EP 214: Indicados ao Oscar 2020 | Adoráveis Mulheres | Retrato de uma Jovem em Chamas

[Retrato de um Oscar em Chamas]

Quem são os favoritos ao Oscar? Com a divulgação dos indicados em todas as categorias, os varandeiros se debruçam sobre os concorrentes e destacam os que chegam com grandes chances, os esquecidos e as surpresas. Enfim: tudo sobre o começo da corrida dos prêmios da Academia de Hollywood.

Dois filmes dirigidos por mulheres, e com temática feminina forte, estão em debate no podcast: Adoráveis Mulheres (39:39), de Greta Gerwig, e Retrato de uma Jovem em Chamas (1:11:09), da francesa Celine Sciamma. E, no Cantinho do Ouvinte, os comentários dos varandeiros sobre o episódio anterior.

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Gravado na segunda, 13 de janeiro, na varanda do Michel.

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19 comentários sobre “EP 214: Indicados ao Oscar 2020 | Adoráveis Mulheres | Retrato de uma Jovem em Chamas

  1. Oi pessoal! Como sempre, ótima discussão sobre os filmes. Quero deixar meus pitacos sobre o que foi comentado.

    Em “Adoráveis Mulheres”, eu concordo com o Chico sobre a participação do personagem do Louis Garrel naquele contexto. Eu interpretei como sendo necessário esse aparecimento seco, do nada, porque no final do filme você nem lembra mais dele, realmente. Mas faz sentido, porque entra na brincadeira que a Greta fez com a história de acatar a decisão do dono da editora de obrigar a personagem a se casar. Então meio que fica uma ironia: “Ah, pega aquele fulano lá do início, do nada mesmo, só pra fazer ela terminar casada”. Inclusive, esse personagem só existe no começo do filme (ou no filme em si) pra fazer essa ligação com a zoeira do final.

    E, inicialmente, eu também tive a mesma sensação da Cris de ficar meio perdido na montagem de ir pro passado e voltar pro futuro sem uma quebra marcada. Estava já me irritando com a confusão, até preciso rever o início. Mas, após um tempo, deu pra perceber o que é passado e presente pela fotografia. Como o Thiago falou, o passado é exageradamente marcado pelo tom ensolado, as cenas são extremamente amareladas e alaranjadas. Enquanto o presente é muito forte o cinza e o azul. Sem sutileza nenhuma.

    Já em “Retrato de uma Jovem em Chamas”, eu também senti que o romance veio do nada, como falou o Michel. Eu não estava vendo isso em nenhum momento do filme até chegar naquela sequência das rochas. E pra mim foi um pouco pior porque fui assistir sem saber absolutamente nada do filme, não tinha essa ideia de que seria um romance, então pra mim foi muito mais brusco. Realmente, a metade inicial do filme é uma coisa e a final é outra completamente diferente. Mas, após essa surpresa, eu embarquei legal no romance e achei bem interessante aqui a ideia do segredo das mulheres nesse contexto, que o Tiago sentiu falta em “A Vida Invisível”.

    No geral, eu gostei bastante dos dois filmes. Até a próxima. Obrigado!

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    1. Interessante. Você concordou com pedacinhos de opiniões de cada um dos varandeiros. É isso aí. Eu sempre imaginei que, juntos, formávamos uma espécie de organismo cinéfilo. Agora sei que o nome dele é Matheus Barros, rs. Valeu pelo comentário e obrigado por nos acompanhar!
      Abraço!

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  2. Excelente episódio! Eu gostei muito dois filmes, eles me emocionaram bastante. A versão atual de Adoráveis Mulheres é o que eu queria ter visto como adolescente em 94.

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  3. sobre o Retrato de uma Jovem em Chamas…

    pra mim a falta de voyeurismo foi um ponto positivo e essencial para o filme. a céline parece querer mostrar que as personagens principais têm uma relação de igual pra igual, e isso fica claro na cena em que a héloise prova a marianne que ela, apesar de ser a modelo, também a observa. a héloise mostra que sua posição não se resume a de um objeto sendo analisado e retratado, completamente passivo; ela também tem o poder de escrutínio. no final das contas, as duas estão na mesma posição e ambas têm o poder de desconcertar uma a outra. acho que um olhar voyeur colocaria mais distância entre as duas e objetificaria a héloise. ouvi em algumas entrevistas com a diretora e as atrizes que o olhar feminino era muito importante no filme, então acho que o voyeurismo — algo, creio eu, mais comumente presente no imaginário masculino — seria contrário a todas as intenções da céline.

    fiquei surpresa que vcs tenham achado que o romance veio do nada, mas isso é coisa bem subjetiva mesmo. pra mim a tensão sexual já havia começado desde as primeiras cenas entre as duas e só foi crescendo.. aliás, achei demais a química entre a Noémie Merlant e a Adèle; era cada troca de olhar que parecia que elas se comunicavam por telepatia. até onde me lembro, nem um ‘te amo’ foi falado entre as protagonistas e, ainda assim, isso é o que elas pareciam dizer a todo momento.

    interessante vcs falarem que o filme tem certa frieza. não consigo me decidir quanto a isso. a emoção tá ali, é forte, é profunda, mas é contida. fui assistir no cinema e antes de começar o filme tive medo de me dar vontade de chorar e eu não conseguir segurar (odeio chorar em público rs)… bem, a vontade de chorar não veio, mas veio um grande peso dentro de mim.

    adoooro a Céline Sciamma e a Adèle Haenel já faz um tempinho. confesso que fiquei decepcionada que vcs não gostaram tanto do filme haha

    queria que vcs tivessem falado sobre a última cena também. achei PODEROSA

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  4. Necessários!!! Cris (num vestido com o Pantone da Varanda) é mais gata do que eu pensei….
    Fala rapido e bem…Sagitário ou Aquário?
    Acho interessante esse enxame de filmes de época feitos por diretoras….Me parece um inconsciente coletivo tentando reparar a história….Pra mim, esses filmes ou são Maria Antonieta ou são Ligações Perigosas…(as limitações das quais não quero (nem conseguiria) me despir)….
    Após falarem sobre o Jovem em Chamas fiquei pensando: Bom, se pegarem todos os pontos positivos, e mudarem um poucos os negativos, vai ficar um filme ótimo….
    Agora outra coisa….Dafoe, Dafoe….ai ai….judieira!!!! O Farol é só legal, meu povo….Talvez nem isso….A melhor parte é onde ele estrupia com a gaivota (quem nunca quis fazer isso?)… Todo essa papo cabeça, vamos falar logo… Shyamalan já fez mais por nós em A Dama da Água, e olha que eu odeio esse filme…Eggers talvez seja o Shyamala Arthouse que a gente precisava…A Bruxa, tal qual sexo oral e as cataratas do iguaçu, é superestimada….Ah sim, claro….Agora dá pra buscar no Xvideos: Mermaid Sex Scene e não aparecer só cena de piscina…eu corei…
    No mais é isso… Recomendo um provolone com geleia de pimenta…É bom nesse calor
    PS: O Nolan, ainda impressionado com Matrix, é o guilty pleasure do Michel…

    Beijo no Chicolito!

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  5. A respeito de o retrato de uma mulher em chamas…senti que faltou ali tudo que o filme Carol fez com excelência….simples assim…
    Gostaria de sugestão de vcs …apontassem 3 filmes cada um que valem a pena nos streamings…Amazon e netflix por exemplo…bjs

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  6. Oi, gente! Já faz algum tempo que escuto vocês semanalmente, mas nunca comentei nada por aqui, acho que por vergonha talvez, rs. Excelente programa como sempre!

    A única coisa que me deixou mais pensativa sobre tudo o que foi falado a respeito de Retrato de Uma Jovem em Chamas é a questão de o romance entre as duas protagonistas ter surgido do nada. Eu não tinha nenhuma informação antes de ver o filme e confesso que à princípio eu senti que tinha sido “do nada” também, mas depois fiquei pensando se esse nosso estranhamento não se dá por conta de serem duas mulheres. Será que se Marianne fosse um homem, não aceitaríamos com mais naturalidade uma paixão entre pintor e musa? Eu acredito que sim…

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  7. Amei Adoráveis mulheres! Passei o filme todo com um sorriso no rosto, fora quando a Beth morre e aí só tinham lágrimas mesmo.
    Curiosamente tem um episódio de friends que dá o spoiler sobre a morte da Beth.
    Pra mim o único defeito desse filme é que ele acaba.

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  8. Gente eu amei Adoráveis Mulheres!!! Assisti depois do meu trabalho e de um dia péssimo e era aquele filme que me faltava pra me fazer meu dia mais alegre e ao mesmo tempo com minha maquiagem toda borrada. Rs. Justamente, o tipo de filme que a gente estava precisando nesses tempos de hoje. Concordo completamente com o Chico. Entendo que a montagem pode ser um pouco confusa e que alguns papéis podem estar deslocados, mas nada disso me fez desgostar do filme. Era aquele romance bem feito que eu eu não via há muito tempo e com um final esplêndido. Quem concorda respira. Me fez lembrar também os bons filmes do James Ivory.

    Abraços.

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  9. Estou com o Chico nos comentários sobre Adoráveis Mulheres. Achei o filme muito bom, modernizou o que tinha que modernizar, deu uma cara própria da Greta pro filme e tudo isso sem perder a essência da história original. Achei ótimo também que foi um filme de época, que usou muito bem de figurino, cultura, ambientes e contextualização histórica sem ficar jogando isso, de ser um filme histórico, na nossa cara o tempo todo. Enfim, teve tantas outras coisas boas no filme, mas o Chico já advogou bem tudo isso no último episódio hehe

    Aproveitando os comentários sobre os nomeados do Oscar, queria pedir ajuda dos varandeiros! sempre tive uma dúvida sobre os prêmios de melhor direção e melhor filme e a discuti com amigos ou gente interessada em cinema, mas nunca tive uma resposta muito objetiva! Por que no Oscar e em outras premiações o filme mais bem dirigido não é também o melhor filme? Qual a grande diferença entre os prêmios de filme do ano e de melhor diretor? É possível, na opinião de vocês, um filme ser o melhor do ano mas não ter o melhor diretor ou diretora? por que?

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  10. Varandeiros, gostei muito de “Adoráveis Mulheres”. Fiquei com o coração confortado. Sabe quando você presencia uma artista querendo homenagear uma outra artista a qual essa artista tem um sentimento de admiração? Foi assim que o filme soou para mim, e tudo foi muito claro, gentil e grato, ainda que a montagem tenha me dado várias vertigens. E apesar disso, nem me dei conta de que o Chatolé fazia mais um papel de um menino de classe média alta perturbando a vida de outras meninas. Que papel foi esse?? Certíssima fez a Saoirse. Eu também daria para o Louis se ele só estalasse os dedos. E a respeito de “Retrato de Uma Jovem em Chamas” achei o trabalho de direção impecável, de uma educação técnica belíssima. Eu certamente tiraria as vagas de alguns diretores e deixaria tão somente Mati, Greta, Celine, Bon, Nadav e Scorcese disputando o Oscar. Perdoe-me Tarantino, mas essa galera me surpreendeu na direção. E quanto ao relacionamento ser frio ou surgir do nada, me lembrei muito de “Guerra Fria”, o filme tecnicamente era impecável mas o amor era inalcançável naquele filme. Será que estamos habituados a um amor na vida real tão apaixonante assim como em La La Land ou Nothing Hill? Não sei. Abraços!

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  11. Sobre o Oscar: vocês acham que pode acontecer com a Renée algo parecido do que rolou com a Glenn Close? É favorita, até pelo “comeback” (mesmo caso da Glenn), mas o filme chegou no Oscar muito apagado, sem nenhuma outra indicação forte (filme, roteiro, direção). Nesse caso, Scarlett sobrevive?

    Adoráveis Mulheres: concordo com o que a Cris falou sobre o “zigue-zague”. Durante o filme fiquei até mal por estar me sentindo perdido, mas, ouvindo vocês, me sinto mais tranquilo. Ainda assim, concordo com a maior parte dos elogios do Chico e acho a Florence Pugh a melhor coadjuvante da temporada (entre as indicadas).

    Retrato de uma jovem em chamas: concordo que é um filme muito ambicioso que tenta tocar em vários pontos, porém, pra mim, ele cumpre em todos. Adoro a forma que traz a arte além da importância estética, mas também como um instrumento de memória. Não tinha lido a sinopse (alô Chico), não sabia que se tratava de um romance e consegui sentir uma química absurda desde a primeira cena, pra mim não foi algo que “surgiu do nada”.

    Abraços Varanda, vocês são demais.

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  12. Algumas informações relevantes:
    a) fui ouvir o Chico na CBN, o primeiro bloco foi top, mas parei no segundo. O maluco lá é muito chato!
    b) a Joyce estava participando com o Chico lá, ela parece um bom nome pra ser convidada pra participar um dia do poadcast.
    c) se não tiver live do Cinema na Varanda não assistirei o Oscar.
    d) outro nome legal para trazerem para a Varanda é o Fernando Brito da Versátil, manja demais, poderia entrar em uma cinemateca! =)
    Por enquanto é isso, boa noite apesar de ainda ser dia.

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  13. Hello pessoal!

    Acompanho vocês desde o início do ano passado, mas nunca deixei um comentário por aqui! Estou atrasada porque vocês já fizeram os comentários sobre as pessoas que falaram por aqui, mas fiquei com vontade de escrever de qualquer forma, porque o “Retrato de uma jovem em chamas” foi um dos filmes mais lindos que eu vi esse ano e eu acho incrível como o cinema desperta coisas tão diferentes em cada um. Confesso que nesse episódio fiquei com vontade de abraçar o Chico, porque ele foi o único que defendeu e gostou mais do filme, rs. Fui assistir ao filme sem saber do romance que as personagens teriam e para mim não foi algo que aconteceu do nada. De qualquer forma, não acho que o filme seja sobre isso, inclusive não foi o que mais me chamou atenção. Acho que o filme é um retrato, quase que uma pintura do feminino. Ele explora o lado sutil, delicado e forte das mulheres lidando com situações que envolvem o corpo, o amor, a arte, a reprodução, o sexo, a diversão, até a comida, a natureza, enfim, eu me emocionei durante o filme inteiro com o olhar da diretora, inclusive os olhares das atrizes me deixaram hipnotizada na maior parte do tempo. Acho que o romance delas é o fio narrativo para um conjunto de cenas que podem ser consideradas como poesias sobre ser mulher e se sentir mulher, de forma até atemporal. Esse pode ser só o meu lado canceriano vindo à tona, mas realmente fiquei encantada!

    Beijoos! E continuem com esse podcast maravilhoso! ❤

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