EP 38: Aquarius | Star Trek: Sem Fronteiras

A Era de Aquarius

Para o nosso papo sobre o filme brasileiro mais importante do ano, um convidado muito especial: nosso amigo e grande blogueiro de cinema Ailton Monteiro, autor há 14 anos do Diário de um Cinéfilo, se junta a Chico Fireman, Michel Simões e Tiago Faria para uma conversa sobre Aquarius (18:43), de Kléber Mendonça Filho. As polêmicas, os acertos, a interpretação de Sonia Braga, os aspectos políticos do longa e, sim!, nossas ressalvas ao filme (elas existem).

E mais: nossas opiniões sobre a era Justin Lin da franquia Star Trek  (54:15), #FalaCris, um Cantinho do Ouvinte com as histórias de monjas pecadoras e outros filmes proibidos e muito mais. Bom podcast!

METAVARANDA (média das notas do trio para os filmes comentados na edição)

Aquarius | Kléber Mendonça Filho | 83
Star Trek – Sem Fronteiras | Star Trek Beyond | Justin Lin | 65

Gravado no domingo, 4 de setembro, na varanda do Michel.

16 comentários sobre “EP 38: Aquarius | Star Trek: Sem Fronteiras

  1. Mais um excelente podcast! E gostei bastante da participação do Ailton 🙂

    Agora, sobre Aquarius: eu acho um grande filme, realmente gostei muito. A Sônia Braga tá incrível e a forma como o Kleber trabalha com o espaço como elemento metafórico das memórias me impressionou bastante. Mas eu tenho alguns problemas com o terceiro ato (ou capítulo), que me deu a impressão de fugir um pouco dessa abordagem mais lírica pra buscar um tom mais direto visando contar o que “faltava” da história. Isso me causou algum estranhamento e também me deu a impressão de ser uma conclusão amarrada demais, como alguém disse no podcast (acho que foi o Tiago). Confesso que aceitei bem o personagem do Humberto Carrão durante boa parte do filme, mas uma cena (um diálogo entre ele e a Clara) toma um rumo bem conveniente pra vilanizar o sujeito, e isso me incomodou bastante (foi aí que, pra mim, ele realmente se tornou uma figura caricata e vazia; isso acentuou a unidimensionalidade do personagem). Acho que certo maniqueísmo é uma consequência natural de um “filme de personagem”, que valoriza mais a visão do protagonista – e no caso de Aquarius, o filme é completamente apaixonado pela Clara -, mas esse diálogo me deixou bastante frustrado. Mas acho que são detalhes pequenos, pois o filme é excelente (mas ainda prefiro O Som ao Redor, que considero uma obra-prima).

    Curtir

  2. Pedro, o diálogo também me incomodou bastante. É tão pequeno perto de tudo que o filme traz, mas provoca um ruído que joga contra a profundidade da narrativa (eu até memorizei a fala inteira, pra você ver o trauma que ela provocou, hahaha). Ainda não sei se prefiro ‘O Som ao Redor’, já que o desfecho também me irrita, mas gosto muito dos dois filmes. São os melhores filmes brasileiros dos últimos anos, sem dúvida.

    Abraço!
    Tiago.

    Curtir

  3. Olá pessoal! Gostaria de relatar uma pequena experiência que tive nestas ultimas semanas relacionada à repercussão do longa Aquarius. Tudo começou na segunda-feira passada quando resolvi sair do trabalho e ir direto ao Cine Arte para participar de sua pré-estreia, porém foi impossível de assisti-lo porque a fila estava de fato dobrando a esquina de tão lotada. Como prêmio de consolação eu ganhei um convite para ver o filme outro dia, porém, ao voltar pra casa, ainda tive de correr desesperado das bombas de gás de pimenta em plena Avenida Paulista, já que era noite de manifestação.
    Nesta segunda-feira, como tinha liberdade de escolher qualquer cinema ao usar o convite, entrei no site da vejasp para pesquisar os horários. Subitamente vi que havia algo estranho na pagina do filme, porque o crítico deu 3 estrelas enquanto a avaliação do público era de uma bomba. Logo após, reparei nos comentários que a mesma pessoa, vulgo getulio silva, postou repetidamente, por vários dias, os mesmos textos grosseiros e extremistas do tipo O PIOR FILME QUE ASSISTI NOS ULTIMOS TEMPOS, PORCARIA DE FILME, DIRETOR RUIM, filme que foi patrocinado pela lei rouanet e várias outras coisas como se fosse um robô. Depois disso, tentei entrar em contato com o site pra saber se existe um moderador pra tomar conta dessas coisas, mas não tive resposta até então.
    Estou aqui escrevendo pra vocês por dois motivos: O primeiro é que sou fã do podcast (também tenho algumas resalvas, mas vou deixar pra outro post) e já o acompanho desde os últimos 10 episódios.Pois é, estava procurando uma oportunidade entrar em contato, então chegou o momento. O segundo é que a resenha desta página, ao invés do Miguel Barbieri Jr, é do Tiago Faria (É vc Tiago?)
    Isso é só mais um exemplo de muitos vários outros que convivemos ultimamente em que a opinião e subjetividade se torna algo extremo sem qualquer discernimento ou consideração sobre a qualidade de um trabalho.

    Curtir

    1. Fábio, eu vejo assim: esse tipo de reação exaltada ao filme é uma prova do potencial provocativo dele. Conta mais pontos a favor do filme do que contra. Vivemos em tempo de radicalismo, sim, mas o próprio ‘Aquarius’ parece querer tratar desse tema.

      Abraço!
      Tiago

      Curtir

  4. Aquarius é um grande filme.

    Possivelmente o melhor cinema brasileiro deste ano.

    Isto não quer dizer que ele tenha cara de Oscar.

    Longe disso, o filme, caso venha concorrer, dificilmente entrará na lista final.

    Contudo, na arte, a premiação da indústria não é (pelo menos deveria) o mais importante.

    Dito isso, Aquarius, para
    mim, é um filme sobre a construção da memória. Os objetos, as musicas, os pôsters, as fotografias e outras coisas que aparecem ao longo da película são elementos que funcionam para contar os vínculos que se estabelecem entre seres humanos e o espaço que habitam. Relação que diz o que somos…

    Belo filme.

    abraços
    Carlos Lira

    Curtir

  5. Oi , eu gostaria de sugerir um tema para podcast. Acompanho os podcasts de vocês a um tempinho (por sinal o “Cinema na Varanda” é o melhor podcast de cinema atualmente) e um dos meus favoritos é o “O homem que sabia de mais”, sou apaixonada pelos filmes de Hitchcock e esse podcast é simplesmente sensacional. Enfim… o tema que eu gostaria de sugerir é filmes da chamada “Era de Ouro” de Hollywood, algo centrada em filmes clássicos, que são os meus favoritos. Obrigada pela atenção, sigo acompanhado vocês.

    Curtir

  6. Excelente episódio. Mesmo tratando de dois filmes, tem uma relevância enorme. É daqueles para daqui um tempo voltarmos a ele; e o Ailton, que serenidade invejável para falar de cinema, não é?
    Eu também tenho o impulso às vezes de comentar antes de o poadcast terminar, mas sempre acabo me controlando; a leitura é a que o Michel fez, o papo é tão envolvente, que parece que a gente tá ali junto querendo participar, acrescentar – por vezes é até bom, porque tem hora que a gente quer jogar ora um ora outro da Varanda; mas até isso é positivo, pois reascende aquela paixão e vontade (com grande emoção) de discutir e aprofundar o cinema – como já foi em outros tempos.
    Abraços,
    Henrique Miura

    Curtir

    1. É o meu episódio preferido, Henrique. Acho que estamos nos soltando mais e a participação do Ailton foi um bom contraponto à bagunça toda. Só não entendi um trecho do seu comentário: você fica com vontade de jogar “ora um ora outro” varandeiro, é isso? Hahaha.

      Abraço! Tiago

      Curtir

      1. Sim. Vocês falam de filmes que seriam jogados da Varanda, tem momentos que a gente quer jogar um dos “varandeiros”, mas de brincadeirinha. O Chico é o único que eu não teria jogado ainda. Por exemplo: quando vocês falam da falta de estilo – talvez a ausência de uma assinatura forte – do Tom Tykwer, e em paralelo falam do excesso de estilo e assinatura do Paul Greengrass. O Tykwer eu gosto, mas passa, mas do Greengrass, eu quero direito de resposta no poadcast… ehuehueheuheuheuehuehu

        Curtir

  7. Adorei os comentários sobre Aquarius e a participação especial do amigo conterrâneo Ailton Monteiro. Foi uma das melhores edições até o momento, junto com aquele especial sobre cinema brasileiro. Agradeço ao Chico pela indicação do podcast Feito por Elas no episódio 37. E esclarecendo a dúvida do Tiago: cada edição do nosso podcast trata da filmografia de uma diretora, mas com foco de análise mais aprofundado em três filmes. Já conversamos sobre Agnieszka Holland, Agnès Varda, Suzana Amaral, Mira Nair e Anna Muylaert. Nossa próxima edição será sobre os filmes da Jane Campion. Aqui vai o link para quem quiser acompanhar: http://anticast.com.br/podcast/feitoporelas/

    Curtir

  8. A Era de Aquarius também se tornou um dos meus episódios preferidos até agora.. Mas eu tenho os meus motivos bem óbvios. 🙂 E que bom que o Henrique achou que eu passei serenidade, quando na verdade eu fiquei meio embaralhado, tendo que responder assim no pá-pum. hehe..

    Curtir

Deixe um comentário