, assisti “A Hora do Show”, dei cinco estrelas e já emendei com uma nova sessão de Faça a Coisa Certa.
Realmente me envergonha bastante pensar que na primeira vez que vi eu cheguei a ter o mínimo de empatia com o dono da pizzaria ao fim do filme, por achar que aquele tipo de reação não era legítima em caso algum. Na época, eu provavelmente também acreditava em protestos pacíficos, de certo. Tem certos momentos em que a força bruta precisa entrar em cena mesmo. Se as coisas ainda não mudaram e provavelmente não irão mudar tão cedo, o tipo de luta do final de Faça a Coisa Certa pelo menos mostra algum de resistência. Considero, hoje, Faça a Coisa Certa o meu filme americano favorito.
ps: Achei Little Fires Everywhere uma porcaria
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Vou fazer hoje um comentário nada relacionado ao episódio:
Eu imagino que vocês não farão crítica do tão comentado filme da semana da Netflix, o polonês 365 Dias, né? Acredito que vocês não iriam descer o nível do programa, mas me pego rindo sozinho imaginando vocês comentando sobre esse lixo. Quem sabe não rola uma surpresa da varanda? O filme é péssimo, com plot bizarro e romantização do abuso. Só valem as cenas de sexo que são bem quentes e que a trilogia 50 Tons de Cinza deveria ter ido nesse caminho.
No mais, um abraço para todos vocês!
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