EP 169: Querido Menino | Boy Erased | Todos Já Sabem

[CarnaVaranda 2019]

O Carnaval da Varanda é assim: uma Escola de Samba de filmes e temas polêmicos. Começando por Querido Menino (5:45) o filme esnobado pelo Oscar com Timothee Chalamet e Steve Carrel sobre a luta contra o vício de drogas. Outra relação problemática entre pais e filho está representada em Boy Erased (29:50). No caso, a família conservadora envia o filho para um programa de terapia com o objetivo de tentar “curar” sua homossexualidade.

E o diretor iraniano Asghar Farhadi vai à Espanha filmar Todos Já Sabem (55:58) com um grande elenco latino e muitos dilemas morais típicos de sua filmografia. Foi o filme que abriu a edição de Cannes 2018. Mas andou meio esquecido, não?

O Puxadinho da Varanda (1:15:05) destaca a polêmica da semana com as declarações de Steven Spielberg contra os filmes de streaming e sua participação nas indicações ao Oscar. Falamos também da série Umbrella Academy e do documentário espanhol O Silêncio dos Outros. No Cantinho do Ouvinte, as opiniões sobre a vitória polêmica de Green Book – O Guia e da derrota de Glenn Close no prêmio de Melhor Atriz. Bom Podcast!

Cinemateca da Varanda está com votação aberta. Participem!

| Metavaranda |

Querido MeninoBeautiful Boy | Felix Von Groeningen | 55
Boy Erased| Joel Edgerton| 46
Todos Já Sabem| Todos lo Saben | Asghar Farhadi| 37

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Chico Fireman @filmesdochico
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Michel Simões @michelsimoes
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Gravado na terça, 5 de março, na varanda do Michel.

7 comentários sobre “EP 169: Querido Menino | Boy Erased | Todos Já Sabem

  1. Olá Varanda! Nessas discussões se os filmes devem ou não serem reconhecidos e elegíveis a disputarem prêmios, as pessoas estão dando muito mais atenção a questões comerciais do que a capacidade, a criatividade, a inteligência e a genialidade dos profissionais envolvidos no desenvolvimento desses filmes. A discussão, pelo que me parece, não deveria ser somente pavimentada no âmbito da comercialização e distribuição. Não deveria a indústria do cinema está mais preocupada com a liberdade de seus profissionais em executarem uma grande ideia, ou de fazerem um bom filme, ou de descobrirem novas tecnologias, ou de terem a liberdade para desenvolver uma obra? Gostando ou não, a Netflix já nos deu ‘Roma’, ‘O Outro Lado do Vento’, ‘A Balada de Buster Scruggs’, ‘Twin Peaks’. Será que a indústria comercial teria interesse nessas histórias? Enfim, não quero aqui ser o advogado dessa plataforma, mas tenho que dizer que além desses filmes, a plataforma me permite acesso a muito conteúdo por um preço que eu posso pagar. A filmes que eu provavelmente só veria o cartaz como os recentes ‘Lazzaro Felice’ e ‘Velvet Buzzsaw’. E vamos combinar: o cinema é maravilhoso, todo mundo sabe disso e eu adoro, mas ultimamente para mim tem sido uma experiência muito ruim pagar uns R$ 30,00 reais e ficar em um sala lotada de pessoas um tanto mal-educadas preocupadas unicamente em conversarem ao longo do filme ou de ficarem nos seus celulares. Eu tenho aproveitado muito mais o filme quando o vejo em casa. Eu sei! Isso já é uma outra discussão. Um abraço!

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    1. Eu também acredito que é tudo muito simples, Vitor. Quero ver bons filmes. Quanto mais filmes, melhor. Mas acho que o problema aí é com as convenções da indústria mesmo. Por que os filmes da HBO ficam confinados ao Emmy enquanto os da Netflix disputam o Oscar? A complexidade da discussão caminha um pouco por aí.

      Abraço!

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      1. Também concordo com você. Não deveria ser proibido aos filmes se candidatarem aos prêmios sejam eles produzidos pela Amazon, HBO, Netflix ou qualquer outro tipo de plataforma. O problema é que em todas essas premiações existem regras que já moldaram uma boa parte da indústria. Quebrar essas regras é ampliar um conceito novo que talvez a própria indústria não queira e ainda se sinta insegura. No caso da HBO, como você citou, não posso opinar muito porque não sei se em algum momento passado dessas premiações ela reivindicou a indicação de seus filmes nessas premiações. Se você souber, por gentileza, me esclarece. Abraço!

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  2. Oi, varandeiros!

    Nessa discussão Netflix vs. Cinema, vejo muita demagogia nos dois lados. Uns santificam a Netflix, outros idealizam o “cinema”. A meu ver, o que acontece é uma disputa comercial em vários níveis, com tintas estéticas mais ou menos apropriadas. Os exibidores na França e na Alemanha se preocupam, não sem razão, em serem engolidos por um monopólio internacional. Já a turma de Hollywood, representada no momento pelo Spielberg, quer mais é defender o seu próprio monopólio comercial e de prestígio. Mas enquanto a Netflix financia séries e filmes que valorizam a diversidade, a Amblin do Spielberg produz um Green Book e os grandes estúdios “excluem” os independentes do Oscar.

    Acho válida a resistência ao “monopólio” de distribuição dos grandes serviços de streaming (Netflix, Amazon, Disney), mas tampouco acho que o “monopólio” dos grandes estúdios tradicionais de Hollywood é solução. Idealmente, seria possível ter condições de competição justa entre streaming, distribuidoras e cinemas. Na prática, ninguém sabe onde isso vai parar, e uma discussão centrada nos privilégios da velha guarda só prejudica um debate sério sobre o modelo que gostaríamos de ter. Meu palpite mais forte é: se Spielberg e cia. batem o pé e restringem o Oscar, o Oscar diminui e continua a perder relevância. As gigantes do streaming não vão ser tão prejudicadas, especialmente com a Disney entrando no jogo.

    Abraço,

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    1. “Acho válida a resistência ao “monopólio” de distribuição dos grandes serviços de streaming (Netflix, Amazon, Disney), mas tampouco acho que o “monopólio” dos grandes estúdios tradicionais de Hollywood é solução”.

      Sim. Concordo. É uma discussão que ainda precisa ser aberta. Do jeito que está, há impasse, mas sem interesse (de ambas as partes) de que se chegue a uma solução.

      Abraço!

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  3. Discordo da opinião de vocês sobre “Todos Já Sabem”. Na minha opinião, a beleza do filme está na criação autêntica de Farhadi de uma realidade em que dinâmicas familiares, velhos amigos e relacionamentos desempenham um papel crítico.
    Bardem, Cruz e Darin são uma combinação formidável: cada um dos três personagens centrais é despojado emocionalmente à medida que camadas são removidas à medida que a dinâmica muda.
    Perto do final, há uma cena em que um carro passa por uma estrada de terra que serpenteia cada vez mais fundo na noite escura. A jornada do filme é um pouco assim. Sentimos como se estivéssemos nos aprofundando e aprofundando nas vidas e almas dos personagens, à medida que suas vulnerabilidades são expostas.
    Este é um filme assombroso que reverbera com verdades. O final é sutil e satisfatório, deixando-nos com a riqueza da nossa imaginação para completar as lacunas. Cinema soberbo e sensível.

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