A Grama do Vizinho é mais Verde?
Não são poucos os espectadores e críticos que consideram o cinema argentino mais interessante que o brasileiro. Por que isso acontece? A rivalidade do futebol ganha um espelho na tela do cinema? É justo afirmar que os filmes que nossos vizinhos produzem desde os anos 90 têm mais qualidade e impacto que os nossos?
No episódio da semana, um pouco da história do cinema argentino (45:35), com top 5 dos nossos favoritos, pegando carona no sucesso no circuito alternativo de O Cidadão Ilustre (29:51), a comédia dramática que tentou vaga no Oscar de Filme Estrangeiro.
War Machine (1:21:54), dirigido por David Michôd e protagonizado e produzido por Brad Pitt, é o grande lançamento em streaming da semana, e também ganha debate. Além de Cantinho do Ouvinte, Recomendações, e nossa rodada de repercussões sobre o resultado do Festival de Cannes 2017 (16:14). Bom podcast!
METAVARANDA (média das notas dos filmes comentados na edição)
O Cidadão Ilustre | El Ciudadano Ilustre | Gastón Duprat e Mariano Cohn | 68
War Machine | David Michôd | 40
Gravado na segunda-feira, 29 de maio, na varanda do Michel.
Varandeiros,
Parei no minuto 57 para fazer uma inserção sobre cinema de gênero… Vamos lá!
Eu tenho a impressão que, no Brasil, os nossos cineastas e roteiristas estão preocupados em emular, dentro de um contexto local, os grandes dramas nacionais, mas dentro de um modelo indie (não achei palavra melhor e não gosto da expressão cinema de arte) de filme.
Tal situação, resulta em um cinema pouco atrativo para o grande público e, por conseguinte, ficando restrito a um pequeno nicho.
O que eles esquecem?
Parece-me que eles esquecem que o bom cinema de gênero é amplamente reconhecido por trazer os debates sociais ou dramas pessoas dentro das suas camadas.
Por sinal, muitas vezes a discussão é feita de forma tão sutil, porém profunda, que o espectador é levado a ficar matutando sobre o filme dias depois de assistido (às vezes esta discussão é melhor realizada do que nos filmes sérios).
Como bom exemplo temos: Madrugada dos Mortos, Get Out, Personal Shopper, Robocop e assim por diante.
Particularmente, este é o tipo de cinema que mais gosto. Adoro quando um filme fala num primeiro plano de algo, mas desenvolve outros temas, de forma sutil, em outras camadas.
Abraços!
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Obrigado pelo comentário, Carlos. Abraço!
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Eu amei o tema, e amei o episodio 🙂
O cinema argentino é muito rico em variedades, acho que essa é a grande diferença, eles tem muitos diretores muito bons, e como vcs falaram, o cinema comercial deles é de qualidade. Eu acho que faz muita diferença tbem o falo do publico argentino consumir cinema autoral, o que não acontece no Brasil, lá tem poucas salas de cinema, mas eles tem uma valorização muito grande no cinema que eles próprios produzem.
E vcs desdenharam o Darin, mas ele é maravilhoso, já virou uma grife, né? mas uma grife de qualidade… imagina, aqui nossa grife é o Leandro Rassun.
E acho inegável falar de streaming, só acho importante sair um pouco da coisa Netflix, pq o cinema bom de verdade estão nas outras plataformas… no Itunes é o único lugar que vc encontra uma infinidade de cinema autoral, filmes de Cannes e etc, mas a Netflix é a plataforma mais POP – uma coisa que é fato, o VoD é o que vai salvar o mercado, tanto financeiramente, quanto da pirataria.
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Acabamos focando na Netflix por conta da polêmica de Cannes e dos lançamentos de ‘Twin Peaks’ e ‘War Machine’, mas estamos sempre falando sobre outras plataformas de streaming. Voltaremos ao assunto na próxima edição – e, além de ser mais pop, temos que admitir que a Netflix está investindo mais em conteúdos originais, certo?
Abraço!
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Adorei esse episódio, principalmente por trazer dicas e nos dar uma visão e atualização de outros mundos do cinema, sem ser o comercial e americano. Não sou uma estudante de arte e nem especialista no assunto, e episódios como esse acaba sendo quase uma aula e nos abre os olhos para um mundo do cinema extremamente diferente do que estamos habituados ver, e esse é o diferencial desse podcast. Sigo outros canais, mas por enquanto não encontrei nenhum que aborde os temas e seja tão diversificado quanto o “Cinema na varanda”, e isso explica eu acompanhá-los religiosamente. Também apoio sim a discussão de séries, documentários, pois acredito ser um movimento do mercado e da cultura, e nos traz conteúdos que ficaria raso ser resumido em uma obra de 120 min. E como o Chico comentou têm filmes que não vale a pena a discussão justamente por ser algo puramente comercial e muitas vezes sem nexo. E particularmente eu prefiro escutar um episódio sobre Twin Peaks do que um episódio sobre o Rei Arthur ou Piratas do Caribe.
Nossa esse comentário foi meio um desabafo! Rs
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Ótimo, Fernanda! Adorei o comentário. Há cinéfilos que não concordam com essa nossa linha de abrir a pauta para vários temas relacionados ao audiovisual, mas, em muitos casos, é o que nos entusiasma e o que rende boas conversas. Duvido muito que um papo sobre ‘Piratas do Caribe’ teria rendido algo minimamente curioso – além de, claro, o ruído de opiniões que toma conta da programação convencional dos críticos de cinema da web.
Abração!
Tiago.
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Prezados, continuo acompanhando o podcast, mas comento pouco porque sempre ouço os episódios com atraso. Aliás, esta semana fiz uma maratona para colocar em dia: vi os últimos 4. Como outro ouvinte confessou recentemente, muitas vezes deixo de ouvir o podcast para ver um filme, série, ler etc. Infelizmente, falta tempo hábil para fazer tudo que a gente gosta.
Os últimos episódios foram muito agradáveis. Adorei a lista do Chico. Não vi 8 dos 100 primeiros colocados; vou correr atrás. E o filme que acho mais questionável do top 100 é “Clube da Luta”. Não acho ruim, mas não entraria na minha lista de jeito nenhum.
O debate sobre cinema / Netflix / televisão /pirataria também foi muito interessante, assim como o especial sobre cinema argentino do episódio atual. Fico pensando se o sucesso do cinema argentino também não tem a ver com educação, já que na Argentina se lê muito mais que aqui e recentemente cinema virou até disciplina do ensino básico. É uma questão a se discutir.
Por fim, cito alguns filmes argentinos de que gosto muito: todos os de Lucrecia Martel, Do Outro Lado da Lei, Leonera, Família Rodante, Uma Noite com Sabrina Love, As Leis de Família, O Abraço Partido, O Cachorro, Dias de Pesca, entre outros.
Parabéns pelo trabalho. Um abraço.
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Legal o comentário, Bruno. Sigo vários podcasts e já me peguei nessa agonia de não ter tempo para ouvir os muitos que ficam na fila. Entendo o drama, rs. Obrigado por ouvir a Varanda e comente sempre que quiser.
Abração!
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Caro Tiago,
Paz e Amor !
Reconheço que fui ranzinza e infeliz ao me expressar. Suas críticas são justas e válidas.
Tentarei seguir suas dicas, e ser mais aberto aos outros meios audiovisuais e não ser tão purista.
É até por isso que ouço seu podcast toda semana, para aprender, ter informações além do circuito comercial, e ampliar meus horizontes cinematográficos.
Peço desculpas se causei alguma mágoa ou fui de alguma maneira ofensivo, pois não foi minha intenção.
Longa vida a Varanda !
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Que isso, Eduardo! Pode comentar o que quiser, sempre. Fiquei até um pouco envergonhado porque notei que acabei pegando um pouco pesado no tom enfático da minha resposta, mas enfim… Acontece. Espero que você não tenha levado tão a sério. Não foi ofensivo de maneira alguma.
Obrigado e siga comentando (com ou sem ranzinzice), ok?
Abraço!
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