EP 62: Moonlight – Sob a Luz do Luar | Lion – Uma Jornada para Casa | Um Limite Entre Nós

Última Jornada para o Oscar

Chegamos à reta final do Oscar 2017. Chico Fireman, Cris Lumi, Michel Simões e Tiago Faria batem um papo sobre os últimos três filmes que concorrem na categoria principal. O elogiadíssimo Moonlight – Sob a Luz do Luar (17:58) dividiu os varandeiros. Bem diferente da opinião unânime sobre o drama baseado em fatos reais Lion – Uma Jornada para a Casa (47:06). Por fim, Viola Davis e Denzel Washington brilham no teatral Um Limite Entre Nós (1:03:53).

E mais: Cantinho do Ouvinte, um bloco de Recomendações bem recheado, e o lançamento do Bolão da Varanda. Qual dos ouvintes varandeiros é o melhor palpiteiro? Bom podcast!

METAVARANDA (média das notas dos filmes comentados na edição)

Moonlight – Sob a Luz do Luar | Moonlight | Barry Jenkins | 70
Lion – Uma Jornada para Casa | Lion | Garth Davis | 29
Um Limite entre Nós | Fences | Denzel Washington | 58

BOLÃO DA VARANDA

A maneira mais divertida de acompanhar o Oscar com os varandeiros mais legais do Brasil! Para participar do nosso bolão, baixe uma de nossas cédulas (elas são iguais, só mudam as extensões para que você possa abrir em qualquer computador). Arquivo baixado, marque um x na coluna à esquerda do seu candidato favorito em cada categoria. Tem que votar em todas pra participar, ok? Inclusive nas de curtas.

Mande por e-mail para podcastcinemanavaranda@gmail.com, documento anexado, com o título BOLÃO DA VARANDA. Quem fizer mais pontos, ganha. A gente anuncia o resultado no programa pós-Oscar.

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Gravado na segunda-feira, 20 de fevereiro, na varanda do Michel.

29 comentários sobre “EP 62: Moonlight – Sob a Luz do Luar | Lion – Uma Jornada para Casa | Um Limite Entre Nós

  1. Concordo com o Tiago. Moonlight é o filme horóscopo: genérico pra todo mundo se achar ali.
    Moonlight é o filme que me deixa chateado, porque eu queria ter gostado mais.

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  2. Só posso falar do que vi, já que os outros comentados ainda não passaram em Belém.

    Lion… (vamos lá)

    1) Eu gosto da parte do garoto. Um primeiro ato que adentra ao segundo ato da narrativa. Ali é o momento em que os clichês são usados de maneira adequada e o modo de endereçamento funciona perfeitamente (tá aí a razão das lágrimas do Chico… rs..) para narrativa fílmica.

    2) Contudo, o prolongamento excessivo da história da criança interfere diretamente no miolo do filme, que torna-se arrastado e, digamos assim, vazio no contexto narrativo. Aqui o modo de endereçamento não funciona, nos distanciando dos personagens. Neste ponto, o filme se enfraquece na sua proposta, resultando em relações que acabam sendo mal construídas. Não por acaso, os personagens da namorada, do pai e do irmão adotivo soam descartáveis (muito diferente da relação com o irmão sanguíneo); o da mãe adotiva é o melhor desenvolvido, mas com qualidade bem inferior a relação dos irmãos sanguíneos.

    3) O filme só retorna ao seu objetivo ao final (literalmente final). Novamente fazendo valer o modo de endereçamento. Quando o personagem principal volta a sua cidade natal e reencontra a família. Aqui temos um bom momento, ainda que inferior a primeira parte,

    4) A impressão que fica é que faltou fechar num aspecto da vida do personagem (a busca pela família)… Esse momento, como bem disseram, funcionou mais como propaganda do que como drama.

    Filme nota 4 (também não vale indicação ao Oscar, mas vale uma ida ao cinema).

    Abraço em todos!

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    1. Boa análise. Eu geralmente não consigo comprar essa história de “clichês usados de maneira adequada”. Para mim, clichê só funciona quando usado de maneira apaixonada, intensa, ou com alguma intenção mais inteligente em jogo – e não vejo nada disso nesse filme.

      Abraço

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  3. Adorei as intervenções musicais desse episódio, Tiago foi a surpresa da “noite”.
    Quanto às apostas do Oscar, vocês acham que o “A 13ª Emenda”da Ava DuVernay não tem chance? O fato do O.J. ter sido descaradamente lançado no cinema só para poder concorrer não pega mal?
    Sobre Moonlight, é fato recorrente pessoas que relatam a decepção dizendo que queriam ter gostado (eu me incluo nessa cota), e eu até entendo as “boas”coisas do filme, mas concordo com o Tiago quando ele fala que não consegue ver como o protagonista chegou naquele ponto do terceiro ato, não enxergo a realidade naquele personagem. Sinceramente, só consegui pensar em Boyhoood. XD

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    1. Oi, Ana. Obrigado pelo comentário. Aposto que, em mais um ano, este podcast se transformará completamente em uma playlist do Spotify, hahaha. Muitos números musicais.

      Acredito que ‘A 13ª Emenda’ tem, sim, chance. Mas a campanha do doc O.J. é muito eficiente e são pouquíssimos os especialistas que acusam o filme de ter encontrado uma brecha para disputar o prêmio. Deve ganhar.

      Sobre ‘Moonlight’… Pensei muito em ‘Boyhood’ também e em como o personagem de ‘Boyhood’ me parece crível, humano, enquanto o de ‘Moonlight’ parece existir mais como conceito/provocação que como um ser humano tangível. Apesar disso, se tanta gente consegue embarcar no filme, talvez o problema aí seja um pouco meu.

      Abraço!

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      1. Pois eu já quero seguir essa playlist pra ontem! XD

        Vou começar a jornada do O.J. hoje e ver no que dá, gostei muito do “A 13ª Emenda”.

        Concordo com você, o que me lembra o Boyhood é justamente esse processo do menino se tornando homem, mas acho que os cortes na história do Moonlight foram bruscos demais e não nos permitem conhecer o menino, mesmo esses recortes sendo feitos (ao menos no segundo e terceiro atos) em períodos marcantes da vida dele. Enquanto que em Boyhood a gente vai acompanhando nada acontecer na vida do menino, mas acompanha o desenvolvimento dele no processo. Eu sinto muito por não conseguir me conectar com esse filme, realmente queria ter gostado. =/

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  4. Não encontrei o formulário do Bolão nem aqui ou no Facebook. Têm previsão de quando estará no ar? Ou entendi errado e o envio é direto por e-mail, com o “formulário” sendo simplesmente a lista dos meus palpites?

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  5. Eu assistooooo BBB Tiago!!! #Tamojunto kkkk
    e eu achei exatamente a mesma coisa que o Tiago de Moolight, achei o filme covarde…. muito corte, muita falta de desenvolvimento. Agora eu gostei de Lion, chorei tanto… queria cuidar daquela criança rs.

    Chico, vamos desistir juntos de A Curo ehehehehe mas a gente podia fazer algo, sem ver A Cura :o*

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  6. Depois de muito tempo, resolvi fazer meu primeiro comentário. Eu escuto o cinema na varanda desde o programa sobre os 100 melhores desse século, e desde então não parei mais. Sempre fiquei meio desanimado para comentar, pois sempre que eu chego já tem muitos comentários, e eu penso “o Tiago não vei nem ler”, mas enfim, aqui estou.
    Venho dar meus agradecimentos super atrasados pelo episódio do varanda awards, que saiu no dia do meu aniversário, ou seja, um maravilhoso presente que só a varanda mais cinéfila do mundo (sim!) poderia fazer. Gostaria de voltar a discussão sobre “cair no sono enquanto escutamos o programa”, pois já aconteceu comigo,porém fiquei com medo do meu subconsciente me pregar peças, como por exemplo: no meio da aula, do nada, eu cantar/cantarolar a música do cantinho do ouvinte, ou, calcular o metavaranda na prova ao invés de calcular as integrais.
    Sobre o episódio de hoje, em relação ao oscar desse ano, eu estou no melhor estilo Glória Pires, mas estou com uma leve impressão de que Moonlight vai terminar a noite sem nada, ou talvez com apenas uma premiação (roteiro).

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  7. Sobre Moonlight e o desenvolvimento do personagem principal: pra mim foi muito verossímil, pois principalmente na questão da sexualidade x personalidade (introvertido ou extrovertido), eu já fui alguém assim, tudo que envolvia o sexo ser extremamente introvertido, mas quando envolvia o trabalho (no caso do filme, ser o chefe do tráfico) ser extremamente extrovertido e seguro de si.

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    1. Interessante. Acho que não me expressei muito bem no podcast: o ser humano é imprevisível e complexo. O que me incomoda é o filme não conseguir, no meu ponto de vista, apresentar a construção desse personagem específico para torná-lo crível.

      Abraço!

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  8. Olá amigos! Adorei que as sugestões do final acabaram naturalmente virando um quadro, e dos mais interessantes do podcast, por favor continuem, e acho que quanto mais espontâneas melhor, recomendem o que der na telha na hora. Cris, quando for rolar o próximo escape me chama que eu adoro rsrs

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  9. Concordo exatamente com tudo o que Tiago falou sobre “Moonlight” (e parabéns por ter mantido as suas opiniões, apesar das discordâncias). Também queria muito ter gostado… Ainda não entendi onde está esse roteiro maravilhoso que vem colecionando prêmios. Queria ter visto mais da relação do garoto com o “pai postiço” e achei muito forçado o conflito que leva ao desentendimento entre os namorados adolescentes. A segunda metade do filme quase não tem história, nem diálogos. Acho que o prêmio de melhor ator coadjuvante já está de bom tamanho.

    “Lion” é horrível, merece só o prêmio de melhor lobby.

    Sobre “Fences”, concordo quando o Michel diz que o Denzel Washington sempre faz o mesmo tipo: um personagem insuportável, que ele tenta contornar com seu carisma. Assim como o Chico, acho que Denzel (o ator) é arrogante e não consegue esconder isso em seu trabalho. Interpretando esse tipo, ele já ganhou o Oscar em 2002, não há necessidade de repetir o prêmio. Acho que “Fences” foi produzido ( e ficará lembrado por isso) para finalmente dar o Oscar à Viola Davis e todo o seu catarro. kkkkkk

    O podcast está ótimo. Parabéns pelo trabalho de vocês!

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  10. É sério, sério mesmo que vocês gostaram mais de Toni Erdmann do que de Moonlight. Toni Erdmann é tão enfadonho, longo, chato e com um grande problema de arrancada. Não entendi essa devoção. Os atores de Toni Erdmann principais até que são bons, mas sua espontaneidade é uma crença fantasiosa. O filme tem partes desastrosas e de mau gosto principalmente a cena final e o desfecho é artificioso, nada convincente e muito sentimentalista. Moonlight pode até ser irregular em alguns momentos, mas não comete os mesmo erros que o filme alemão. O filme de Barry Jenkins quer mostrar sobretudo a jornada de descoberta do protagonista. Quem é esse menino: uma vítima de bullying? Gay? traficante? negro?. Pela maneira que o personagem é construído parece que os outros sempre ditarão o que ele é e o que ele será. Ele sempre será um menino em constante conflito com seu nome e sua cor de pele. Moonlight é um bom filme, Toni Erdmann NÃO!!!!!!

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    1. Uau, Vinicius, que defesa ENFÁTICA de Moonlight. Gostei.

      Ah, eu realmente prefiro Toni Erdmann a Moonlight. Não é uma pegadinha de humor alemão. O Chico também prefere. Não acho que seja enfadonho, longo ou chato. Nem que a arrancada seja problemática. Nem que tenha cenas de mau gosto etc.

      Já o Michel acho que prefere Moonlight a Toni Erdmann. Mas opinião é isso, não? Cada um tem a sua. O que importa são os argumentos e a maneira como eles são articulados.

      Abraço!
      Tiago.

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  11. Concordo com algumas críticas feitas ao Moonlight, mas pra mim foi um filme arrebatador. O que mais mexeu comigo nessa lista do Oscar. Não acho que há uma cartilha, um “filme de personagem” tem que ser crível. Eu lembrei de Boyhood, não tanto pela temática, mas pensando que, assim como o filme do Linklater, ele não combina muito com essas premiações de gala. Acho que está mais lá por conta do #OscarIsSoWhite, ou da necessidade de algum filme subistituir “o nascimento de uma nação” na corrida. Não que não merecesse, é o mais interessante da lista, mas parece meio deslocado, muito diferente do que se espera de um filme de Oscar. O lirismo, o dizer sem dizer do filme, me arranharam, foi lá dentro. Nesse Oscar tem bons filmes, menos ou mais autorais, mas nenhum como Moonlight, nenhum tão diferente quanto ele, tão estranho, mesmo nas suas imperfeições. Vejo o maior potencial no olho de Barry Jenkins do que nas mãos frágeis de Villeneuve, na garganta arranhada e colorida de Damien Chazelle, no peito apertado de Kenneth Lonergan, ou na cabeça ensandecida de Mel Gibson, seria dele meu voto. Não é um filme perfeito, e talvez por isso eu o tenha em tanto apreço. Pode brilhar menos que outros, mas o azul ressoa muito mais.

    Abs.
    Vítor

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    1. Gostei muito do seu comentário, Vitor. Obrigado.

      Também não acredito que exista cartilha para a arte. Não tem. Cada filme tem ambições específicas. Há filmes mais oníricos, simbólicos, há filmes que se passam dentro de sonhos etc. Talvez eu tenha passado a impressão de cobrar do ‘Moonlight’ uma construção didática e convencional do personagem principal. Não é isso. O que me incomoda é que, dentro da lógica que o filme cria, aquele personagem não transmite PARA MIM humanidade e verossimilhança (e aqui uso a palavra para me referir a sentimentos, emoções… não estou falando em “furos de roteiro”, por exemplo). É como se ele existisse mais como ideia, provocação e sugestão que como um ser humano possível (dentro daquela narrativa, obviamente; é claro que há seres humanos tão imprevisíveis quanto ele).

      A comparação com ‘Boyhood’ é boa. Detesto ficar comparando filmes, mas, no caso, acho que é inevitável. Tenho pensado muito em como são filmes parecidos, porém quase opostos. O ‘Moonlight’ trata de Grandes Temas (racismo, pobreza, bullying, exclusão social, sexualidade, o sentimento de estar apartado do mundo e por aí vai) a partir de um personagem. Já o ‘Boyhood’ foi até criticado por muitos por ser um filme “sobre o nada”, sem Grandes Temas e mais dedicado a conflitos familiares quase banais. Comparando os dois, noto que o ‘Boyhood’ se preocupa mais em construir aquele personagem, em torná-lo humano, do que em transformá-lo em símbolo para os Grandes Temas.

      Depois de ter visto ‘Moonlight’, passei a admirar algumas características de ‘Boyhood’, principalmente a duração do filme e como o diretor nos convida, pouco a pouco, a nos aproximar de um personagem tão comum, sem artimanhas ou golpes de narrativa. É uma bobagem comparar, mas para mim ‘Boyhood’ é um filme muito superior.

      Abraço
      Tiago.

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