EP 157: Roma | Aquaman

[Quem Tem Roma Vai ao Oscar]

Chegou o momento de trazermos à discussão o tão comentado novo filme de Alfonso Cuarón. Roma (21:06) é um dos grandes favoritos ao Oscar. O longa falado em espanhol, e filmado em preto e branco, vem colecionando prêmios ao redor do mundo. Será que merece todos o elogios?

E, para quem prefere um programa bem mais colorido, temos um filme de super-herói em tons quase psicodélicos. A nova aposta da DC vem dos mares com Aquaman (1:21:03). O filme de James Wan resgata as origens do personagem, reconstruído em visual kitsch.

Com um resumão da primeira fase da temporada de prêmios, o Boletim do Oscar (1:29)pontua quem são os favoritos, quem cresceu e tem chances e quem está ficando distante nessa corrida.

Recomendações (1:45:00) com um leque de filmes em cartaz nos cinemas: O Beijo no Asfalto, O Ódio que Você Semeia, Rasga Coração. E o Cantinho do Ouvinte com as opiniões dos ouvintes sobre nosso último episódio. Bom Podcast!

| Metavaranda |

Roma| Alfonso Cuarón | 84
Aquaman| James Wan | 41

| Varandeiros |

Chico Fireman @filmesdochico
Cris Lumi @crislumi
Michel Simões @michelsimoes
Tiago Faria @superoito

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Gravado no domingo, 17 de dezembro, na varanda do Michel.

12 comentários sobre “EP 157: Roma | Aquaman

  1. Boa noite, Tiago Fireman, Chico Faria, Michel Lumi e Cris Simões!

    Já vou aqui deixando postado minha nota para Roma. “10”. E fiquei extremamente feliz com a nota e a empolgação do Tiago, na verdade não lembro de ter-lo visto tão deslumbrado por um filme recentemente. Eu consegui ver o filme no cinema na Mostra de SP no Cinesesc, e também conseguir ver numa das sessões que vocês proporcionaram no Kinoplex Itaim, aliás, muito obrigado Varandeiros por terem conseguido essas sessões para os poucos privilegiados.
    Minha paixão por Alfonso Cuaron começa quando vi A Princesinha a primeira vez numa sessao da tarde no final dos Anos 90. Eu criança, só conseguia captar toda a magia e história que me cativou naquele filme, mas sabia que havia algo além, fui entender mais tarde já grande com Grandes Esperanças, notando um plano-sequência ali perto do fim do filme numa cena na chuva, depois não conseguir me envolver tanto com o universo de Filhos da Esperança nisso me identifico com o Chico, porém me encantou todo o escopo e técnica que ele me proporcionou. Foi então que veio Gravidade. E mudou novamente a minha vida assim como o filme Magnólia fez comigo quando eu tinha 11 anos. Assisti Gravidade 5 vezes no cinema. E umas 10 vezes em casa. Li todas as críticas possíveis, revisitei todos os filmes do Cuaron novamente, inclusive E Sua Mãe Também, que eu ainda não conhecia. E chegamos em 2018. Quando meus olhos se encantaram pela tela em preto e branco mas não num tom nostálgico, mesmo sendo uma lembrança como soa atual, como tudo que aconteceu naquela época ainda ecoasse eternamente hoje, como é poesia pura o chão sendo lavado por aquela água cheia de sabão e se abre uma janela onde vemos o céu, uma esperança? Concordo quando Michel fala que existem pessoas com discursos prontos para atacar o filme, e que quem ama cinema, quem admira A Sétima Arte como um exercício para a vida, nao têm como achar esse filme ruim. O filme me tocou profundamente, me fez pensar o quanto o cinema é rico, universal e importante quando sabemos apreciar, quando alguém que realmente entende o que está fazendo o faz com amor, com dedicação, utilizando dessa linguagem com precisão cirúrgica e nos contando uma história sobre a vida, sobre a força da natureza, sobre o quanto somos pequenos, sobre o nacionalismo e sobre atitudes que tomamos e marcam nossas vidas. Eu de madrugada escutando vocês falando sobre os detalhes do filme que eu tanto amei, preenchendo minha madrugada e fazendo meus olhos marejarem é uma experiência tão imersiva quanto a cena da praia. São momentos simples da vida que nos tornam mais humanos, vocês se dedicando a fazerem o que gosta torna que é falar sobre cinema é tanto carinho e dedicação como Cuaron o fez em seu filme. 2018 precisava de um filme como esse. Precisamos ouvir e sentir mais pessoas como a personagem Cleo, alguém que existe neste mundo, mas que nunca será vista pelo mesmo o mundo que a criou.

    Agradeço a todos vocês, e agora nas palavras de Tiago Faria “que entre a ala das baianas”

    Com Carinho,
    Ricardo Rocha

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    1. Oi, Ricardo. Muito tocante seu comentário. É o tipo de mensagem que aumenta nosso entusiasmo pela Varanda. O podcast foi inventado de uma maneira totalmente despretensiosa, como uma desculpa pra que eu, o Chico e o Michel nos encontrássemos semanalmente para conversar sobre cinema. Hoje, eu já consigo entender um pouco sobre como esses encontros foram (são) importantes para que eu questionasse a maneira como vejo filmes (e vejo muitos filmes desde os 11 anos!) e como percebo e assimilo opiniões que são diferentes das minhas.

      Na minha vida, as mudanças provocadas por essa experiência foram enormes. Acredito que, do início do podcast pra cá, me tornei uma pessoa mais aberta em relação à arte, sem alguns dos preconceitos que eu carregava (muitos, ainda carrego) desde a adolescência. Essas conversas com o Chico, o Michel e a Cris (que, com o tempo, se integrou cada vez mais à Varanda, felizmente) foram/são essenciais para o meu amadurecimento, em muitos aspectos.

      Por isso mesmo, é uma maravilha perceber que algumas das pessoas que nos ouvem (pra mim é, por si só, incrível perceber que essas pessoas EXISTEM) também estão nessa sintonia. Acredito que é impossível crescer – como cinéfilo, como pessoa – sem exercitar esse desafio que é ouvir o outro. Bem, acho que fugi um pouco do tema, rs, mas enfim: bom saber que os varandeiros estão aí. Obrigado.

      Abraço!

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  2. Olá Varandeiros

    Tive muita sorte nesse final de semana, consegui assistir ” Roma “, e ” Sem Rastros “. Já digo que são dois dos melhores filmes que assisti esse ano. Falarei um pouco mais do primeiro.

    Roma é o filme que levará grande parte das estatuetas do Oscar ano que vem. Yalitza Aparicio o prêmio já é seu. O filme tem varias cenas lindas, mas as que mais me fascinou foram a cena do parto e a da praia. Impressionante o que a atriz consegue transmitir sem dizer uma palavra, e na cena da paia chega a um ponto em que ela não consegue mais aguentar. Sem duvidas, é mais uma obra prima do Cuarón.

    Abraço

    – Caio

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    1. Também na torcida por Roma, Caio. Infelizmente não comentamos muito a atuação da Yalitza… Acabamos focando em outros aspectos do filme, mais na construção da personagem que na interpretação dela. É uma bela interpretação, numa chave naturalista que beneficia o filme (difícil saber em que ponto termina a pessoa Yaltiza e começa a personagem Cleo). Bem lembrado.

      Abraço!

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  3. Boa tarde, varandeiros! Fiquei um tempinho sem comentar, mas sempre ouço os podcasts. A discussão sobre Roma foi bem interessante e por isso decidi dar um alô por aqui.

    Bom, pra mim foi bem curioso ouvir essa discussão porque… eu não gostei do filme. E sempre acho legal ver opiniões diferentes, especialmente quando são bem exploradas, como foi no episódio dessa semana.

    Agora, sobre o filme: essa questão de patrão filmando empregada não deveria me incomodar tanto, mas no caso de Roma isso sinceramente só me parece um mecanismo exploratório do pior tipo. Essa austeridade formal, a panorâmica irritante sendo repetida a cada 10 segundos, os simbolismos óbvios, a maneira como o cineasta parece exclamar a todo momento que esta é uma obra-prima e sobretudo a forma intrusiva como o Cuarón filma alguns momentos mais dramáticos (sobretudo aquela que é a maior tragédia do filme, que talvez seja uma das cenas que mais me irritou esse ano) são coisas que me deixaram muito frustrado ao assistir Roma. Vocês discutiram se o suposto apuro estético e a maneira de filmar acabam por sufocar o lado humano da narrativa, e pra mim a resposta é sim. Me parece que a Cleo é só uma boneca com quem o Cuarón quer brincar por mais de 2 horas enquanto constrói esse exercício de pretensão legitimado por essa camada de (pseudo?) humanismo.

    Sinceramente não vejo muita diferença entre Roma e os diversos filmes “malvadinhos” que povoam Cannes e outros festivais e que eu tanto detesto (Lanthimos, Loznitsa, etc). Na verdade, por incrível que pareça, Roma me lembrou muito alguns filmes do Lav Diaz. É uma comparação engraçada, mas o ponto é: eu gosto muito do cineasta filipino, mas constantemente tenho a sensação de que seus filmes estão em uma linha tênue entre um retrato individual e social denso e o fatalismo cruel e miserabilista de cineastas “malvadinhos”. A questão é que os filmes do Lav Diaz sempre me parecem trazer algo a mais, algo que justifique ou amplie o poder dos pontos dramáticos da narrativa ou do formalismo vigoroso que aprisiona seus personagens. Roma me pareceu exatamente um filme do Lav Diaz que não deu tão certo, me parece que o próprio filme é refém do mecanismo que constrói.

    Dito isso, achei a discussão de vocês muito legal, sempre descontraída e com bons argumentos. Vocês estão de parabéns.

    Aliás, peço desculpas se o comentário estiver confuso. Escrevi no celular e acho que não sou muito bom nisso heheh

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    1. Tapa na cara da Varanda, Pedro! Hahaha. Olha, gostei muito do comentário e, depois de ter lido tantos argumentos frágeis sobre o filme, esses me parecem mais aceitáveis.

      Ainda acredito que essa interpretação de “filme malvadinho” passa pela maneira como se interpreta as intenções do Cuarón. Para mim, o interessante no projeto está justamente no fato de tentar uma espécie de “olhar panorâmico” para aqueles personagens, o tema, o país, a América Latina. Como se a câmera do Cuarón operasse com aproximações e afastamentos quase clínicos mesmo. A câmera-farol, dentro da casa, parece uma câmera de segurança porque é essa a ideia,a meu ver – ela representa uma rotina que segue constante, mecânica.

      Exclamar a todo momento que é uma obra-prima? Pode ser que seja isso, talvez. O Cuarón é um diretor ambicioso. Quando falamos em Paul Thomas Anderson ou no Kubrick, falamos em diretores com grandes ambições. Não vejo isso como um problema em si. Se o resultado do filme fica acima ou aquém dessas ambições, aí podemos conversar sobre… E argumentar, claro. Para mim, ele conseguiu em ‘Roma’ materializar as ambições pessoais dele. Mas tudo bem pensar diferente. Filmes muito ambiciosos podem ser vistos também como filmes pretensiosos, arrogantes e vazios (há quem deteste 2001 por esse motivo) – eu mesmo já critiquei tantos filmes usando esse argumento… Não me parece ser o caso, mas entendo.

      Não vejo “fatalismo cruel” no filme. Pelo contrário. Vejo tragédias enormes, absurdas, às vezes ridículas, épicas, que fazem parte de trajetórias de vida comuns. A vida segue, depois de tudo, apesar de tudo. A vida continua para todos e o filme celebra essa continuidade permanente – a planta que insiste em nascer no vão do asfalto, digamos.

      Abraço.

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      1. Oi Tiago, obrigado pela resposta!

        Se rolar um tempinho nessa correria de fim de ano, venho aqui comentar mais um pouco das minhas impressões. Mas agora, rapidinho, só quero corrigir uma coisa que acho que ficou confusa no comentário original.

        Eu também não acho que o Roma tenha esse “fatalismo cruel”, mas concordo que meu comentário deu a entender isso (eu acabei cortando uma frase ali do meio e não corrigi). Mas acho que ele se aproxima desse tipo de filme que a gente vê em muitos festivais e que frequentemente tratam pobreza e outros problemas de ordem social como um atalho pra destilar seu veneno. São filmes que sempre trazem essa desesperança, sempre deixam evidente a impossibilidade de uma virada positiva, de um final feliz, e não acho que seja exatamente o caso do filme do Cuarón. Acho que Roma traz muitos simbolismos e sinais que já antecipam o que está por vir, e eu particularmente acabo achando meio bobo, mas de uma forma diferente. E acho que a “crueldade” do filme, se é que ela existe, está mais na maneira como ele trata esses momentos-chave. Até a estética do filme às vezes me parece um ponto seguro, uma forma de distanciamento. Acho muito interessante sua observação sobre existir um certo distanciamento do Cuarón pela condição de patrão e tudo mais, mas ao mesmo tempo também acho que seria possível ir mais a fundo no problema sem perder a mão. Até porque me interessa muito essa contradição, esse conflito que essa condição proporciona.

        Ah, sobre a ambição do filme, eu tendo a concordar com você. Isso é um critério meio bobo na verdade, que eu nem acho que deveria ter citado. Mas é aquela coisa: se a gente vê um filme claramente ambicioso e compra a sua proposta, ele se torna uma obra-prima; se a gente encontra uma obra dessas e não embarca muito, é inevitável se decepcionar. Creio que aí realmente seja uma questão subjetiva demais pra entrar em discussão, mas acho natural encontrar em alguns projetos empostados demais ideias que não se justificam. É o que separa, pra mim, um Kubrick, que é um formalista ambicioso, de um Lanthimos, que me parece achar que assepsia e cinismo são sinônimos de formalismo; ou um Edward Yang e seus panoramas sociais/geracionais de um Iñárritu e seu fatalismo exibicionista. Eu, como fãzaço do Paul Thomas Anderson, por exemplo, entendo perfeitamente algumas críticas a essa ambição que ele exibe nos filmes, embora nem sempre concorde.

        Só acho que essa estética vigorosa/opressora de Roma, essa preocupação com questões sociais, o próprio contexto histórico e tudo mais me passam a impressão de ser de fato um filme muito ambicioso e isso, pelo menos pra mim, não se materializa da forma que o filme espera. E quando você acaba não comprando a proposta de um filme desses fica difícil se conectar. Até por isso eu entendo as poucas reações moderadas que tenho visto esses dias: fui ver as notas que as pessoas que eu sigo no letterboxd deram, e é raro achar um 2,5, 3 ou 3,5. São sempre notas muito ruins ou muito boas, então me parece ser um caso de ame ou odeie mesmo. Até por isso acho que surgem muitos argumentos frágeis e leituras superficiais por aí.

        Falei no começo que seria rapidinho, mas não consegui. Acabei falando muito e nem cheguei na metade do que eu queria hahahah mas enfim, mais uma vez, gostaria de elogiar o podcast e o seu comentário, porque mesmo discordando de algumas coisinhas eu consigo entender perfeitamente a visão de cada um de vocês.

        De novo peço desculpas se algo ficar confuso porque eu realmente me enrolo todo escrevendo no celular

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  4. Oi, Pedro. Não tenho muito a acrescentar ao seu argumento, que considero consistente. No mais, acho válido detestar o filme (no podcast, pode ter ficado a impressão de que acredito que todo mundo tenha que gostar dele, mas não).

    Dei um mergulho nos textos mais negativos do Letterboxd sobre filme e peguei alguns pontos que me deixaram um pouco confuso:

    – Isso de dizer que o Cuarón ‘explorou a miséria” em cenas como a da praia etc. com a intenção de agradar a festivais, ganhar prêmios e ‘fazer arte’… Olha, sério MESMO que cinéfilos acreditam que um sujeito investe uma década da vida dele num projeto pessoal pra, no fim das contas, tomar como meta agradar a júri de festival? Eu duvido muito, mas é uma maneira curiosa de pensar o cinema e a vida.

    – Argumentar que o filme é frio, distante e desinteressante… Isso aí mostra pra mim como a arte pode falar de maneiras diferentes a pessoas diferentes. Minha experiência: eu me envolvi totalmente com o filme, com os personagens e, na revisão, até me emocionei em alguns trechos (e nem acho que a intenção do Cuarón tenha sido emocionar, exceto na cena da praia e na do parto)… Talvez haja algo geracional na maneira como o filme tenha sido recebido por alguns cinéfilos.. Por que alguns se emocionam profundamente com o discurso neo-hippie pós-Taxi Driver do First Reformed (também distanciado) e deixam a Cleo passar em brancas nuvens? Eu não sei. Mas acho curioso refletir sobre. Talvez diga um pouco (também) sobre quem está vendo os filmes, não?

    Gostei da comparação com o Lav Diaz. Eu não havia pensado nela. Acho que são duas maneiras muito diferentes de fazer cinema e de ver o mundo, mas dá pra entender como elas se conectam na cabeça de quem assiste ao filme. Eu gostaria de ler um bom texto sobre.

    Abraço!

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  5. Salve, varandeiros,
    Desde que eu vi Roma, na sexta, estou dividido sobre o filme. Ainda não consegui chegar a uma conclusão sobre a relação entre a construção do filme, sua personagem principal e a posição do diretor.
    Gostei muito de tudo que vocês falaram sobre como o filme consegue dar um escopo social e histórico para aquela narrativa íntima; como ele sutilmente retrata as relações de poder (de classe e gênero) sem ser cartunesco; e principalmente como Cléo permanece um mistério, um enigma diante do qual Cuarón mantém uma distância humilde e respeitosa.
    O que ainda não consegui decidir é se eu gosto ou não dessa “humildade”, afinal de contas ele fez um filme sobre ela, inclusive com a participação da mulher que o inspirou como “consultora”. Talvez eu sinta falta de uma dimensão extra no filme, onde a impotência de Cuarón seja complementada pela perspectiva de Cléo…
    O filme me lembrou muito de A Hora da Estrela, obra prima da Clarice Lispector. Gênia absoluta, a Clarice faz tanto um “romance social engajado” sobre uma imigrante pobre quanto uma crítica metalinguística do olhar do homem da elite sobre aquela mulher. Rodrigo SM, narrador do romance, não entende Macabéa, mas ela o fascina, então ele acaba compensando sua incompreensão com um lirismo meio abstrato. Não sei se dá pra dizer que o Cuarón é mais um Rodrigo SM, mas a comparação das duas obras pode oferecer conclusões interessantes.
    A tese do Tiago sobre ser um filme mais meditativo sobre a experiência latino-americana também parece que dá jogo.
    Enfim, adorei a discussão, como sempre, e preciso rever o filme pra ver se chego a alguma conclusão.
    Abraço, até a próxima!

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    1. Muito boa a comparação com ‘A Hora da Estrela’. Adoro o livro, mas não consegui ver semelhanças com ‘Roma’… até agora (por isso adoro os comentários rs). Realmente, a Lispector dá uma dimensão mais densa e crítica a essa relação entre narrador/personagem (mas acredito que o Cuarón nem tenha tido essa intenção de se colocar tão no alvo do filme, de qualquer maneira). Vou reler o livro pra tentar tirar alguma conclusão.

      Abraço!

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  6. Olá varandeiros, gostei muito da discussão sobre “Roma”, confesso que não imaginei que o filme fosse ir tão bem na avaliação geral dos amigos.
    Com relação ao filme eu gostei bem, mas ao final fiquei com muitos sentimentos misturados, pois me incomodei um pouco com a “forma” ao longo do tempo, parece que ele ta formatando o filme pra caber nela e não ela pra servir a história, mas também concordo que ela dá essa dimensão fantasmagórica que deve ter sido a intenção, sobretudo nos momentos que a coisa ganha ares místicos o filme toma um tom bem único combinando com esse caos político e social do lugar, E quando a coisa vai pros momentos dramáticos parece que ela vai mais pro automático que íntimo, talvez o fato de ter visto “A time to live a time to die” e “Suzaku” recentemente (ambos tem essa ideia de explorar as lembranças) tenha nublado um pouco minhas percepções, mas no geral gosto do produto e com certeza ele tem méritos!.
    Meu metavaranda dessa vez ficaria mais pro Michel,

    Muito obrigado pelo programa
    Abraços !

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  7. Pessoal, excelente o debate sobre “Roma”! Difícil encontrar alguma coisa que vocês não tenham falado. Uma coisa que me chamou a atenção foi a presença visual da água ao longo do filme, como se nos preparasse aos poucos para o clímax da cena na praia. A abertura com a lavagem do pátio é maravilhosa! Parece emular o vai e vem das ondas do mar. E lembro também de ter ficado encantado com o detalhe de gotas caindo de uma meia pendurada no varal, na cena do terraço. Já já vou me juntar a vocês e ir para uma segunda ou terceira sessão. Pena que nenhuma delas no cinema 😦

    Aproveito a mensagem para agradecer a vocês pela companhia ao longo deste 2018! Desde que minha filha nasceu (poucos dias depois de se revirar várias vezes na barriga da mãe durante uma sessão de “Dunkirk”), as idas ao cinema têm sido mais raras. Ouvir vocês tem ajudado a preencher a cota de cinema nessa minha nova rotina. Vocês me ajudam a descobrir novos cineastas, novas escolas e novos olhares. Além de informação, tem também a integração social com este contato semanal com pessoas que nunca vi, mas já considero pacas. Mais que um podcast, o Cinema na Varanda é uma comunidade! Em 2019 precisaremos muito do cinema para seguir adiante. Que essa comunidade siga junta! Parabéns pelo trabalho e felizes festas!

    PS: Aproveitando o ensejo do Varanda Awards, queria mandar o meu Top 10 de filmes de 2018. Na enquete de vocês, votei em “Projeto Flórida” antes de ver “Roma”. 😦

    1. Roma
    2. Projeto Flórida
    3. Infiltrado na Klan
    4. Benzinho
    5. Trama Fantasma
    6. Ilha dos Cachorros
    7. A Melhor Escolha
    8. Me Chame Pelo Seu Nome
    9. A Noiva do Deserto
    10. As Boas Maneiras

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