EP 168: Oscar 2019

[Conduzindo Miss Gaga]

Tudo sobre o Oscar 2019 (1:00). A vitória polêmica de Green Book – O Guia, o discurso elogiado de Spike Lee, a divisão de prêmios entre muitos filmes, Roma e a Netflix, a surpresa Olivia Colman, a disputa dos prêmios técnicos entre Pantera Negra e Bohemian Rhapsody… E, principalmente, a questão: a Academia do Oscar é conservadora ou progressista? Um debate completo sobre a 91ª premiação do Oscar

Puxadinho da Varanda (1:19:20) tem Um Elefante Sentado Quieto, Free Solo e Won’t You Be My Neighbour? E, no Cantinho do Ouvinte (1:27:35), o vencedor do Bolão da Varanda e os comentários sobre o episódio anterior. Bom Podcast!

| Varandeiros |

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Gravado na segunda, 25 de fevereiro, na varanda do Michel.

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8 comentários sobre “EP 168: Oscar 2019

  1. Olá Varandeiros, tudo bem?

    Em relação a esse oscar, eu tenho algumas ressalvas. Primeiro que quando eu vi a Olivia Colman ganhando, eu senti um choque. Fiquei bem triste pela Glenn Close. Todos nós sabemos que o filme não é bom e que a interpretação não foi uma das melhores. Mas também sabemos que Glenn é um grande atriz, do nível de Meryl Streep e que não tem até hoje um oscar. Duvido que daqui para frente ela vai ter a mesma atenção e destaque. A Glenn já é uma atriz de 71 anos e papéis ficam cada vez mais escassos para atrizes dessa idade. Até hoje só duas atrizes venceram o prêmio com uma idade ainda mais avançada: Katherine Hepburn (aos 75 anos, pela quarta vez) e Jessica Tandy (aos 80 anos). Sem contar que esse oscar reparação fazia muito sentido. AMO a Olivia Colman, acompanho a carreira dela desde quando ela fazia Bruiser na Tv britânica e concordo que ela está fazendo uma grande interpretação aqui também, no entanto ainda acho que ela não é atriz principal desse filme e sem contar que ela é sim atriz muito jovem, que vai ter muitas oportunidade daqui pra frente, sem contar que a carreira dela internacional está começando agora. Infelizmente, essa vitória da Olivia vai ser lembrada pelo fato dela ter roubado o oscar da Glenn. No final das contas, não acho que ela merecia.
    Outro ponto foi a vitoria de Green Book. Detesto o filme, acho ele racista e super antiquado para os nossos tempos, mas também não gostaria que o oscar fosse dado a Roma. Roma foi um filme que não foi visível na maioria dos cinemas do mundo e afinal essa é a festa da Academia de Artes e Ciências CINEMAtográficas de Hollywood, sem contar que a Netflix obviamente não se importava com o cinema, eles só queriam usar o Oscar como uma forma de promover sua marca. E a forma que a Netflix enxerga o cinema também é bastante equivocada. As exibições de Roma mais pareciam eventos, não passaram em diversos lugares e foi antidemocrático com o público. Além disso, considero todo esse sistema da netflix, uma privatização da arte. Só podemos ver seus filmes, em sua plataforma e nenhum mais outro lugar, o público deve se adaptar para ter que ver o filme na Netflix. Cadê os outros sistemas de exibição?, como Dvds, Vods, Cinema, exibições em canais por assinatura. Tudo isso foi suplantado. Streaming é o futuro, mas Netflix não pode chegar dando as cartas e privilegiando seu modo de negócio em detrimento dos outros. Todas essas questões deveriam ser discutidas e melhoradas para assim conseguir ter uma convivência pacífica entre o cinema e o streaming. Sempre que a Netflix privilegiar esse atual sistema de exibição dela, nunca vou ficar do seu lado, porque ainda acho que tudo isso precisa ser revisto, mesmo ela produzindo grandes filmes como Roma ou The Irishman. Como a Paula Ferraz, uma vez disse. A Netflix não faz cinema. A vitória do Green Book só veio para coroar esse ano ridículo do oscar.
    Não gostei muito dessa cerimonia, bastante sem graça, apressada e muito protocolar. Parecia que eles tinham que entregar os prêmios e acabar com aquilo logo.
    Fatos Interessantes:
    O Damien Chazelle continua sendo o único americano a ganhar o Oscar de melhor diretor nesta década. Além dos mexicanos, Tom Hooper (Inglaterra), Michel Hazanavicius (França), Ang Lee (Taiwan) já ganharam;
    Todos os filmes, desde 1981, que ganharam o oscar de melhor filme foram pelo menos indicados a categoria de melhor edição. Birdman foi o único não indicado, mas o filme tinha a intenção de não apresentar cortes;
    Reparem no discurso do Alfonso Cuarón, elogiando os filmes estrangeiros (Poderoso Chefão, Cidadão Kane).

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    1. Excelente seu comentário, Caio. Muito bem argumentado. Discordo em quase tudo, mas esse é o menor dos problemas (não estamos aqui para ficar concordando, certo? rs). Levarei à Varanda da próxima semana. Acredito que vá render uma boa discussão.

      Minhas opiniões, rapidamente:

      O caso Glenn Close: entendo que ela mereça um prêmio, qualquer prêmio, mas acredito que transformar o Oscar num celebração de ‘conjunto da obra’ e de ‘correção de injustiças’ tende a provocar distorções que me desagradam. Nesse ponto, sou quase simplista: a melhor atuação do ano deve ser recompensada, e ponto. Inventem um prêmio especial de Melhor Atriz que Amamos para Sempre, se for o caso. Claro: o critério para definir a ‘melhor atuação’ é totalmente subjetivo, eu sei. Mas desconfio que, no caso, nem muitos dos fãs da Glenn Close colocariam a atuação de ‘A Esposa’ entre as melhores dela. Seria uma injustiça com a Olivia Colman, na minha opinião, e isso é mais importante quando colocamos todos os fatores na balança.

      O caso Netflix: para mim, essa discussão política/econômica sobre o avanço da Netflix é poeira nos olhos. E pior: tende a transformar os estúdios de Hollywood nos mocinhos da história, nos defensores do cinema contra os poderes malvados da TV. Não compro, sorry. Sabemos que os grandes estúdios sempre barraram projetos ousados, mexeram em filmes de grandes diretores e usaram estratégias agressivas na corrida do Oscar, toleradas pela indústria – vide o caso Harvey Weinstein. A Netflix é um estúdio de filmes, sim. ‘Roma’, queira ou não, é um filme. O meio de distribuição é diferente. Isso irrita os estúdios? Sim, já que perdem espaço, coitados. Incomoda muitos dos espectadores? Talvez, ainda que eu acredite que muitos tenham tido a possibilidade de assistir na Netflix a filmes pequenos ou estrangeiros a que não teriam acesso no cinema. Dito tudo isso, acredito que privilegiar escolhas políticas/econômicas no Oscar tende a provocar distorções como a que vimos este ano. Ganhou ‘Green Book’, um ‘filme de cinema’ que certamente é menos ‘acessível’ ao grande público que ‘Roma’, disponível facilmente na Netflix.

      Abraço!
      Tiago.

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  2. Adorei sua resposta Tiago. Mas ainda não consigo concordar. Conheço vários amigos que viram o Oscar e que também gostam da Olivia (por conta de Broadchurch), e nenhum deles achou que foi justo. A Olivia vai ter um milhão de oportunidades daqui para frente, sua carreira só está começando e a Glenn nem tanto. Ganhar um Oscar assim deixa até um gosto amargo. Até a Olivia reconheceu isso. Repito: Ela não é atriz principal desse filme. Não vejo nenhum problema dar um Oscar reparação. O mesmo Oscar que é dado duas vezes, praticamente seguidas, para um mesmo ator Mahershala Ali (diga-se de passagem, não mereceu), é um Oscar que não é dado para uma grande atriz que já merecia há muito tempo.
    Em relação a Netflix e os estúdios de Hollywood, a questão nunca foi a produção de um filme em si, mas sim a distribuição que continua sendo feita de forma equivocada. Por que a Amazon e a Hulu respeita os os prazos de exibição e a Netflix teima em não fazer isso? Os estúdios sabem que a o streaming é uma ferramenta extremamente vantajosa e lucrativa (licenciamentos, produtoras), entretanto para o cinema nem tanto. A arte do cinema sempre deve ser privilegiada e a Netflix está nem aí e todos nós sabemos disso. Mesmo ela usufruindo do sistema de produção que a própria Hollywood criou. A mesma produtora (Participant Media) que fez Roma, fez Green Book e eles fizeram propagandas para os dois, mesmo a Netflix gastando rios de dinheiro com Roma. Não acho que o Streming vai destruir o cinema e ainda acho que existem maneiras para uma convivência harmoniosa entre os dois (Veja essa matéria: https://theplaylist.net/study-streaming-versus-theaters-20181217/ e https://www.screendaily.com/news/curzon-ceo-responds-to-vue/bafta-row-calls-for-end-to-strict-limitations-of-theatrical-windows/5137136.article), no entanto da forma como está sendo feita nunca isso vai ser atingido. E muitas vaias aos filmes da Netflix vão acontecer, como por exemplo no novo filme da Isabel Coixet que passou recentemente no festival de berlim: Elisa & Marcela.
    Gosto muito dessas discussões e acho que elas estão longe de acabar e gostaria de saber a opinião de cada um de vocês.

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  3. Achei engraçado o Oscar premiar num minuto o Spike Lee com um roteiro e no outro o Green Book com outro roteiro, e ambos não poderiam ser mais contrastantes.
    Enfim, achei a festa bem mais rápida, e apesar de um monte prêmio horrendo, valeu a pena por Olivia Colman, os prêmios de Pantera Negra, e a alegria do Richard E. Grant ao ver a Barbra.

    Gostei bastante do episódio, das ponderações dos 4, e principalmente do Chico, que estava ótimo na cobertura da CBN também.

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  4. Olá, Varandeiros! Tudo jóia? 🙂
    Primeiramente, gostaria de dizer que descobri o podcast no fim da semana retrasada e que presente massa de aniversário que ganhei. Viciei num nível que semana passada nem cheguei a vir aqui de tão focada que estava em ouvir todos os podcasts antes do Oscar. Hahaha
    ( P.S.: como faz para adquirir a carteirinha de varandeira? #badblacKkKlansmanjoke 🤣🤣🤣 )

    Adorei e concordo com os comentários sobre a cerimônia. Tbm fiquei no #perfectillusion até o fim, principalmente depois da Olivia Colman, mas tristemente fomos trolados no melhor Filme 😔
    Porém, sigo animada para o ano que vem. Não desmerecendo os filmes deste ano, mas gostei bem mais da seleção do ano passado, por exemplo. Tenho muito essa sensação de que em um ano é FODA e no seguinte é “ok”. Hahaha. Vocês também?

    Aguardando desde já os próximos podcasts 😊

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  5. Boa noite, varandeiros!

    Concordo com todas as críticas ao Green Book, no entanto, acredito que devamos dar crédito ao filme em alguns aspectos.
    Dr. Shirley foge do estereótipo comum do negro. O personagem é estereotipado, mas o modo como é construído tende a colocá-lo em um lugar que o negro não é comumente visto no cinema e que, no entanto, está livre e de fato ocupa – ainda que de forma escassa – na vida cotidiana.
    Pode ser um ponto inicial para discutirmos a diversidade dentro da própria cultura negra, um “glimpse” de que há um reducionismo como aquele que temos aqui de tratar toda a diversidade cultural da região nordeste resumidamente na figura de um sujeito comum chamado de nordestino.
    O personagem também serve para construir uma representatividade, uma referência, para jovens negros que desejem ocupar esse espaço da música.

    Deixo registrado aqui que essa reflexão veio em muito de discussões que tenho com a minha esposa.
    Quando o assunto é representatividade no congresso por exemplo, tivemos um número considerável de mulheres e pessoas negras eleitas, onde o simples fato de ocuparem esse espaço já é um avanço, apesar de nem todas elas coadunarem com os projetos de sociedade, que mina esposa, enquanto mulher negra, defende,

    E sim, como disse que concordo com todas as críticas colocadas sobre o filme, essa minha pequena defesa está circunscrita na figura do Mahershala Ali, cujo o prêmio foi merecidíssimo pela atuação em que eu realmente acreditei que ele tocava daquele jeito.

    Por fim, deixo aqui dois vídeos que revelam mais detalhes sobre essa questão do “tocar piano” no filme, sobre o Kris Bowers, a quem o Mahershala Ali agradece no seu discurso.

    https://www.hollywoodreporter.com/video/mahershala-ali-talks-piano-training-green-book-watch-1141740
    https://www.hollywoodreporter.com/video/kris-bowers-is-piano-behind-mahershala-alis-green-book-music-watch-1175345

    Abraços!

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