[O Apocalipse é Agora?]
Na nova edição da Cinemateca da Varanda, um filme que volta e meia aparece no podcast, desde o primeiro episódio. Mad Max: Estrada da Fúria foi um dos grandes filmes de 2015. Hora de rever e debater o longa mais recente de George Miller, ambientado num planeta onde água e combustível são os bem mais valiosos possíveis. Também é o momento de resgatar as lembranças e o contexto da trilogia de ação.
Na conversa, surge um papo sobre o que será do cinema pós pandemia: haverá uma fatia de público que não se interessará mais pela experiência da tela grande? A indústria cinematográfica vai seguir com o mesmo tipo de filmes dos últimos anos?
No Momento Belas Artes à La Carte destacamos Stalker e um pouco do cinema de Tarkovsky. No Puxadinho da Varanda o filme Tigertail, o Saturday Night Live da quarentena, e destaques disponíveis nos streamings. E, no Cantinho do Ouvinte, os comentários dos varandeiros sobre o episódio anterior. Bom Podcast!
| Varandeiros |
Cris Lumi @crislumi
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Gravado na segunda, 13 de abril, na varanda do Michel.
Enquanto escutava o episódio desta semana sobre Mad Max: Estrada da Fúria, eu só conseguia lembrar dos barracos da Charlize Theron e do Tom Hardy durante as gravações. Como eles ficaram dias no deserto, no meio do nada, quase que num isolamento social, durante as filmagens tiveram muitos atritos, várias vezes tiveram que suspender as gravações, porque eles mal se falavam e não gostavam nada um do outros. Parece que o Tom Hardy era bem escroto e deselegante com toda a produção e a Charlize não gostava nada disso e até o George Miller entrou no meio. A própria Zoë Kravitz admitiu tudo. Além disso, o filme contou com atrasos de vários dias por conta de problemas meteorológicos, falta de verba e até hoje a Warner tem problemas com o diretor e ainda estão resolvendo suas pendências na justiça. Pelo menos, no final, eles conseguiram fazer um grande filme. Concordo com o Chico, a Charlize merecia oscar naquele ano, que acabou indo pra Brie Larson?
Agora, depois de um filme apocalipse, façam sobre filmes feel good. Estamos precisando nestes tempos.
E Tiago você poderia recomendar bons podcasts, além de vcs, (nacionais ou internacionais) para escapar deste período de pandemia. Eu escuto muito sobre notícias, mas só fala sobre este bendito vírus. Gostaria sobre outros assuntos. Muito obrigada.
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Isabela, vou dar uma geral nos podcasts pra te indicar no programa da próxima semana. Só estou ouvindo os sobre coronavírus também, rs.
Abraço!
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Olá! Parabéns pelo podcast e por esse episódio, aliás esse programa poderia se chamar “Revisitando o Quarto 666” ou “Varanda 666”. O fiapo de história de Mad Max: Estrada da fúria é tão pequeno que o que sobra é discutir os rumos do cinema mesmo. Apesar dos pontos ressaltados no programa sobre os temas que o filme aborda, Estrada da Fúria é raso, mas como bem lembrado, ele não se propõe a ser profundo.
É um falso dilema o que se coloca sobre o utilitarismo da arte e do experimento estético e visual por si só. É como se o experimento estético fosse vazio de significado, desconsiderando que ao não propor uma discussão isso em si já é um argumento. Veja bem, não que a arte “tenha que” alguma coisa. Não é censura, o autor é livre pra fazer o que bem entender, até filmes “vídeo game” como o recente 1917. Apenas não me interessa. E em tempos como estamos vivendo, realmente há que se pensar filmes que entreguem mais que belas explosões que ficam bonitas na tela grande. Talvez o modelo Marvel esteja com os dias contados, mas não sei se temos tanta sorte. Um abraço!
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André, acho que você menospreza um pouco o quão amplos são os aspectos típicos da linguagem cinematográfica. A trama é uma parte desses aspectos. Entendo que, ‘em tempos como os que estamos vivendo’, as pessoas queiram reflexões supostamente profundas sobre grandes temas… Mas é importante lembrar que o cinema nasceu como espetáculo e a experiência de assistir a filmes em salas fechadas com outras pessoas integra o DNA dessa arte. Ninguém ouve música prestando atenção apenas à historinha contada na letra. Ninguém entra num museu querendo saber só da história que os quadros contam. Ninguém lê livros só pela história (a menos que o interesse por literatura seja primário). Enfim: entendo que “não te interessa”, mas vamos combinar: que a linguagem cinematográfica é mais ampla que trama e roteiro, ah, é.
Abraço!
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Obrigado por responder, Tiago. Notei alguns pontos interessantes na sua resposta. Concordo que a linguagem cinematográfica é ampla, mas é bom lmenrar que a imagem não é neutra e ou independente do enredo e da trama. A imagem é roteiro, pois roteiro não é apenas a história ou o texto falado. A imagem não pode ser só bonita, bem feita e plástica sem dialogar com o filme. Se isso acontecer vira virtuosismo técnico. Volto a repetir, a escolha pelo virtuosismo supostamente “sem proposta” é em si uma proposta. E essa proposta não me agrada. Uma outra colocação é sobre o determinismo do cinema em uma síndrome de Gabriela, já que nasceu assim, será sempre assim. Walter Benjamin apostou errado, coitado…Por último, achei divertido sua afirmação ontológica sobre o que “ninguém ouve, ninguém lê” etc. Antes de encerrar aqui, gostaria apenas de pontuar que isso é um debate saudável sobre uma pequena divergência sobre cinema e não tem nada de pessoal. Adoro vocês, ouço como se fossem amigos cinéfilos que sentam no bar depois da sessão de cinema. Saudades disso. Abraço!
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O WordPress não deixou que eu respondesse diretamente o seu comentário, mas aqui vai: acho que, nessa discussão, concordamos mais do que discordamos. “A imagem é roteiro, pois roteiro não é apenas a história ou o texto falado”: sim, de acordo (e por isso fiz referência aos storyboards do Mad Max, por exemplo). E a afirmação ontológica que te divertiu foi força de expressão (com algo de wishful thinking, enfim; ninguém é de ferro). Abraço!
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Só pra iniciar… É “Estrada DA Fúria” rsrs
Tenho perspectiva diferente em relação a questão da experiência. Sei que muitas vezes é dificil dissociar, mas o filme é o conteúdo e não o local ou com quem vc viu.
Tenho certeza que se os cinemas acabassem depois dessa pandemia, nós não deixariamos de ver filmes apenas pq veriamos num tela menor. Até pq mesmo entre os cinemas, existem telas menores e maiores. O que quero dizer é que não acho justo desqualificar a “experiência” do filme por ve-lo numa tela menor.
Eu mesmo vi o filme 5 vezes no cinema kkkkk mas a minha ficha caiu totalmente sobre o filme ser um obra-prima foi quando o vi em casa. Talvez exatamente pela falta de “fogos de artificio” pude ver o quanto a narrativa é bem construida e o roteiro é exemplar (muitas vezes subestimado). A trama principal em si pode ser simplória, mas a construção de mundo é espetacular, os arcos de todos os personagens são bem completinhos e o recurso “pista e recompensa” também é feito de forma exemplar. Nos outros quesitos mais técnicos, o filme é indiscutivel. Indico o podcast em inglês “You Are Awaited”, onde os caras dissecaram o filme um minuto por episodio. Filme é riquíssimo.
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Bem, aí é um ponto de vista bem pessoal mesmo… Se você acha que a experiência cinema/TV é equivalente, tudo bem. Eu acho que não é. É claro que o filme seguirá idêntico, mas o impacto pode ser bem diferente. Duvido muito que alguém que tenha visto ‘Roma’ (pra ficarmos num exemplo que fuja do ‘filme da Marvel’) só na TV tenha percebido o trabalho imersivo de som que o filme tem. Vi o filme das duas maneiras e, pra mim, a diferença é total.
Mas cada um com seu cinema.
Abraço!
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Varandeiros, infelizmente não pude vê Estrada para Fúria no cinema. Ainda que seja um grande filme, mesmo na TV, acho que perde um pouco a grandiosidade (acho que os efeitos sonoros também se perde um pouco no cinema). Apesar disso, eu gosto da estória do filme, acho que trata de assuntos contemporâneos, mesmo que de forma superficial. Adoro também os personagens bizarros (como esquecer o guitarrista), mas e claro que o grande destaque e a imperatriz furiosa, acho sensacional!
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Corrigindo: efeitos sonoros perde muito fora do cinema (eu não tenho home theather em casa)
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