[Oh Capitain, My Captain]
Antes tarde do que nunca, ela chegou: ‘Capitã Marvel’, o grande destaque desta semana, é o primeiro filme do Universo Cinematográfico Marvel protagonizado por uma super-heroína – e o 21º longa-metragem da saga de fantasia que transformou por completo o cinema de entretenimento na última década. A fórmula (já manjada) ganhou sobrevida graças à personagem interpretada por Brie Larson?
Além de discutir o filme, os varandeiros comentam as polêmicas que cercam a produção (haters de filmes de ação estrelados por mulheres: até quando?) e o cenário aparentemente favorável para diretoras no mercado de Hollywood.
No Puxadinho, os lançamentos ‘Yomeddine’, ‘Rafiki’ e ‘O Menino que Descobriu o Vento’, além de dica de um ótimo episódio de podcast. No Cantinho do Ouvinte, mais discussões sobre a controvérsia Cinema x Netflix. Bom episódio!
| Metavaranda |
Capitã Marvel| Captain Marvel | Anna Boden e Ryan Fleck | 59
| Varandeiros |
Chico Fireman @filmesdochico
Cris Lumi @crislumi
Michel Simões @michelsimoes
Tiago Faria @superoito
| Cinema na Varanda nas redes sociais |
Facebook: facebook.com/cinemanavaranda
Twitter: @cinemanavaranda
Instagram: cinemanavaranda
e-mail: podcastcinemanavaranda@gmail.com
Gravado no domingo, 9 de março, na varanda do Michel.
Olá Varandeiros, tudo bem?
Neste fim de semana assisti ao filme da Capitã Marvel e saí dele com a mesma sensação que eu saio de todos os filmes da Marvel. Todos pra mim parecem ser feitos pela mesma pessoa, tudo é muito genérico e plano demais. A dupla de diretores fazia tantos filmes autorais e não conseguiu imprimir nenhuma marca da sua direção neste filme. No final das contas, ter uma mulher na direção significou pra Marvel só um nome mesmo. Tudo certinho e moldado como qualquer outro filme do mesmo estúdio. Leia ( https://theplaylist.net/lucrecia-martel-black-widow-marvel-20181212/). Veja a Lucrécia falando sobre sua experiência com a Marvel. Até o plot twist era tão previsível e genérico e sua resolução foi bem ruim. A trilha sonora era comercial e totalmente sem sentido. Parece que é um pacote já feito pra caber qualquer filme de super herói da Marvel. Além disso, não gosto da Brie Larson, acho ela sem graça mesmo, zero carisma, não empolga em nenhum momento e infelizmente o filme precisa disso. Por isso, talvez o filme não decole. Por outro lado, o Samuel L Jackson está muito bem e Annette Bening sempre perfeita. Odeio fazer comparações, mas a gente sempre escuta que a Marvel faz filmes melhores que a Dc. No entanto, desta vez a Dc fez um trabalho bem melhor. Mulher Maravilha é um filme que pode ter diversos problemas, mas é bem superior que capitã Marvel em vários aspectos. A começar pela Gal Gadot que é excepcional, carismática, impecável, foda. A trama da Mulher Maravilha é mais solta, feminista, flui melhor e mais coesa e coerente. Os diálogos são mais bem escritos. O CGI de Mulher Maravilha está mais bonito, (por mais que tenha muitas explosões e slow Motions), o início de capitã Marvel é bem tosco. A direção é mais segura da Patti Jenkins, que dirige sozinha. Nã entendi essa direção compartilhada. Por que não dá o filme sozinho pra uma diretora? Esperava muito mais. Deixou bastante a desejar.
CurtirCurtir
“A começar pela Gal Gadot que é excepcional, carismática, impecável, foda.”
100% de acordo.
Abs
CurtirCurtir
Olá, amigos varandeiros! Ainda não assisti Capitã Marvel para comentar, mas deixo uma dúvida para corrigir uma possível injustiça. O filme Elektra, com Jennifer Garner, de 2005, já não contaria como primeiro filme do universo marvel com protagonista feminina??
Grande abraço para todos vocês!
CurtirCurtir
Bem lembrado, Renato, mas aí você não estaria levando em conta a filmografia do Marvel Cinematic Universe, que começa com Homem de Ferro. É um universo diferente, em muitos aspectos.
Abraço!
CurtirCurtir
Capitã é desinteressante como história, porém, parece fato que seria difícil de ser diferente, uma vez que, o filme basicamente visa: 1) fanservice e 2) tapar os buracos para Vingadores: Ultimato.
CurtirCurtir
Isto é: “Capitã Marvel – Aceita que Dói Menos”. Entendi, rs.
Abraço!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Olá, varandeiros!
Como marvete safado de plantão, é minha obrigação vir aqui compartilhar minhas impressões sobre o último do Marvel Studios…
Minha reação ao filme foi muito parecida com a de vocês: acho a primeira parte confusa, gosto muito do meio e sinto que o final poderia ter sido melhor construído. Acho que o problema do filme é que muitas cenas importantes não tem a densidade necessária: as viradas na trama, as transformações sofrida pelos personagens, os momentos emocionais são um pouco crus. Os flashbacks, porém exemplo, são muito pouco explorados.
No entanto, acho que isso resulta do fato de que o filme quer fazer muitas coisas ao mesmo tempo. É uma história de origem contada dez anos depois do início do MCU, é o último passo antes de Vingadores Ultimato, é o primeiro filme protagonizado por uma heroína solo, é também um filme que quer explorar o subtexto do imperialismo, é uma história pessoal e cósmica, política e de mistério, com ação, reviravolta, humor… A meu ver, são muitas engrenagens e objetivos.
É aquela história: minorias mal representadas sempre precisam lidar com expectativas absurdas. Um diretor que faz um filme ruim segue em frente, mas uma diretora é um “fracasso” que “derrubou a tocha” de todo seu grupo social. Não deveria ser pedido a nenhuma pessoa que faça tanto. No caso de Capitã Marvel, temos um filme que é também um produto comercial, mas que acaba concentrando todas as discussões sobre gênero e representatividade simplesmente por ser “único”.
As comparações com Mulher Maravilha mostram isso. As feministas têm falado há muito tempo sobre como a competição feminina decorre da falta de espaços para mulheres, o que gera uma impressão de “só pode haver uma”. Sinto que Capitã Marvel é um passo interessante depois de Mulher Maravilha: deixa de lado qualquer possibilidade de “interesse amoroso”, bem como a necessidade de uma mulher protagonista ser sexy, “diva”, perfeita, etc.
O problema, como vocês comentaram, é que é difícil ter uma protagonista que seja o centro de um filme de super-herói e ao mesmo tempo evite tantos lugares comuns sobre o que pode e deve ser uma mulher. Não existe um “arquétipo” de fácil acesso para esse tipo de personagem. Acredito, porém, que é digno do maior elogio o fato de esse filme arriscar tanto nesse sentido, e mesmo com os problemas ainda assim apresentar uma personagem capaz de cativar e mover multidões. Sinto que Brie Larson encontrou a personagem no processo, e no final está mais segura, e transmite melhor suas particularidades. Estou ansioso para ver como ela aparece em Vingadores e em filmes futuros.
Abraço!
P.S.: não custa lembrar que Brie Larson apareceu em alguns episódios de Community, série que teve os irmãos Russo como diretores em muitos episódios.
CurtirCurtir
“Um diretor que faz um filme ruim segue em frente, mas uma diretora é um “fracasso” que “derrubou a tocha” de todo seu grupo social. Não deveria ser pedido a nenhuma pessoa que faça tanto.”
Sim, concordo. É um ponto certeiro. Abraço!
CurtirCurtir
Boa Tarde Varandeiros!
Como vocês estão?
Pois bem, asssiti ao filme da Capitã Marvel e na minha opinião deixou bastante a desejar. Acho que o filme apresenta um visão bastante masculinizada sobre a heroína e apesar de alguns pontos positivos, como o fato de ela não se preocupar em um romance ou não ter que provar nada a ninguém, ainda falta explorar aspectos mais feministas da personagem. Além do fato de não ter um grande elenco feminino e muito menos uma diretora solo. Eu não observei as informações técnicas, mas ainda acredito que a vasta produção do longa ainda continua sendo masculina, o que também gera um debate sobre a representatividade não só perante as telas, como também atrás delas. Não gostei do desenvolvimento da trama que me pareceu bastante travado e confuso, parece que foi feito ás pressas mesmo. Não vi muitas qualidades na direção, igual como qualquer outro filme do estúdio. No fim, achei tudo muito mediano e por isso que fiquei bastante desapontada. E discordo que uma heroína não possa ser sexy e poderosa ao mesmo tempo, o problema existe quando só olham para gente por conta dos atributos físicos e nada mais. Tanto a Mulher Maravilha e Capitã Marvel conseguiram mostrar isso perfeitamente, que as mulheres podem e devem ser o que elas bem entenderem. Mulher Maravilha continua tendo sua importância histórica para o cinema, como o Capitã Marvel tem para a própria Disney. O que falta a Brie Larson é um pouco mais de carisma, já que este tipo de filme realmente precisa disso, mas eu acho que com o tempo ela vai se encontrar com a personagem. Gal Gadot é rainha né mores, mas tem espaço pra todo mundo nessa realeza. Até ela mesmo disse que estava tão feliz pela Brie.
Além disso, Tiago você poderia me indicar podcast nacionais e internacionais sobre qualquer assunto? Muito Obrigada.
Saudações.
CurtirCurtir
Oi, Gabriela. Obrigado pelo ótimo comentário. Sobre a questão da representatividade na equipe do Capitã Marvel, eu acho que a Marvel tomou sim um certo cuidado. Há, de fato, muitas mulheres em posições que geralmente são controladas por homens. Mas, realmente, acho que a indústria ainda precisa melhorar MUITO para que algum equilíbrio entre homens e mulheres apareça em filmes desse tamanho. E é aquela coisa: o chefão da Marvel, para ficarmos num bom exemplo, é homem.
Dica de podcast sobre qualquer assunto? Entre os nacionais, gosto do Mamilos, do Projeto Humanos (a temporada atual começou ótima, ainda que eu veja um excesso de detalhismo nos episódios mais recentes), Foro de Teresina, Presidente da Semana, Maria vai com as Outras, Entre os internacionais, Culture Gabfest (da Slate), Code Switch, Dissect, Hidden Brain, Fresh Air, Kermode & Mayo’s Film Review, Little Gold Men, Still Processing, You Must Remember This.
Abraço!
CurtirCurtir
Olá, Varandeiros! Tudo jóia? 🙂
Como uma cinéfila nerd de plantão, é difícil falar pouco de um filme como esse… Vou tentar ser objetiva, prometo! Hahaha
Gostei muito do filme. Claro que existem alguns pontos que talvez não tenham sido tão bem executados, mas acredito (e espero) que serão explorados mais pra frente. Percebo que o maior “problema” consista realmente no filme tentar abordar muitas questões de uma só vez, o que pra um filme de origem poderia ser um caos completo. Mas achei que eles conseguiram um bom resultado final. 👏
Gostei da atuação da Brie Larson sim. A história já veio complicada dos quadrinhos, a personagem está sendo inserida num universo que já está todo “pronto” (como Chico bem comentou), entre tantas outras questões. Também queria pontuar todo o esforço pessoal que a atriz dedicou ao papel (tanto quanto os atores) que pouco tenho visto sendo levado em consideração. Enfim, acho que ela soube lidar bem com tudo isso e gosto do tom que ela deu a personagem. Foi muito inspirador ver uma mulher resistir e “não precisar provar nada” pra ninguém além dela mesma. 💃
Concordo também com o Chico que Mulher Maravilha tem um peso histórico de popularidade muito maior. Entendo que sempre existirá comparações entre as duas, porém acho meio injusto comparar personagens com contextos tão diferentes (na minha opinião), ainda que ambas tenham o mesmo propósito: por a representatividade feminina em jogo.
AMEI a interação da Brie com Samuel L Jackson. Mas confesso que meu coração está ansioso para ver a parceria dela com o Thor em Endgame 😍 (comentando pós trailer que saiu ontem 😛 Haha)
Ah! Uma curiosidade sobre os efeitos no Samuel L Jackson: ele foi ao programa do Jimmy Kimmel e eles mostraram uma comparação dele em um filme de 1998 e agora em 2019… É impressionante! ( fica aqui o link para quem quiser dar uma conferida: https://www.youtube.com/watch?v=CxVSntUcYRg) 😄
CurtirCurtir
Muito legal o comentário, Nara. Obrigado (e o vídeo é impressionante, realmente).
Abraço!
CurtirCurtir