EP 207: A Vida Invisível | Um Dia de Chuva em Nova York

[E aí, Minha Irmã, Cade Vc?]

Premiado em Cannes, um dos favoritos à indicação ao Oscar de filme internacional, chega aos cinemas um dos mais aguardados brasileiros do ano: A Vida Invisível (9:23), de Karim Aïnouz. Com a visita de Isabel Wittmann, a varanda coloca o filme em evidência, e ainda traz o debate da representação da mulher do cinema. A parte da conversa com spoilers fica entre 55:45 e 58:57

E Woody Allen está de volta, depois que seu acordo com a Amazon foi cancelado e polêmicas cercaram sua carreira. Um Dia de Chuva em Nova York (1:04:42) é mais um típico filme do cineasta nova-iorquino. Fica ou cai da varanda?

O Boletim do Oscar traz tudo sobre os indicados ao Independente Spirit Awards, tem Brasil na disputa. O Puxadinho da Varanda (1:19:55)tem os filmes Bixa Travesty e As Panteras. No Cantinho do Ouvinte os comentários dos varandeiros sobre o episódio anterior. Bom podcast!

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Gravado no domingo, 24 de novembro, na varanda do Michel.

16 comentários sobre “EP 207: A Vida Invisível | Um Dia de Chuva em Nova York

  1. A vida invisível e dor e glória foram os filmes que me levaram as lágrimas esse ano, ou seja, sou totalmente manipulado pelo gênero kkk que final maravilhoso!
    Sobre o novo do Wood Allen, assisti no sofá do cine sala e nem preciso dizer o q aconteceu… zzxzzz
    Adorei esse episódio, parabéns

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  2. Olá, varandeiros e varandeira!
    Amei o convite feito à Isabel e as falas da Cris na parte de “A vida invisível” especificamente. De fato, não se trata de não querer mais ouvir histórias masculinas sobre mulheres. Acho que o comentário do Tiago sobre a necessidade de pluralizar narrativas acertou em cheio: queremos ouvir, além de quem sempre fala, os que estão começando a falar também.
    Não lembro ao certo quem iniciou o debate sobre o incômodo em relação à representação da cidade do Rio no filme, mas queria jogar uma fagulha na discussão… Como carioca, gostei muito de ver “um outro Rio” representado na tela. Aliás, essa foi uma das primeiras coisas que me saltou aos olhos na primeira reflexão sobre o filme. Parece que a família da Guida e da Eurídice mora no Morro da Conceição, uma área no centro daqui do Rio que é até hoje muito habitada por portugueses e cercada pelo verde, como o filme faz questão de frisar. Aliás, a reminiscência do verde nas casas da Guida e da Eurídice já separadas parece ser uma forma de lembrar de casa, das visitas que faziam juntas à floresta (como na primeira cena do filme). Há uma cena, parece que até meio sem propósito, só da Eurídice jardinando, o que me fez pensar nesse lugar sentimental do verde no filme. Além disso, achei a representação da boemia muito bacana… A presença de personagens negros nesse momento específico do filme enriquece a localização histórica e geográfica da história: estamos no Rio de Janeiro, na Lapa, reduto do samba, o ritmo negro por excelência.
    Enfim, amei o episódio! Foi um dos meus favoritos desse ano.
    Abraços em todos.

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    1. Gostei do comentário, Sofia. Eu sou do Rio e não reconheci a cidade no filme. Na verdade, não reconheci nada especificamente brasileiro lá. A trama poderia ocorrer em qualquer lugar. Acho que está mais ligada a uma época específica que a um lugar, a um país. Enfim. Essa foi a sensação que ficou para mim. Interessante saber que você viu a cidade bem representada. Mais uma prova de que o filme fala de maneira muito diferente a diferentes espectadores. Abraço!

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  3. Inicialmente, me desculpem pelo tamanho do comentário …

    Esperei completar um ano como ouvinte para comentar aqui pela primeira vez . Antes de mais nada, parabéns pelo trabalho incrível que vocês fazem, é sempre um episódio melhor que outro. Esse, inclusive, foi excelente! Depois dos comentários da Cris e da Isabel, com certeza assistirei a Vida Invisível novamente!

    Confesso que comecei a me aventurar um pouco mais no cinema recentemente e devo isso a vocês, que direta e indiretamente me motivam semanalmente. A quantidade de filmes incríveis indicados por vocês que assisti esse ano já superam quase todos os outros que já tinha assistido.

    Até por isso, queria deixar uma singela sugestão para o futuro (quem sabe): Não sei se é o caso de outros ouvintes, se teria adesão ou se faz parte do escopo de vocês, mas, como recém aventureiro na cinefilia, vejo que ainda tem muitos filmes e diretores que não conheço, e fico perdido em muitas referências que vocês fazem. Estou tentando correr atrás do prejuízo, só que a chatice da advocacia não ajuda muito e ainda fico sempre em dúvida entre tantos filmes (principalmente tentando fugir dos mais comerciais). Mesmo vocês já fazendo algumas indicações quando mencionam algum filme/diretor, por exemplo, sinto falta de algo mais palpável e principalmente da análise de vocês posteriormente. Então pensei que talvez outras pessoas enfrentem esse mesmo problema e seria muito legal se vocês pudessem nos ajudar, separando alguns poucos minutos do programa pra fazer pelo menos uma indicação de clássicos ou filmes obrigatórios para os iniciantes. Imaginei, por exemplo, que poderia ser em um formato que rolasse a indicação de um filme em uma semana e na semana seguinte vocês comentassem muito rapidamente o filme indicado na semana anterior, ou algo do gênero. Não sei se indicados de forma aleatória, por preferência de cada um, por ano ou por diretor. De todo jeito creio que seria válido. Enfim, obviamente que já estou abusando da boa vontade de vocês e talvez não tenha tanta aceitação, mas seria muito legal ter essas dicas, incentivos, análises e momentos no programa destinados aos jovens cinéfilos que ainda tem muito a aprender.

    Bom, independente da minha sugestão, continuarei escutando e fazendo a minha lista a partir do que vocês já mencionam. Espero, de coração, que nunca desistam desse projeto, que além de sensacional, como já disseram aqui, também é resistência. Tento contribuir um pouco indicando para os amigos e já aproveito para pedir pra mandarem um abraço para os meus amigos, Guilherme, Ana Luiza e Sofia, três que também já viraram varandeiros de carteirinha. Desculpa novamente pelo tamanho do comentário, prometo não repetir nessa extensão toda e não se preocupem em ler ao vivo, a intenção é só que chegue até vocês. Depois de um ano como ouvinte eu tinha muita coisa para falar haha.

    Forte abraço a todos.

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    1. Muito legal o comentário, Lucas. Acho que é uma ótima ideia. O único problema é que geralmente não temos muito tempo para encaixar esses filmes clássicos na nossa rotina de espectadores… O interessante seria conseguirmos rever os filmes para trazer novas opiniões sobre eles. Mas vamos discutir o caso. Abraço!

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  4. Ola varandeiros gostaria muito de dizer que este episodio foi muito especial pois voces trouxeram um olhar diferente para o episodio …inclusive se surpreenderam com detalhes que nós mulheres reparamos quando assistimos a algum filme…tambem achei que isso deu mais liberdade a Cris de mostrar suas opinioes…mas calma…nao estou criticando o olhar masculino de vocês…mas as vezes sinto falta deste olhar para alguns filmes….enfim vocês estao de parabens…gostaria de recomendar uma serie que fala sobre mulheres tentando ocupar seu lugar num meio exclusivo masculino :For all Making exibida na Apple…sensacional…bjos

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  5. Tudo bem varandeiros? Não está fácil acompanhar o podcast em Campo Grande/MS.
    Nas últimas semanas vocês falaram sobre Parasita, O Irlandês e A Vida Invisível, todos filmes que não entraram em cartaz nos cinemas da cidade, e temos 3 (UCI, Cinépolis e Cinemark). Por mais que vocês sejam cuidadosos com spoilers já percebi, após mais de 200 episódios, que a experiência de ouvi-los é potencializada se tiver assistido o filme. Por falar em spoilers, vida longa ao buraco dos spoilers!
    Obrigado por colocarem no spotify as marcações de tempo dos assuntos, assim posso ouvir a respeito dos filmes em outra oportunidade, como fiz no episódio de Parasita que assisti essa semana por meios a margem da lei, e estou apaixonado pelo filme.

    PS: eu costumava ouvir o podcast em velocidade 1,5, consegui parar. Mas mesmo na velocidade normal quando o Michel fala “Mais um cinema na varanda” parece que ele ta na velocidade 5 do créu. É impressionante.

    Vida longa à Varanda

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  6. So queria completar que Lambada a Dança Proibida tambem é um filme meu de coração….ganhei ate uma roupa igualzinha da atriz para praticar ….🤗🤗

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  7. A Vida Invisível é mais um motivo que me faz acreditar que é um privilégio viver pra ver essa safra de filmes nacionais. Tenho dito que ainda bem que existe o cinema brasileiro de 2019 para suportar o Brasil de 2019.

    Uma das coisas que mais me cativaram no filme foi a química entre as atrizes que interpretam as duas irmãs. Ouvi uma entrevista do Karim no podcast Maria Vai Com As Outras em que ele explicava como foi o teste de elenco. Uma das etapas foi colocar as candidatas para cortar cebolas diante das câmeras por um longo tempo. O diretor queria testar a capacidade delas magnetizarem o espectador fazendo alguma coisa do cotidiano. E é bem isso que acontece. Elas são incríveis!

    Já a escolha do Gregório eu não curti tanto. Acho que ele faz com que a gente tenha a tendência a achar graça de situações que não são exatamente engraçadas. A cena de sexo na noite de núpcias, por exemplo, eu achei absurdamente angustiante por ser praticamente um estupro. Mas ouvi muitos risos na sessão onde eu estava. Não entendi se as pessoas estavam dando risos de nervosismo ou se estavam achando aquilo ali engraçado. Se estavam achando engraçado, talvez não tenham captado bem a mensagem que o filme quer passar.

    E a Fernandona é mais que uma atriz. É uma força da natureza!

    Abraços a todos! E parabéns pelo episódio espetacular!

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  8. Ainda não vi A vida invisível nem O irlandês, mas vocês me deixaram animada para eles.
    .
    .
    Tenho uma dúvida: Vocês tem algum tipo/gênero ou sei lá tema de filme que vocês não veem de jeito algum??
    Eu não vejo de jeito algum filmes com muito gore ou que tenha de alguma maneira maltrato com animais/ morte muito explícita deles

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  9. Fala amigos!

    Vamos lá…

    “A vida invisível” é um belo filme. A temática é poderosa e a execução é superbem realizada. Não apela para o melodrama barato e gratuito, ainda que esteja fazendo melodrama. Ao mesmo tempo, valoriza a narrativa em detrimento de levantar uma bandeira feminista. Seria muito fácil o filme vender a imagem de mulheres super-resistentes ao machismo. O filme não faz isso. Até porque, no tempo que retrata, ele não deve mostrar isso. Ainda assim, ele mostra os desejos das mulheres e o tolimento de uma vida que poderia ser diferente. Em síntese, o filme é sobre vidas femininas possíveis.

    Já sobre “Um dia de chuva em Nova York”, confesso achar de uma injustiça analisar os filmes de Allen por um viés do discurso feminista, pois, sempre cairá numa análise basicamente sociológica. A forca do filme de Allen está no modo que ele filme e constrói a cidade. Sendo a cena final, que remete a Bergman, é uma das mais belas do ano. Isto significa que estejamos diante de uma excelente obra? Não. Para mim, ela soa apenas regular depois da pequena obra-prima chamada “Café Society”. E o que não funciona no filme? Chalamet e seu modo de atuar (já caricato) histriônico. O melhor do filme são as meninas Elle e Selena, que construíram com pouco tempo de cena, em relação ao Chalamet, personagens mais interessantes e, ainda que tenhamos uma gritaria feminina, senhora das suas escolhas.

    Abraços varandeiros!

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  10. Salve Varanda!!

    Em uma temporada de vários “filmes do ano”, A Vida Invisível ficou no topo pra mim. Assim como a Isabel comentou, foi o único dez até agora. Me senti muito fisgado especialmente por ter visto muito de minha avó na personagem de Eurídice. Ela também foi uma mulher jovem nos anos 50. Dona Neuza, no entanto, teve sete filhos. Quase que em sequência. Já que, do primeiro até o último, são apenas doze anos de diferença. Por mais que seja uma pessoa aparentemente realizada ( e até mais bem humorada do que Eurídice), minha avó também carregou um casamento sem amor e provavelmente teve que deixar algumas coisas para trás. Fiquei pensando em quem ela teria sido se tivesse nascido trinta ou quarenta anos depois e na forma como ela teve cada um desses filhos. Talvez minha família não fosse tão grande.

    Outro detalhe que chamou minha atenção foi quanto a dificuldade de comunicação. Quando Karim Ainouz nos coloca no presente, já com Fernanda Montanegro, vemos, instantaneamente, seu neto mexendo no celular. Como seria bom um WhatsApp entre as irmãs Guida e Eurídice.

    Saudações, Varanda. Estou sempre acompanhando.

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  11. Adorei o filme , ele ficou reverberando e com o passar dos dias me vem o detalhe de uma cena, de um personagem , que abrem espaço para mais reflexões .
    Gostaria de continuar sobre a questão do Rio de Janeiro. Penso que por tratar-se de uma família de imigrantes a forma como é estabelecida a conexão com a cidade foi na medida .
    O “passado “ dos personagens, assim como as pessoas queridas, são deixados no outro continente. Todavia, trazem consigo os códigos culturais e são com estes que estabelecem o cotidiano; nessa realidade, a vida é construída sob olhar estrangeiro e concentrada no núcleo familiar .

    O personagem Ana Gusmão, na sua solidão, retrata essa ausência de relações sociais e afetivas fora da família (não houve tempo ou condições de estabelecer laços com as pessoas locais; não há uma vizinha sequer com quem possa contar, trocar) o que a torna ainda mais refém do casamento.
    A falta de importância dela era tamanha, que nem sua ausência no primeiro Natal foi doída como se deve ser.

    O sentimento de estrangeirice só começa a mudar quando Guida e Eurídice (primeira geração de imigrantes nascidos no país adotado) atingem a idade adulta e suas vidas passam inevitavelmente a ser estruturaras a partir dos códigos e modelos locais, no caso o Rio de Janeiro.

    Ah, muito boa essa troca na Varanda cinematográfica .

    Um abraço, Maria

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