EP 60: Estrelas Além do Tempo | Jackie | A Qualquer Custo

Quatro Mulheres e Dois Canos Fumegantes

Nesta semana, os varandeiros Chico Fireman, Michel Simões, Cris Lumi e Tiago Faria batem um papo sobre três filmes com indicações ao Oscar 2017.

Em Estrelas Além do Tempo (22:45), três mulheres negras buscam seu espaço na NASA, entre a corrida espacial da Guerra Fria e a segregação racial nos EUA dos anos 60. Em Jackie (42:50), a primeira-dama sobrevivendo aos momento logo após ao assassinato de JFK. A Qualquer Custo (1:02:54), um faroeste moderno sobre as influências da crise imobiliária recente no coração do Texas. E mais: Cantinho do Ouvinte, Boletim do Oscar e recomendações. Bom podcast!

METAVARANDA (média das notas dos filmes comentados na edição)

Estrelas Além do Tempo | Hidden Figures | Theodore Melfi | 60
Jackie | Pablo Larraín | 49
A Qualquer Custo | Hell or High Water | David Mackenzie | 68

Gravado na segunda-feira, 6 de fevereiro, na varanda do Michel.

12 comentários sobre “EP 60: Estrelas Além do Tempo | Jackie | A Qualquer Custo

  1. Varandeiros,

    Bem, vou fazer uns apontamentos sobre Estrelas além do tempo.

    1) O tom aparentemente leve, chegando até ser engraçado, visa não cair no coitadismo. Inclusive a fotografia Alegre e a presença de cores marcantes nas roupas das mulheres. Coisa que acontece em muitos filmes ao tratar de minorias que se superam.

    2) O filme é principalmente sobre mulheres negras, mas ele também é só o local das mulheres dentro da sociedade. A fala repleta de machismo do futuro marido evidência isso.

    3) o filme é sagaz ao mostrar que há diferentes campis de batalhas por um mundo diferente, porém mais igualitário. Mostra as ruas, mostra os tribunais e mostra o espaço de trabalho.

    4) De fato o filme é redondinho demais com início cambaleante por conta de uma figura estereotipada (a figura do policial), mas ele embala quando entra na Nasa e dai por diante traz questões intersssantes.

    Eu, em minha humilde opinião, acho o filme melhor que La la land. Tanto como arte como filme que discute o social e o cultural.

    Bem que ele poderia ser o novo Spotlight… mas acho que não rola não.

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    1. Muito bom seu comentário. Não sei se considero o filme melhor que ‘La La Land’, mas pra mim tá ali no mesmo patamar. Acredito que ele esteja sendo subestimado por causa do tom da narrativa, do formato convencional e do personagem do Kevin Costner, que é nada mais que uma janela para o público branco. Como você, também acho que ele traz reflexões atuais e fortes.

      Abraço!

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  2. Varandeiros,

    Bem, vou fazer uns apontamentos sobre Estrelas além do tempo.

    1) O tom aparentemente leve, chegando até ser engraçado, visa não cair no coitadismo. Inclusive a fotografia Alegre e a presença de cores marcantes nas roupas das mulheres. Coitadismo que acontece em muitos filmes ao tratar de minorias que se superam.

    2) O filme é principalmente sobre mulheres negras, mas ele também é sobre o local das mulheres dentro da sociedade. A fala repleta de machismo do futuro marido evidência isso. E a resposta não é sobre mulheres negras. A resposta é sobre mulheres.

    3) o filme é sagaz ao mostrar que há diferentes campos de batalhas por um mundo diferente, porém mais igualitário. O filme mostra as ruas, mostra os tribunais e mostra o espaço de trabalho. Isso é um pontooor demais positivo.

    4) De fato o filme é redondinho demais e com início cambaleante por conta de uma figura estereotipada (a figura do policial). No entanto, o filme embala quando entra na Nasa e dai por diante traz questões interessantes.

    Bem, em minha humilde opinião, acho o filme melhor que La la land. Tanto como arte, bem como filme que discute o social e o cultural com leveza e profundidade.

    Bem que ele poderia ser o novo Spotlight… mas acho que não rola não.

    Abraços!

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  3. Conheci o podcast a pouco tempo (comecei a ouvir a partir do episódio que o Hélio Flores participou) e estou tentando me atualizar, mas agradeço por serem minha companhia a caminho do trabalho. Olha, dormir ouvindo o podcast nunca me aconteceu, mas é cada vergonha que eu passo pelas crises de riso que tenho no ônibus…

    Ah, meu apelo é que o Chico continue cantando, pode fazer a abertura de todos os quadros! XD

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  4. Já que vocês citaram que os ouvintes podiam comentar sobre outros assuntos, não necessariamente sobre os temas tratados no programa, vocês bem que podiam fazer um top 5 (cada um) com os “clássicos obrigatórios” que vocês não viram. Aqueles que a gente sempre ter vergonha de não ter assistido ainda, que todo mundo já viu, que não dá pra se dizer cinéfilo sem ter assistido.

    Todo mundo tem um monte de filme considerado “obrigatório” que não conseguiu assistir ainda, seja por falta de tempo, por esquecimento, porque sempre enrola pra ver e, obviamente, porque é impossível assistir a todos os filmes importantes, especialmente se você já nasceu com quase um século de cinema de atraso.

    Enfim, revelem aí no programa quais são suas “vergonhas” (não deveria ser vergonha, né? mas muitas vezes nos sentimos assim).

    Abraços!

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  5. Não fumo e nem bebo, mas sempre fiquei curioso pra saber como seria assistir um filme do Jodorowsky ou do Apichatpong Weerasethakul sob efeito dessas substâncias (fica a dica pro rapaz que gosta de ver filmes chapado). Ah, fiz questão de digitar nome e sobrenome do Joe só pra o Tiago não se acomodar e continuar praticando a pronúncia. Não curti muito Jackie e nem Estrelas Além do Tempo, mas A Qualquer Custo é bem bacana e acho que qualquer um do elenco faria por merecer uma indicação ao Oscar.

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  6. ocês são bons pra cacete! Por conta desse podcast meu orçamento com cinema está indo pro espaço. Alô, Houston! Sempre que possível, e quando dá, os ouço. Adoro! E me divirto. Só tenho que conciliar com trabalho, faculdade, prova, vida social e outras coisinhas. Concordo plenamente com quase tudo que vocês falaram, na minha mais bela e recatada opinião. “Estrelas Além do Tempo” é um filme gostoso de assistir. Mas foi inevitável não compará-lo. Pelos menos no que diz respeito a linha temporal dele. Ficava me perguntando, como podia existir aquele estado de preconceito tão latente e aguerrido em “Selma – Uma Luta Pela Igualdade”, e neste as coisas serem tratadas com tanta pacificidade e passividade? Tudo bem, não vamos vitimizar, é um filme pop. Mas, era o Estados Unidos da década de 60 e antes da declaração dos direitos civis para a maioria dos negros americanos. Isso fica relegado a um terceiro ou quarto plano, me incomodou um pouco. O que eu adorei de verdade foi poder vislumbrar mulheres, sem exceção de cor ou raça, no campo das engenharias, físicas e matemáticas. Que esse filme sirva de inspiração para que mais mulheres atualmente possam ser engenheiras, físicas e matemáticas, independente da cor de vocês. Isso não é só coisa de homem, é coisa de mulher também. Sim, vocês podem e devem! Gostei muito de “Jackie”, acho que o problema maior dele é ser vendido como uma biografia da Jackie Kennedy, e não como um retrato de um episódio triste da história americana e a figura dessa mulher no centro desse acontecimento. O próprio título remete a isso. Ouvi pessoas decepcionadas no cinema porque acharam que o filme seria sobre toda a vida dela, e outras indignadas. O fato é que gostei bastante, embora a atmosfera do filme seja carregada, tensa e pesada. Mas essa era a atmosfera dos Estados Unidos as voltas da Guerra Fria. E Natalie faz jus a indicação, porque fazer cara de dor de barriga sem ter nada no estômago é difícil, Cris. “A Qualquer Custo” é muito bom! A questão do sistema capital-econômico ferrando a tua vida, e você ferrar esse mesmo sistema a partir de sua simbologia maior, que são os bancos, é sensacional! E onde é que tá o Ben Foster nessa indicação ao Oscar? O cara tá muito bom. Acho que me alonguei demais nos comentários. Enfim, vocês são demais. E Chico, canta mais. Quem canta, seus males espantas!

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