EP 83: Terrence Malick | Cavaleiro de Copas | De Canção em Canção | Fala Comigo

Desconstruindo Malick

De quase unanimidade entre cinéfilos a um autor que divide opiniões: esta semana, Chico Fireman, Michel Simões e Tiago Faria batem um papo sobre os altos e baixos do cinema de Terrence Malick (13:01). Os varandeiros discutem a carreira do diretor, destacando os dois longas mais recentes (28:13): Cavaleiro de Copas, disponível na Netflix, e De Canção em Canção, que chega às telas esta semana.

A estreia na direção do roteirista Felipe Sholl também tem seu espaço no podcast: o drama Fala Comigo (50:27) traz um tema polêmico e personagens instigantes.

E mais: Cantinho do Ouvinte, as primeiras impressões sobre a nova temporada de Game of Thrones, recomendações (com participação de Cris Lumi) e nossa homenagem a George A. Romero e Martin Landau. Bom podcast!

METAVARANDA (notas para os filmes comentados na edição)

Cavaleiro de Copas | Knight of Cups | Terrence Malick | 50
De Canção em Canção | Song to Song | Terrence Malick | 47
Fala Comigo | Felipe Sholl | 53 

Gravado na segunda-feira, 17 de julho, na varanda do Michel.

7 comentários sobre “EP 83: Terrence Malick | Cavaleiro de Copas | De Canção em Canção | Fala Comigo

  1. Eu acho essa nova fase do Malick bem interessante, no sentido de ser um cinema que valoriza mais a experiência sensorial, mas não creio que todos os filmes sejam ótimos, pra falar a verdade o único que eu realmente acho excelente é A Árvore da Vida… Ainda tenho minhas dúvidas sobre os trabalhos seguintes, por exemplo Cavaleiro de Copas e Amor Pleno, acho que são tanto irregulares quanto fascinantes. Eu descobri os primeiros filmes que ele fez agora, e me apaixonei por Terra de Ninguém. O Novo Mundo, que é mais recente, também é um espetacular, provavelmente o melhor. Sobre De Canção em Canção, eu posso dizer que “gostei médio”, tem muitas irregularidades, aquela vibe meio catártica que a gente tá acostumado a ver nos filmes dele, mas por outro lado valoriza bem o elenco e, a fotografia (uau!) tem seus momentos (tinha que ser Lubezki). Enfim, a impressão que fica é a de que ele tá dirigindo o filme com os olhos vendados, como se não estivesse nem aí pro que vai dar, e por incrível que pareça o resultado final, se não chega a agradar, impressiona… (o mesmo vale pros outros 2 filmes anteriores)

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    1. Sim, filmes irregulares e fascinantes, concordo. Só discordo quando você diz que ele parece estar dirigindo de olhos vendados. Acho que o Malick está com os olhos bem abertos e sabe muito bem o que quer mostrar. Os resultados me decepcionam, mas não dá pra dizer que falta ambição ao projeto mais recente dele.

      Abraço
      Tiago.

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  2. Às vezes parece que ele quer demonstrar muita espontaneidade, especialmente com os atores e na forma como o filme se desenrola, e acaba sendo mais artificial, mas isso não vale para todos os casos, acho que fica mais evidente nos dois últimos dele (de ficção). Aliás nessa questão da naturalidade ele parece estar muito determinado a conferir uma função meio experimental. Enfim, acho que essa nova fase dele está aí para ser estudada e questionada…

    Abraço!!!

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  3. Não sei, mas fiquei com a sensação de que vocês não dissecaram tanto assim o Malick como eu esperava que iria acontecer. Confesso que em alguns momentos fiquei perdido no episódio, foi proposital? De qualquer modo, eu iria fazer a “Glória Pires No Oscar”: Não opinar! Pois, sub-produto da grife ‘A Árvore da Vida’ que eu sou – e que gosto bastante – não assisti a nenhum outro filme do Malick até o momento que ouvi o EP. Mas, ontem assisti “De Canção Em Canção”, e me desculpem pela heresia ou pela pedrada que vou tacar na varanda, mas eu gostei muito do filme. Talvez, a falta de experiência com a filmografia do diretor tenha influenciado bastante, não sei. O fato é que mergulhei na história e fui costurando cada ponto, me agarrando a qualquer vestígio que era jogado na tela sobre aqueles personagens, sobre as formas de amor, sobre os sentimentos, as dificuldades, as frustrações e os vazios. Fiquei completamente imerso naquele plano fechado, naquelas imagens, naquela experiência sensorial. Fui seduzido! Sai do cinema sem conseguir parar de pensar no filme e com a promessa de ver todos os filmes desse diretor.

    Já ‘Fala Comigo’ valeu pela curiosidade. Que originalidade essa história. É a primeira vez que eu vejo um caso de arquivamento de sêmen como registros de masturbação que não fossem utilizados para fins geneticistas. Realmente, o filme deve ter ganhado o Festival do Rio por conta da originalidade dessa história. De qualquer forma, achei razoável. Embora o tema central seja a relação amorosa do menino adolescente com uma mulher mais velha, terminei concluindo que o fato da gravidade desse romance ter sido ampliada como um tabu deveu-se principalmente ao desequilíbrio emocional vivenciado pela personagem Ângela. Terminei me questionando, se fosse um outro plano? Se a personagem não fosse dotada desse desequilíbrio emocional, como seria o comportamento da mãe do rapaz? Como se desenvolveria a história? O fato é que não comprei esse tabu proposto pelo filme, justamente por conta desse atenuante. Confesso que fiquei muito mais interessado nas histórias paralelas, como o fetiche do adolescente e, a crise conjugal e familiar de seus pais. Pra finalizar, se o Chico queria ser jogado naquelas cenas de sexo do filme do Malick, eu só queria um amigo de faculdade que nem o Guilherme que me dissesse: “Não se preocupa, é tudo gozação”.

    Abraços.

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    1. Ótimo o comentário sobre os dois filmes, Vitor. Sobre o do Malick: acredito que, para quem embarcou apaixonadamente nele, o podcast pode ter deixado a impressão de ter trazido análises distanciadas e superficiais. Até certo ponto, concordo: não nos entusiasmamos com o filme a ponto de ter ido tão fundo nas interpretações sugeridas por ele. Apesar disso, não consigo ver necessariamente maior valor numa interpretação mais rebuscada sobre o filme… São pontos de vista diferentes, apenas.

      E juro que não entendi ainda o comentário do Chico… rs

      Abraço!

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  4. Olá varandeiros,
    Essa época de lançamento de filme novo do Malick sempre me causa uma tristeza, mas pelos comentários da crítica (principalmente a brasileira, tenho a impressão dessa nova fase do Malick é mais elogiada na crítica americana, mas posso estar falando da minha bolha social), os comentários sobre os filmes são quase sempre os mesmos, acusando as obras de serem vaizas e repetitivas (sendo que na verdade esses comentários que são vazios e repetitivos…).
    Acho Knight of Cups uma obra-prima, considero sendo o Eyes Wide Shut do Malick pois creio que ele ainda será melhor reconhecido. Pra mim é estruturalmente fascinante como essa Mistura de Antononi/Garrel com Miami Vice torna um GTA 5 Heideggeriano.
    Posso estar errado, mas tem um momento em que o Thiago comenta que a separação por capítulos com cartas de Tarot é abandonada no filme, o que não ocorre, apenas o epílogo tem um nome de capítulo diferente (Freedom), de resto temos sempre que parece um novo par romântico ou alguém que faz/da sentido ao personagem principal, um capítulo com o nome da carta do Tarot correspondente a aquele personagem.
    Acho que estou falando demais (desculpe mas eu já vi esse filme mais de 10 vezes), enfim, gostei do programa mesmo vocês falando mal de um filme que eu amo, afinal cada um tem sua opinião…(lembro sempre deste post: https://twitter.com/jmslaymaker/status/853407615140888576).
    Abraços.

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    1. “É estruturalmente fascinante como essa Mistura de Antononi/Garrel com Miami Vice torna um GTA 5 Heideggeriano”

      Depois dessa análise, o que dizer? Maravilha. Pensei até em rever o filme, mas lembrei de algumas cenas e achei melhor deixar quieto. Na teoria, repito, são grandes filmes. Adoraria ter gostado mais deles.

      São obras muito abertas e que, por isso, permitem interpretações variadas.

      Abraço!

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