O Homem que Sabia Demais
No sábado (13), Alfred Hitchcock (31:54) completaria 111 anos. Dois dias antes, reestreou no circuito brasileiro Rebecca – A Mulher Inesquecível, indicado ao Oscar de melhor filme e o primeiro longa da fase americana do realizador. Os varandeiros Chico Fireman, Michel Simões e Tiago Faria aproveitam o momento para homenagear um dos nossos cineastas preferidos com um papo sobre nosso contato com esse cinema tão pessoal e tão universal… e, claro, top 5.
Filme de arte: faz sentido usar esse termo? No Cantinho do Ouvinte, discutimos o assunto e deixamos uma pergunta no ar. Depois, conversamos sobre a sensação indie Amor e Amizade (13:42), dirigido pelo queridinho Whit Stillman a partir de uma novela não tão conhecida de Jane Austen. Bom podcast!
METAVARANDA (média das notas dos filmes comentados na edição):
Amor & Amizade | Love & Friendship | Whit Stillman | 70
FILMES CITADOS NA EDIÇÃO
Cantinho do Ouvinte
Corra, Lola, Corra | Tom Twyker
Paraíso | Tom Twyker
Perfume: a História de um Assassino | Tom Twyker
A Princesa e o Guerreiro | Tom Twyker
Amor & Amizade
Metropolitan | Whit Stillman
Barcelona | Whit Stillman
Os Ultimos Embalos da Disco | Whit Stillman
Descobrindo o Amor | Whit Stillman
Orgulho & Preconceito | Joe Wright
Razão e Sensibilidade | Ang Lee
Pearl Harbor | Michael Bay
Muito Barulho por Nada | Kenneth Branagh
Maria Antonieta | Sofia Coppola
Emma | Douglas McGrath
As Patricinhas de Beverly Hills | Amy Heckerling
Alfred Hitchcock
Rebecca, a Mulher Inesquecível | Alfred Hitchcock
Os 39 Degraus | Alfred Hitchcock
A Dama Oculta | Alfred Hitchcock
E O Vento Levou | Victor Fleming
Hitchcock/Truffaut | Kent Jones
Correspondente Estrangeiro | Alfred Hitchcock
Janela Indiscreta | Alfred Hitchcock
Disque M para Matar | Alfred Hitchcock
Os Pássaros | Alfred Hitchcock
Psicose | Alfred Hitchcock
Festim Diabólico | Alfred Hitchcock
Assassinato | Alfred Hitchcock
Intriga Internacional | Alfred Hitchcock
Pacto Sinistro | Alfred Hitchcock
Um Corpo que Cai | Alfred Hitchcock
O Homem Errado | Alfred Hitchcock
Estranha Compulsão | Richard Fleischer
Ladrao de Casaca | Alfred Hitchcock
O Terceiro Tiro | Alfred Hitchcock
Frenesi | Alfred Hitchcock
Topázio | Alfred Hitchcock
Juno and the Paycock | Alfred Hitchcock
O Homem que Sabia Demais | Alfred Hitchcock
Sabotador | Alfred Hitchcock
Um Barco e Nove Destinos | Alfred Hitchcock
Recomendações
Rocco e Seus Irmãos | Luchino Visconti
Gravado na sexta, 13 de agosto, na varanda do Michel.
Não sei se por eu gostar muito de Hitchcock ou por vocês estarem cada vez mais feras em tornar o bate-papo muito gostoso, mas este episódio foi o meu favorito até agora. Foi bastante especial. Que sirva de incentivo para que muitos passem a ir atrás dos filmes de Hitch. E fiquei bem curioso com os elogios do Tiago ao filme anterior de Whit Stillman, que eu não vi. Preciso ir atrás. Quanto ao debate sobre o “filme de arte”, não tenho muito o que acrescentar, só que é mesmo um termo um pouco delicado, de difícil substituição, embora ainda aceitável. Pra encerrar, meu top 5 Hitchcock:
1. Psicose 2. Um Corpo Que Cai 3. Os Pássaros 4. Disque M Para Matar 5. Interlúdio
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Um comentário! E ainda com lista! Aleluia! Deus existe! Hahaha. Obrigado, Ailton. Você é o máximo. Abraço! Ah, e corra atrás do filme anterior do Whit. É bem bom.
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Acompanho o podcast de vocês desde o lançamento do primeiro episódio. Oito meses depois (o Cinema na Varanda começou em janeiro, não é isso? Uau!), chego aqui no blog pra fazer o meu primeiro comentário. Comecemos pelo começo: parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido até aqui. Outras pessoas já falaram, mas não custa repetir que a qualidade técnica e a desenvoltura “radialista” de vocês três cresceram aos montes. Os temas e os filmes escolhidos são ótimos e refletem a pluralidade fundamental do Cinema. Bacana demais!
Ainda antes de expor o que realmente me trouxe aqui, gostaria de fazer um breve comentário em virtude da ética: o fator motivador maior que me leva a acompanhar o podcast semanalmente é o fato de eu discordar profundamente de vocês em pelo menos 50% das vezes, seja na análise dos filmes ou mesmo na linha de pensamento estético que vocês demonstram através dos discursos (e preciso confessar que o Tiago Faria é o mais sensato de todos vocês – e, portanto, meu “varandete” favorito! risos). Não que isso seja ruim, muito pelo contrário. Escutar opiniões diversas e discordantes da sua é tão fundamental quanto estar ao lado dos semelhantes. Refletindo um pouco sobre a questão que mais me intrigou neste episódio, me espantou profundamente a forma como vocês conduziram a discussão sobre o termo “filme de arte”. Vocês perderam a oportunidade de orientar as pessoas que escutam o programa e só reforçaram um preconceito que se agarra ao Cinema desde suas origens. É sintomático e contraditório, aliás, que o Chico, por exemplo, afirme com veemência que a série Transformers não é arte no mesmo episódio em que exalta, sobretudo calcado pela virtude do tempo, toda a obra de um cineasta que foi extremamente injustiçado e mal interpretado em sua época. Mesmo que o significado de autoria possa variar (e sim, varia muito), Michael Bay é tão autor quanto Hitchcock. Nos resta, portanto, analisar suas obras e determinar, através do estudo de linguagem, por quais razões atribuímos mais (e determinado) valor a um do que a outro. Ainda sobre a questão da autoria, pra mim é muito claro que esta palavra não se resume apenas a um nome (o diretor, como construído pelos críticos franceses nas décadas de 50 e 60 e perpetuado até hoje), mas sim a um conjunto de fatores. Por exemplo: quando tratamos dos “grandes musicais da Metro”, dos “perspicazes filmes da Pixar” ou até mesmo dos “despretensiosos filmes da Marvel” estamos atribuindo a esses filmes certo sentido de autoria que passa bem longe da figura do diretor (e até mesmo da figura do produtor, como pode parecer numa primeira análise mais rasa). Sem contar que o termo “arte” pode ser encarado por diversos ângulos, através de inúmeros autores que se debruçaram neste assunto ao longo dos séculos. Não me aprofundarei pra que a conversa não acabe com um perfil mais academicista do que o necessário, mas precisei desabafar aqui, mesmo correndo o risco de acabar num texto muito longo (e olha só no que deu…). No mais, encontrar um termo para categorizar os filmes segundo o seu “grau de obra de arte” é pobre e desnecessário. Podemos sim categorizá-los conforme sua distribuição, produção, recepção, etc., mas deslegitimá-los enquanto obra de arte me parece bastante injusto e infrutífero. Mesmo em se tratando de Transformers.
Pra não terminar este primeiro comentário de mal humor e discordando completamente do programa, um viva ao DEUS Hitchcock. Vocês acertaram muito no timing, pois estou justamente no meio de um estudo sobre o grande mestre da narrativa e no finalzinho do incrível “Hitchcock Truffaut”, livro fundamental a qualquer ser humano, cinéfilo ou não. E aproveitando o ensejo, segue listinha com os meus “favoritos do momento”: 1) A Sombra de uma Dúvida 2) Psicose 3) Pacto Sinistro 4) Um Corpo Que Cai 5) Trama Macabra.
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Leandro,
Em primeiro lugar, obrigado pelos elogios técnicos ao podcast. Realmente, a qualidade da gravação deu um salto, graças principalmente à Cris (e ao Michel, que está sempre tentando melhorar esse aspecto do podcast).
Sobre as discordâncias de opiniões: ainda bem que elas existem, certo? O que me preocupa mais, para ser muito sincero, é o excesso de concordâncias dentro do podcast. Fico feliz quando noto que cada ‘varandeiro’ tomou um caminho para analisar um filme. Quando todas as opiniões coincidem, a conversa tende a ficar monótona e monocromática. E isso vale para qualquer discussão, não? Estamos sempre interessados em ouvir opiniões diferentes, até mesmo as destrutivas (haha). Uma das minhas seções preferidas do programa, não à toa, é o Cantinho do Ouvinte. Por isso fico ali semanalmente tentando instigar o povo que ouve o podcast, pedindo comentários, opiniões, argumentos. É discordando que a gente se entende (ou se desentende) e que, acima de tudo, o papo rende.
Por falar em concordâncias e discordâncias… Concordo 100% com o segundo parágrafo do seu comentário. Acredito que, no cinema, a ideia de ‘autoria’ não deve ser reduzida às figuras do cineasta ou do produtor (há filmes que são veículos para certos atores, por exemplo). Mas não me alongarei no argumento porque quero levar essa discussão para o podcast.
Gostei bastante do comentário. Siga discordando da gente, ok? Abraço! Tiago.
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Fala Varandistas, gostei de ver a relação de filmes citados no programa listados aqui no site. Aproveitando a estreia de The Handmaiden, em outubro ainda, do diretor Park Chan-wook; poderiam falar sobre quando chegar o dia, e já fazer um top 5 filmes Sul Coreanos, um dos meus favoritos.. Valeu
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Tá anotada a sugestão do top 5 de filmes sul-coreanos, Warley. Acho uma boa ideia. Abraço! Tiago
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Ainda não ouvi o podcast. Mas, nesta discussão sobre cinema de arte ou não, eu estou com o Domingos de Oliveira: “Sexo, pizza e cinema até quando ruim, é bom”.
Cinema é uma invenção maravilhosa, não vamos matar a magia com categorias.
Abraços!
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De acordo, Luciana. Abraço! Tiago.
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Como o Ailton, do primeiro comentário, este episódio virou meu favorito, por abordar Hitchcock, meu cineasta favorito. Também gravei muitos filmes dele nas madrugadas da tv aberta (tinha que acordar cedo, então não podia esperar para assistir) . Na época, ficava preocupado em conseguir gravar direitinho durante a noite, pois afinal, “quando teria a oportunidade novamente ?”. Minha primeira coleção de filmes foi de VHS gravados do Hitchcock. Hoje em dia, seus filmes estão muito mais acessíveis. Ouvindo o podcast, relembrei de histórias pessoais, de quando comecei a gostar de cinema, e ir atrás dos filmes dele. Foi muito bacana. Recomendo veementemente a quem ainda não conhece os filme do Hitch, pois é fundamental para quem gosta de cinema. E também o livro Hitchcock/Truffaut, que é imperdível. Ou seja, concordo com o que vocês comentaram (desculpe Tiago, não deu para discordar desta vez). Meu Top 6: Psicose, Janela Indiscreta, Um Corpo Que Cai, Os Pássaros, Interlúdio e Intriga Internacional.
Interessante a conversa sobre filme de arte. Não achei que meu comentário renderia uma conversa tão longa no episódio. Não sou fã de filmes como Transformers, mas concordo com o Leandro Luz, do segundo comentário.
Abraços !
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Seu comentário ainda vai render mais discussão no próximo Cantinho do Ouvinte, Eduardo. Aguarde! Hahaha. Belo top 6 do Hitch, hem. Abraço! Tiago.
PS: Ah. Acho que Transformers é arte, sim.
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Agora, sim! Lindo os comentários e as memórias de vocês sobre Hitchcock!
Vou entrar na onda e deixar o meu top 5:
5)Interlúdio
4) Os pássaros
3) Psicose
2) Janela Indiscreta
1) Vertigo (porque se Janela Indiscreta é uma homenagem ao cinema, Vertigo é uma aula teórica sobre o conceito de imagem. Melhor filme do mundo e da vida!!!).
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Ah, já que vocês disseram que é para deixar perguntas, eu queria saber o que vocês acham da relação do Brian De Palma com os filmes de Hitchcock. Vocês acham que as “homenagens” e “releituras” que o De Palma fez estão no mesmo patamar de Hitchcock? Para vocês, De Palma problematiza a obra hitchcockiana ou a minimiza?
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Luciana, gravamos o episódio da semana antes de ler sua pergunta sobre Hitchcock/De Palma. Vamos tentar respondê-la no próximo, ok? (Eu acho que De Palma mais problematiza que minimiza a obra do Hitch) Abs. Tiago
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Em primeiro lugar parabéns pelo excepcional podcast.
Esse na minha opinião foi o melhor de todos por abordar o gorduchinho mais querido do cinema. Medalha de ouro pra vocês viu Michel!!!
Tiago meu conterrâneo, a fada do Vhs também proporcionou algo semelhante ao gravar Festim Diabólico do Corujão. Já conhecia um trabalho aqui e outro ali do mestre. Mas foi com esse filme que me apaixonei pelo mestre.
Chico, gosto demais de Interlúdio e adorei você ter esvolhido para o top 5. Sua voz me lembra demais a do Marden.
Conheci o trabalho de vocês por causa do grande Ailton Monteiro do blog Diario de um Cinefilo. A culpa é toda dele!!!
Um grande abraço em todos!!!
Longa vida à varanda do Michel.
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Legal, Bruno. Bom saber que a fada do VHS também deu as caras por aí, hahaha. Abraço! (e viva o Ailton, mais uma vez!) Tiago
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